• Edição 139
  • 14 de agosto de 2008

Cidade Universitária

BiciCampus: benefícios ao meio ambiente e à saúde

Cília Monteiro

Em áreas urbanas, os veículos automotores são responsáveis por cerca de 80% das emissões dos principais poluentes atmosféricos. O crescimento populacional e o conseqüente aumento do número de automóveis em circulação agravam ainda mais este quadro. Com o propósito de criar uma alternativa de transporte menos agressiva ao meio ambiente, a Prefeitura da Cidade Universitária está implementando o projeto BiciCampus, que viabilizará a utilização de bicicletas para circulação no campus do Fundão. Além de representarem um grande favor à atmosfera, boas pedaladas são extremamente benéficas à saúde.

A iniciativa é inspirada em projetos bem sucedidos realizados em cidades como Paris e Amsterdã, onde é bastante comum a locomoção por bicicletas. Os responsáveis pela elaboração são Ivan Carmo, arquiteto e vice-prefeito da Cidade Universitária, e Celso Alvear, professor do Instituto de Física. A idéia consiste na construção de uma ciclovia e na implantação de um conjunto de postos, destinados ao empréstimo e devolução das bicicletas disponibilizadas aos freqüentadores do campus que estiverem cadastrados em um sistema de controle.

Segundo o prefeito Hélio de Mattos, a construção da ciclovia é a primeira ação a ser efetivada. Em sua opinião, além de proporcionar segurança aos ciclistas, a ciclovia corresponde a um espaço bastante familiar para os cariocas. “O projeto da ciclovia está sendo detalhado para, depois, haver a licitação para a execução. A segregação do ciclista em relação ao trânsito significa uma opção técnica de segurança, e, além disso, é algo de nossa cultura”, relata o prefeito.

A utilização das bicicletas será exclusiva aos limites do campus. Cada posto de empréstimo e de devolução será equipado com computador conectado a um servidor central, equipamento “no-break”, sistema de controle, câmera de segurança, bicicletas disponíveis para empréstimo e sistema de trava para as bicicletas. Os postos estarão preferencialmente localizados junto a centros de grande movimentação, próximos a locais com vigilância ativa, por questões de segurança.

Inicialmente, o número de bicicletas está previsto em 300, que deverão ser distribuídos numa média de 11 postos. As bicicletas devem conter uma cestinha na frente para auxiliar no transporte de livros e bolsas.

A maior facilidade de locomoção no interior do campus contribui para estimular a integração entre as unidades acadêmicas do Fundão. A alternativa implica também numa ocupação maior e mais racional de áreas da Cidade Universitária que nem sempre são bem exploradas.

Waldyr Mendes, diretor da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD), falou sobre aspectos relacionados à saúde que considera importante no projeto: “Primeiro temos que elogiar a iniciativa, é algo bastante difundido em outros países e será bem-vindo em nosso contexto. O Fundão, por sua dimensão, favorece o uso de bicicletas. Esta é uma atividade aeróbia que, feita com freqüência e duração adequadas, favorece a queima de calorias e o fortalecimento do músculo cardíaco, dependendo da intensidade e velocidade do exercício”, constata o diretor.

De acordo com Waldyr Mendes, a queima calórica está associada à diminuição dos riscos de obesidade, hipertensão e diabetes, doença que pode se manifestar ao longo da vida. “Mas isso vai depender muito da quantidade de tempo que a pessoa pedalar. Menos de 20 minutos trazem efeitos pequenos, a não ser que se façam vários períodos de 10 ou 15 minutos”, explica o professor.

O custo total previsto para a ciclovia é de aproximadamente 115 mil reais, enquanto a estimativa de orçamento para os equipamentos está em torno de 108 mil. O prazo de implantação do sistema é de 90 dias.