Viviane dos Santos Gesteira, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF), no dia 31 de outubro, defende sua dissertação de mestrado “Avaliação do Acúmulo e Bioatividades de Amidas em Spilanthes oleracea Jacq. in vitro sob Efeito de Regulador de Crescimento (BAP), Eliciadores e em Co-cultura com Polygala paniculata L.”. A defesa ocorre às 14 horas, na sala K2-30, bloco K do Centro de Ciências da Saúde (CCS). Alice Sato e Naomi Simas são responsáveis pela orientação.
De acordo com a mestranda, Spilanthes oleracea Jacq. é uma planta da Região Amazônica, que apresenta usos na culinária e na medicina popular. Produz diversas alcamidas a partir de seu metabolismo especial, dentre elas o spilantol. O trabalho de Viviane teve como objetivo avaliar a indução em cultivo in vitro da produção de spilantol e da bioatividade dos extratos in vitro e ex vitro.
No processo foram utilizados tratamentos variados, com base na técnica de micropropagação: cultivo sob efeito da presença e ausência de agar, sob o efeito de BAP, além de interação com eliciadores e em co-cultivo com Polygala paniculata L. Avaliou-se a atividade alelopática sobre a germinação e desenvolvimento inicial de plântulas de alface (Lactuca sativa) e sua toxicologia aguda em camundongos swiss.
Segundo Viviane Gesteira, a melhor taxa de multiplicação foi obtida em meio MS líquido acrescido de 2,22µM BAP. A co-cultura estimulou alongamento de plantas de S. oleracea. A maior produção de spilantol foi obtida a partir da parte aérea de plantas cultivadas em meio líquido até 90 dias: 58,5%. Os extratos de caule, folha e raiz deste tratamento apresentaram perfis químicos em CLAE semelhantes entre si no que diz respeito aos constituintes majoritários em comum.
O trabalho da mestranda descreve o primeiro relato da produção de spilantol por calos. A avaliação da taxa de inibição da germinação mostrou que os extratos (a 1.000 ppm) de plantas cultivadas in vitro (30 e 90 dias) e plantas aclimatizadas apresentaram inibição significativa, de 80%, em relação ao controle de DMSO (0,1%).
O crescimento do hipocótilo foi inibido em 70% pelo extrato de folhas aclimatizadas a 1.000 ppm. O crescimento da raiz foi inibido significativamente pelos extratos de plantas in vitro (30 dias) e plantas aclimatizadas. O extrato de folhas de plantas de campo não apresentou toxicologia aguda em camundongos swiss a 3.000 mg/Kg.
Dentre as conclusões, a cultura in vitro de S. oleracea foi eficiente para a produção de mudas e extratos contendo spilantol. Além de mudas que, ao serem aclimatizadas, apresentaram efeitos alelopáticos, significativos em relação à de campo, L. sativa.