• Edição 130
  • 12 de junho de 2008

Microscópio

30 Anos de E.L.A. compartilhados na Europa

Fernanda Fernandes - AgN/PV

Acontece entre os dias 20 e 22 de junho deste ano, o 6.º Congresso Europeu de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), em Lisboa. O evento, que acontece a cada dois anos, aparece como uma oportunidade relevante para o Setor de Doenças do Sistema Nervoso – Esclerose Lateral Amiotrófica (DNM-ELA) do Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC-UFRJ) compartilhar as vivências de 30 anos de experiências.

O congresso reúne países da Comunidade Européia, e estudiosos da ELA em outros países. Segundo José Mauro Braz de Lima, professor da Faculdade de Medicina da UFRJ e coordenador geral do Setor de DNM-ELA, o evento é de grande valor pra que se discutam esses diversos aspectos da doença, também conhecida como Doença de Charcot (em referência ao neurologista francês Jean-Martin Charcot, que, em 1862, descreveu primeiramente a doença).

- O Congresso é de suma importância para o setor de ELA da UFRJ devido à apresentação de três trabalhos: dois artigos (trabalhos de tema livre) e uma apresentação oral. Falaremos sobre a experiência ímpar que temos acumulado em 30 anos de estudo da Esclerose Lateral Amiotrófica no INDC, que se tornou uma referência nacional – explica José Mauro.

 A continuação de um trabalho de doutorado do professor José Mauro, que consiste no estudo da ELA com a valorização da neuro-imagem será um dos principais pontos da participação da UFRJ no Congresso.

O evento é voltado para profissionais e pesquisadores, e tenta discutir avanços, novidades, e contribuições importantes, e é da mais alta relevância no âmbito da neurologia.

Os 30 Anos de Excelência

O neurologista baseou suas teses de mestrado e doutorado (Demência na ELA) nessa esclerose, e figura entre os maiores pesquisadores desta doença no mundo. A partir dos estudos de José Mauro, um dos pioneiros na área, outros pesquisadores do mundo começaram a estudar a forma mental da ELA, incentivados pelo avanço tecnológico (técnica de neuro imagem: ressonância nuclear magnética, tumografia computadorizada do crânio, entre outros).

De acordo com José Mauro, no Brasil, as descrições da doença datam do início do século XX, mas trata-se de uma doença incomum, apesar de delicada. “ É uma doença crônica, degenerativa, fatal, e incomum, que acomete o adulto, na faixa de 40-50-60 anos, e é caracterizada pela atrofia, paralisia, distúrbios da fala. No entanto, atualmente a doença vem se tornando mais comum, embora não seja freqüente”, afirma o especialista.

O INDC está completando 30 anos de atendimento ininterrupto, de um programa acadêmico completo, que atua na área de assistência, ensino, pesquisa, e na área de extensão.

Depois de pesquisas específicas realizadas pela UFRJ, José Mauro passou a atender no ambulatório do INDC, que depois passou a ser o Setor de Doenças do Neuro Motor/ ELA, o qual ele é coordenador acadêmico e científico. Esse setor começou a se desenvolver, e continuou os estudos e pesquisas acerca do tema.

Em 1987, a doutora Marli Pernes, atual coordenadora Clínica do Setor, passou a atender junto com José Mauro, no ambulatório.

Outros eventos ainda estão por vir

Ao longo desse ano ainda haverá eventos internacionalmente relevantes nessa área de estudo, como um Congresso da Academia Brasileira de Neurologia, em Belém-PA.

Além disso, o Setor DNM/ELA – INDC – UFRJ promove uma série de eventos em referência aos 30 anos de experiencias: Simpósio em novembro, Auditoria Pública para discutir questões referentes a legislação , e a defesa de tese sobre os 30 anos de estudos do INDC, pela professora Marli Pernes.