• Edição 153
  • 19 de novembro de 2008

Saúde e Prevenção

Pele cuidada para o verão

Sidney Coutinho

É difícil encontrar uma brasileira que não redobre os cuidados com o corpo ao se aproximar do verão. Agora, principalmente, com o orgulho feminino nacional em alta após a coroação da gaúcha Melanie Nunes Fronckowiack, em Paris, como o mais belo bumbum do planeta. Mas existem outros fantasmas que afligem as mulheres, além das estrias e celulites. Um deles é a foliculite, que deixa a pele cheia de bolinhas vermelhas, áspera e parecida com uma lixa.

De acordo com o dermatologista e professor da UFRJ David Azulay, a foliculite é uma infecção do pêlo provocada pela bactéria Staphylococus aureus e pode surgir de forma superficial, mais comum, ou profunda. “Ela não deve ser confundida com as pseudo-foliculite, quando o cabelo raspado ou depilado ao crescer, retorna e perfura a pele, causando inflamação” explica, sendo mais comum na região das virilhas ou da barba.

Em geral, a área onde mais se apresenta a foliculite superficial é nas nádegas e nas coxas, por causa da umidade ou do suor, do atrito excessivo ao sentar e pela falta de ventilação dos tecidos empregados nas calcinhas. Pequenas bolinhas com discreta vermelhidão e o pêlo no centro se formam, às vezes com pus. Quando as lesões são mais profundas, lesões elevadas e avermelhadas com ponto amarelo no centro surgem e provocam dor e coceira local.

Embora contagiosa, a foliculite, segundo o dermatologista, é de difícil propagação apenas pelo contato com quem possui o problema. Evitar roupas apertadas, deixar de lado roupas de fibras sintéticas que favorecem a sudorese e a proliferação de bactérias, consevar a pele limpa e higienizada com um sabonete que tenha ácido salicílico na fórmula e manter a área bem ventilada são as principais dicas para prevenir a infecção e, se possível, exposição ao sol.

Segundo o especialista, é sempre bom consultar um dermatologista para dimensionar o problema, porque o tratamento exige, em alguns casos, o uso de antibióticos e antiinflamatórios. “Se não houver um tratamento adequado, pode provocar outros problemas mais graves. A bactéria Staphilococus é a mesma causadora de furúnculos, por exemplo, que levam à perda de tecido e à necessidade de intervenção para retirada dos abcessos”, concluiu Azulay, que não recomenda nenhum tratamento caseiro.