• Edição 165
  • 26 de março de 2009

Saúde em Foco

Brasil melhora no ranking de países com mais casos de tuberculose

 

UOL Ciência e Saúde

O Brasil melhorou duas posições no ranking dos 22 países com maior número de casos de tuberculose no mundo, passando da 16ª posição, no ano passado, para a 18ª este ano, ao lado de Moçambique, segundo o Informe da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado hoje (terça, 24) durante o 3º Fórum de Parceiros Stop TB, no Rio de Janeiro.

Em 2007, o país notificou 72 mil novos casos de tuberculose, com uma média nacional de 38,2 casos por 100 mil habitantes, segundo os dados do Ministério da Saúde. Além disso, 4,5 mil pessoas morreram em decorrência da doença.

Segundo a estimativa da OMS, o país tem 92 mil pessoas com a doença, ou 48 casos por 100 mil habitantes. Para o Ministério da Saúde, a diferença entre os números é "uma questão técnica". "Todos os países ficam insatisfeitos porque a estimativa é sempre superior ao número de notificações, mas como a metodologia é a mesma para todo mundo, essa diferença não interfere na comparação", explicou ao UOL Ciência e Saúde o coordenador geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde, Draurio Barreira.

Em 2006, a OMS divulgou uma estimativa de 94 mil casos de tuberculose no Brasil (49 por 100 mil habitantes), enquanto os registros do Ministério da Saúde eram de 72,6 mil casos (41 por 100 mil habitantes).

Estados

No total, 70% dos casos estão concentrados em 315 dos 5.565 municípios, segundo os registros do Ministério. As maiores incidências estão nos Estados do Rio de Janeiro (73,27 por 100 mil), Amazonas (67,60), Pernambuco (47,79), Pará (45,69) e Ceará (42,12). A região Centro-Oeste é a que apresenta a menor taxa do país - em Goiás, são 9,57 por 100 mil habitantes.

A incidência entre os homens (cerca de 50 por 100 mil) é o dobro do que entre as mulheres. Já as populações mais vulneráveis são as indígenas (incidência quatro vezes maior do que a média nacional); portadores de HIV (30 vezes maior); presidiários (40 vezes maior); e moradores de rua (60 vezes maior). No entanto, há ocorrências em todos os segmentos da sociedade, independente da renda ou da escolaridade.

Segundo o diretor da OMS Mario Raviglione, se o Brasil continuar nesse ritmo, em cinco anos pode estar fora da lista dos 22 países com maior número de casos. Mas ele ressaltou que é preciso manter os investimentos e as ações conjuntas entre os programas de Aids e tuberculose no país, uma vez que os portadores de HIV fazem parte de uma das populações mais vulneráveis à tuberculose.

TV Canal13 , Editoria Ciência e Saúde

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