• Edição 147
  • 09 de outubro de 2008

Notícias da Semana

Saúde e Educação para a Cidadania

Cília Monteiro

Na última terça, dia 7, teve início o encontro Saúde e Educação para a Cidadania, com a abertura do evento no auditório Rodolpho Paulo Rocco, no Centro de Ciências da Saúde (CCS). Integrando a mesa estavam Almir Fraga Valladares, decano do CCS, Laura Tavares, pró-reitora de Extensão, Diana Maul, coordenadora de Extensão do CCS, Lúcia de Fátima, coordenadora de Extensão da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN), e Sônia Figueiredo, representando a comissão organizadora. Alunos da 4ª série da Escola Municipal Tenente Antônio João formavam o público do evento.

Laura Tavares iniciou seu discurso ressaltando a importância das atividades de Extensão: “Estamos criando uma integração com a comunidade que nos cerca e com a população”. Ela acredita que os eventos desta natureza reforçam a qualidade técnico-científica da universidade, acrescentando que os alunos atualmente já colhem os frutos de trabalhos realizados anteriormente. A professora ainda destacou a relevância da contribuição da extensão ao ramo da pesquisa, pois considera as duas áreas complementares.

Diana Maul apontou a necessidade de dar prosseguimento a este trabalho, considerando fundamental o envio de críticas, reflexões e novas idéias. “É a partir desta instrução que vamos cada vez mais expressar na extensão algo essencial: o CCS precisa realizar Ensino e Pesquisa pensando no seu compromisso imediato com as condições de saúde da população brasileira. E isto tem que ser refletido em ações”, constatou Diana.

Lúcia de Fátima acredita que o caminho da Extensão é um desafio, mas observou evoluções. Lembrou também a importância da cidadania, relembrando os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

O decano Almir Valladares cumprimentou os colegas pelo apoio e participação no evento e agradeceu a presença das crianças. “Elas são o futuro da nossa universidade, da nação e de uma cidadania cada vez mais forte”, salientou. Segundo ele, a instituição está cumprindo seu papel de estender suas pesquisas e conhecimento para toda a população.

Atividade com as crianças

Após os discursos iniciais, Florence Brasil, professora e coordenadora do evento, anunciou a primeira atividade: um encontro comunitário, mediado pela professora Maria Fernanda Quintela Nunes, diretora do Instituto de Biologia, com participação da professora Susana de Abreu. O debate com os alunos da Escola Municipal Tenente Antônio João teve como tema o ensino de Ciências.

Maria Fernanda propôs uma discussão sobre o que as crianças pensam a respeito do aprendizado de Ciências. “Queremos saber os problemas que vocês encontram relacionados com a Biologia. Devemos pensar também que, no ensino de Ciências, não se trabalha só com animais, plantas e ambiente, mas com a parte da saúde. Precisamos entender, por exemplo, por que temos que lavar frutas e saladas, além de tratar a água”, sugeriu a diretora.

Por fim, a professora Susana falou sobre seus alunos: “Eles estão entre 9 e 12 anos, mostram-se muito participativos e interessados em discutir desde relações ecológicas, entre seres vivos, até a parte do corpo humano”. Segundo ela, para melhorar o ensino, faltam recursos básicos como um ônibus que leve as crianças até um local onde possam ter contato com o conhecimento prático.


Robson Caetano valoriza o esporte na UFRJ

Luana Freitas

Música, esporte e muita animação foram os ingredientes que marcaram, na última terça, dia 7, a visita do ex-atleta Robson Caetano à Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) da UFRJ. O evento, parte do projeto “Heróis do Atletismo”, da Caixa Econômica Federal, reuniu estudantes da EEFD e crianças de comunidades próximas à universidade. Durante o encontro, o medalhista olímpico falou sobre a capacidade de mudança social pelo esporte e a importância da educação para o futuro dos jovens.

Nascido no Rio de Janeiro, Robson deu seus primeiros passos no atletismo no ensino médio, quando participou do projeto Pentatlo Nacional. Aos 21 anos, já era campeão dos 200 metros na Copa do Mundo de Canberra, na Austrália. Durante sua carreira, conquistou duas medalhas de bronze em Jogos Olímpicos – a primeira em 1988, nos 100 metros rasos, em Seul, e a outra, em 1996, no revezamento 4x100, em Atlanta. Em 1991, venceu os 100 e 200 metros em Havana. Foi ainda tetracampeão ibero-americano dos 200 metros, recebendo medalhas em Havana (1986), México (1988), Manaus (1990) e Sevilha (1992).

Atualmente, Robson faz parte do projeto “Heróis do Atletismo”, cujo objetivo é estimular a prática esportiva entre os jovens e permitir que as novas gerações conheçam a história do atletismo. O programa organiza palestras, seminários, cursos e acampamentos de treino em todo o país, fomentando a cidadania. Para o medalhista, o esporte e a educação são as principais ferramentas para uma sociedade mais justa e igualitária. “Existe a possibilidade de uma vida melhor se tivermos vontade de mudar nossa condição e, principalmente, no caso dos meninos e meninas presentes hoje aqui, se estudarmos”, destaca o ex-atleta.

Segundo Robson, sua trajetória mostra, de forma clara, como o esporte é capaz de promover transformações na sociedade. “Nasci na Maré e, durante muito tempo, pensei em como poderia, de alguma forma, ajudar minha comunidade e as comunidades do entorno. As respostas nunca vinham, porque ainda era muito jovem”, revela. No entanto, foi por meio da prática esportiva que o medalhista conseguiu transformar sua vida. “Saí de uma situação desfavorecida para uma situação um pouco melhor. A mudança foi possível por uma arma muito forte, que chegou em minha vida quando estava jogando futebol de várzea. Essa arma, um profissional de educação física, conseguiu mudar a minha vida através do esporte”, afirma o esportista.

Hoje, com 44 anos, Robson Caetano chama a atenção para a importância e a responsabilidade social dos profissionais de Educação Física. “Graças ao esporte e aos meus professores, tive a chance de aproveitar a oportunidade dada”, concluiu o campeão olímpico.


Semana da Pediatria

Heryka Cilaberry

Em comemoração aos 55 anos do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), começou na última segunda, dia 6, a “Semana da Pediatria da UFRJ”. O evento que se estende até o próximo dia 10 visa relembrar algumas conquistas do Instituto e discutir os três principais objetivos da Universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão.

O diretor do IPPMG, Marcelo Gerardin Poirot Land, em solenidade de abertura, afirmou seu grande orgulho pela maneira como o Instituto vem lidando com as transformações estruturais. Ele citou a epidemia da dengue, ocorrida no início deste ano, como um exemplo de superação.

– O Instituto já deu provas de sua enorme capacidade de adaptação. Antes do surto de dengue, estávamos com uma média de 100 pacientes e, durante a epidemia, quando houve um recorde de 272 internações, ocorreu apenas um óbito. Pelo impressionante resultado, o IPPMG está de parabéns – elogiou.

Durante a abertura, os convidados contaram um pouco sobre a relação que mantêm com o Instituto. Milton Flores, superintendente geral de Administração e Finanças da UFRJ, afirmou que tem uma relação afetiva e pessoal com os profissionais da casa. “Quando meu filho adoecia, eu e minha esposa ficávamos muito nervosos. Um dia liguei para o doutor Luís Afonso e ele foi até minha casa cuidar do meu filho. Resolveu o problema e cessou nossa angústia. Assim, a minha relação com o Instituto ultrapassa o profissional”, recordou ele.

Desafios do ensino de Pediatria no século XXI

A abertura do ciclo de palestras foi feita pelo diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ, Antônio Ledo, que delineou alguns dos desafios do ensino de Pediatria no século XXI e traçou o perfil desse novo profissional.

Ledo destacou alguns pontos como determinantes para a formação do pediatra. Segundo ele, em um país de dimensões continentais como o Brasil deve ser traçado um perfil epidemiológico, no qual possam ser identificadas as maiores necessidades de cada área. A criação de novos modelos didático-pedagógicos também contribuiria para uma melhor formação.

Os desafios

De acordo com o diretor, dentre os grandes desafios do ensino, está o desenvolvimento de uma postura ética, aliada a uma visão humanística. Em conjunto, esses dois fatores possibilitariam o fortalecimento do senso de responsabilidade social e o compromisso com a cidadania. A valorização da formação contínua e o tratamento do indivíduo em sua subjetividade também foram apontados como importantes estratégias para a formação desse profissional.

Estratégias

Para Ledo, a pediatriAÇÃO, com ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, deve ter suas ações intensificadas. Além dessas medidas, para o palestrante é necessário investir em tecnologias de baixo custo. “Dos 10 milhões de indivíduos que morrem por ano, seis milhões podem ser salvos apenas com a aplicação de tecnologias de baixo custo”, complementou.