• Edição 140
  • 21 de agosto de 2008

Notícias da Semana

Faculdade de Farmácia comemora Curso de Doutorado

Luana Freitas

No último dia 18, a Congregação da Faculdade de Farmácia da UFRJ comemorou a aprovação do Curso de Doutorado do Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, no auditório Hélio Fraga, no Centro de Ciências da Saúde (CCS). A cerimônia contou com a presença de membros importantes, que tiveram papel decisivo para o surgimento do curso, e recebeu também a professora Suely Galdino, da Universidade Federal de Pernambuco.

Carlos Rangel, diretor da Faculdade, iniciou a Sessão Solene enfatizando a importância do Doutorado para o desenvolvimento do ensino superior no Brasil e destacou a contribuição do novo projeto pedagógico, em vigor desde o segundo semestre de 2007, para o avanço do campo farmacêutico. “O Doutorado é peça chave para o crescimento de uma unidade acadêmica, não apenas dentro da UFRJ, como também fora. Desde a reforma do projeto pedagógico da Faculdade de Farmácia, quando preparamos a Pós-graduação para avançar com o Doutorado”, evidenciou Rangel.

O diretor ressaltou que projetos como a expansão da Farmácia Universitária, que agora contempla as áreas de homeopatia e cosmetologia industrial, e a formação do centro universitário de Macaé contribuíram decisivamente para integrar os alunos nas novas fronteiras do conhecimento.

Hélio Mattos, prefeito da Cidade Universitária, também esteve presente. Para ele, é fundamental que os programas de Pós-graduação se expandam nas instituições brasileiras de modo a tirar o país da triste realidade em que apenas 2% dos jovens entre 18 e 24 anos estão em universidades públicas.

A solenidade teve a participação ainda da pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa, professora Angela Uller, da decana em exercício do CCS, Maria Fernanda Nunes e da coordenadora do programa de Pós-graduação Gisela Ortiz. De acordo com Maria Fernanda, a Faculdade de Farmácia assumiu o compromisso de formar profissionais capazes de responder aos desafios de uma sociedade em constante evolução. “A estrutura curricular está voltada para uma formação integradora das diferentes áreas de ensino da Farmácia e prepara os estudantes para que sejam capazes de incorporar novas descobertas no campo farmacêutico”, declarou a decana e diretora do Instituto de Biologia da UFRJ.

Após a cerimônia de abertura, Suely Galdino, coordenadora adjunta na Farmácia da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), ministrou a palestra “Avanços da Pós-graduação na área da Farmácia no Brasil”. Assim como a decana, Suely chamou a atenção para a necessidade crescente das instituições de ensino superior assumirem uma pedagogia universitária integradora. Segundo ela, essa integração deve ser norteada por quatro eixos principais, relativos ao conhecimento cultural do aluno, ao desenvolvimento da formação profissional, ao diálogo e troca de idéias e ao comportamento justo e responsável. “O aluno precisa aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser”, ensina.

Para finalizar, a coordenadora citou fragilidades do sistema de pós-graduação no país, como a não-fixação institucional do professor, a falta de condições adequadas de trabalho acadêmico e as disparidades regionais de ensino. No entanto, Suely Galdino mencionou elementos promissores para esse sistema, entre eles a interdisciplinaridade, o estímulo financeiro e o reconhecimento social do farmacêutico. “Cada vez mais, vemos a importância da farmácia não somente no Brasil, mas também no mundo”, concluiu a professora.


Passado e futuro unidos

Heryka Cilaberry

Nada melhor que uma boa história para relembrar o que a falha memória humana algumas vezes insiste esquecer. Então, para premiar a importância de seu passado e evitar um futuro pobre de lembranças, o Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais (NPPN) da Universidade Federal do Rio de Janeiro contou um pouco de sua trajetória, durante a conferência de abertura da I Semana de Pós-graduação, organizada pelos doutorandos da instituição.

O evento realizado na última segunda-feira (18/8) teve a presença de Gilda Guimarães, diretora do NPPN, Marcos Barbosa, professor adjunto da UFRJ, Paulo Ribeiro, professor titular do setor de Síntese Orgânica, também presidente da mesa e Luís Antônio Paes leme, o primeiro mestre formado pelo núcleo. Os convidados lembraram um pouco de suas relações pessoais com o longo caminho tomado pelo NPPN e reforçaram a importância de eventos como este para a união entre estudantes de diversas instituições e na divulgação de trabalhos realizados na casa.

O primeiro aluno de mestrado, a grande surpresa dos organizadores para o evento, emocionado, compartilhou com os ouvintes um pouco do que vivenciou na década de 60, quando o núcleo começava a dar os primeiros passos em direção a se tornar o grande formador de profissionais que é hoje. “É uma enorme felicidade sentir que em 1963, nas instalações da Faculdade de Farmácia, o NPPN começava a ganhar forma. Já no segundo semestre de 1964, começavam os cursos específicos e em 1968 defendia a minha dissertação de mestrado”, recordou Luís.

O estudante que é parte da história do núcleo relembrou ainda a importância do conhecimento científico e tecnológico para a transformação de um país em uma grande potência, como foi o caso do Japão que, dispondo de tais ferramentas, conseguiu se reerguer das cinzas deixadas pela Segunda Guerra Mundial para se tornar a nação que é hoje. O convidado defendeu o grande potencial do Brasil para figurar entre os países mais respeitados do mundo, o que, segundo ele, seria facilitado pela extensa população, o vasto território nacional e pelas pequenas, porém importantes conquistas do país – uma das oito nações capazes de montar submarinos – e incentivou a todos que lutassem pelo futuro do país.

Para recordar o longo período em que o núcleo (nessa época, ainda chamado de Centro de Pesquisas de Produtos Naturais) era apenas um projeto, nada melhor que um de seus fundadores, professor Benjamin Gilbert. O inglês de coração brasileiro, como seus colegas o definem, contou como sua trajetória se cruzou com os estudos de Walter Mors, também participante do embrião do NPPN.

Gilbert veio ao Brasil para ajudar na montagem do laboratório do talentoso dr. Mors, que anos antes teria aceitado uma proposta de estágio do dr. Djerassi, professor contratado pela Wayne State University, visando o aperfeiçoamento nas técnicas analíticas e de isolamento e purificação de produtos naturais. Uma vez lado a lado, Benjamin e Walter, juntamente com o professor Paulo Lacaz, viram crescer o NPPN, desde o tempo em que estavam localizados na Faculdade de Farmácia no campus da Praia Vermelha (1963 –1972), até a implantação do programa de doutorado, em março de 1990.

Para quem deseja fazer parte na transformação do país, como sonha Luís Antônio, é importante saber que o conhecimento é uma ferramenta fundamental para qualquer mudança positiva. Assim, uma sugestão para aumentar esses é assistir às 11 conferências que se estendem até sexta-feira e participar dos 4 mini-cursos.


Seminário discute imagem e documento

Marcello Henrique Corrêa

Fruto de uma iniciativa do Laboratório de Vídeo Educativo do Núcleo de Tecnologia Educacional para Saúde (LVE-Nutes) da UFRJ, o II Seminário “Imagem: documento e informação” começou ontem, 19 de agosto. A primeira edição do evento ocorreu no ano passado, em maio. Assim como no primeiro seminário, o encontro foi organizado no auditório da Biblioteca Central do Centro de Ciências da Saúde e reuniu professores de diversas instituições do Brasil. O evento tem previsão de se estender por mais dois dias.

Miriam Struchiner, diretora da Nutes, foi acompanhada por Paula de Mello, coordenadora do Sistema de Bibliotecas da UFRJ e Isabel Azevedo, superintendente de Extensão da UFRJ. Além delas, estava presente o professor responsável pelo LVE, Luiz Rezende. Otimista, Struchiner considerou o evento de 2007 um verdadeiro sucesso, elogiou a iniciativa de Luiz Rezende e apostou na realização de mais seminários nos próximos anos.

Isabel Azevedo concordou com a diretora e destacou a importância do trabalho do Nutes para a Universidade. “Percebemos uma preocupação do Nutes com a preservação dos acervos, organização do material, além do trabalho de divulgação”, comentou a superintendente, referindo-se ao trabalho do LVE, que mantém cerca de 220 vídeos educativos, usados tanto em sala de aula, como complemento das atividades de ensino, como também auxiliando o treinamento de profissionais de saúde. “Precisamos construir com urgência uma política de audiovisual das universidades públicas. Vivemos um momento importante da questão da TV pública, da possibilidade da Universidade ter seu próprio canal. Essas são questões que precisamos debater”, avaliou Azevedo.

Imagem, narrativa e memória

Para abrir o ciclo de conferências, a convidada foi Miriam Manini, professora de arguivologia da Universidade de Brasília. O tema proposto foi Fotografia como narrativa e Cinema como memória. Nada mais oportuno no Dia Mundial da Fotografia, como o 19 de agosto é considerado por muitos estudiosos, em referência ao anúncio do daguerreótipo, primeiro processo fotográfico inventado pelo francês Louis Daguerre.

A professora destacou alguns aspectos teóricos da fotografia, ressaltando a importância da imagem para profissionais da informação. A máxima da semiótica, “uma imagem vale mais que mil palavras” foi a tônica da palestra de Miriam Manini. “Devemos nos preocupar enquanto profissionais da informação e, mais ainda, como formadores de profissionais da informação, com a guinada que ocorreu nas formas de comunicação, em que o visual tomou lugar de destaque. Observar o visual com olhos informacionais se torna tarefa premente para os profissionais da informação”, declarou.

De acordo com a análise da professora, desde os complicados retratos criados por Daguerre, a imagem ganhou atributos mais abrangentes e observar uma imagem exige mais atenção e um conhecimento específico. “Uma fotografia nunca é única. A ela sempre é possível relacionar uma outra, um texto ou uma informação do repertório do receptor”, afirmou Manini. Segundo ela, além disso, a fotografia já é um objeto que contém muitas informações, como o processo fotográfico utilizado, dimensões, entre outros aspectos.

Para a professora, o objeto principal das preocupações é a fotografia enquanto documento em arquivos, acervos e bibliotecas. Para Manini, a fotografia deve ser tratada com mais atenção nesses ambientes. “A fotografia é um documento ímpar e diferenciado dentro das instituições, onde documentos escritos têm sido os principais alvos de tratamento. A análise documentária de fotografias é tema recente e ainda carente de estudos em desenvolvimento, principalmente no Brasil”, alertou a professora.

Cinema e didática

A professora relatou ainda a experiência por que passou na UnB com seus alunos. Segundo ela, é importante que os alunos, acostumados com a rapidez dos meios eletrônicos, passem por uma experiência diferente, abrindo espaço para o processo de catarse e emoção. “Essa experiência provoca, nos alunos, duas atitudes. Ambas altamente proveitosas. Primeiro, ao demonstrarem emoção, todos se igualam, as inseguranças desaparecem e a convivência se torna mais harmoniosa. Além disso, a troca de informações aumenta, o interesse diversifica-se e a capacidade de apreensão de conceitos se amplia”, analisou a professora.

O II Seminário acontece até o dia 21 de agosto, durante o dia todo. Além da professora Manini, da UnB, devem participar outros convidados de outras instituições, como a Universidade Federal Fluminense e TV Globo. Todas as atividades ocorrem o dia inteiro, no auditório da Biblioteca Central do CCS.