• Edição 138
  • 7 de agosto de 2008

Saúde e Prevenção

Cabelo para que te quero

Luana Freitas

Desempenhando um papel significativo no que diz respeito à aparência, os cabelos estão entre as partes do corpo humano que mais recebem cuidados, especialmente entre as mulheres. Não é à toa que, a cada dia, são inventados novos cortes e penteados nos salões de cabeleireiro. No entanto, o cabelo não é objeto de preocupação apenas para a ala feminina, sobretudo quando o assunto é queda capilar, um problema que afeta ambos os sexos.

A perda de cabelos, cientificamente conhecida como alopecia, é causada por diferentes fatores e pode ser permanente ou não. Conforme explica Celso Sodré, médico e professor de Dermatologia da Faculdade de Medicina da UFRJ, as alopecias mais comuns são as não cicatriciais, ou seja, quando não há destruição das porções vitais dos folículos capilares, existindo, dessa forma, a possibilidade de reverter o processo.

Entre os tipos mais freqüentes da doença, estão o eflúvio telógeno, a alopecia androgenética e a alopecia areata. O primeiro, pode ter diferentes origens, tais como interrupção do uso de pílulas anticoncepcionais, alterações hormonais provocadas após o parto, carência nutricional e situações de estresse. Caracteriza-se pelo aumento intenso da queda de cabelo, ultrapassando a quantidade aceitável de fios que podem cair diariamente, ou seja, mais de 100 fios por dia. “Este tipo de alopecia corresponde a um cansaço precoce dos folículos que entram em fase de repouso antes da hora programada, na qual permanecerão por três meses, após o que reiniciarão outra fase de trabalho contínuo por anos, e neste momento ocorrerá a queda do fio antigo”, esclarece o professor.

A alopecia androgenética, ou calvície, é a que apresenta caráter genético mais evidente, apesar de nem sempre possuir como causa o fator hereditário. Segundo Sodré, pode atingir cerca de 50% da população e ocorre com mais freqüência entre os homens, embora afete também as mulheres. “Eventualmente, no sexo feminino, pode estar associada a problemas hormonais, especialmente síndrome de ovário policístico. Também, neste sexo, tende a se agravar depois da menopausa”, aponta o dermatologista.

Já a alopecia areata, popularmente chamada de pelada, é uma enfermidade auto-imune que afeta, de acordo com o médico, em torno de 1% da população geral. Neste caso, o sistema imunológico do indivíduo ataca as células da matriz do folículo capilar, o que acarreta a interrupção de sua atividade e, em conseqüência, a queda do fio.

Fique alerta

Sodré salienta que os principais indicativos que diferenciam a queda normal de cabelos da doença são a quantidade de fios que caem, a redução de volume e densidade e a diminuição do diâmetro, dentre outros sintomas.

Ainda segundo o professor, as formas de tratamento variam de acordo com o tipo de alopecia. Portanto, o importante é ficar atento e procurar um dermatologista ao notar os primeiros sinais do problema.