• Edição 123
  • 24 de abril de 2008

Notícias da Semana

Técnicas de enfermagem em palestra no combate à dengue

Priscilla Prestes - AgN/CT

A Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN-UFRJ) promoveu, nessa quinta-feira, dia 24 de abril, um evento de Extensão que tem o objetivo de capacitar docentes e discentes nas formas de combate à dengue. A mesa foi composta pelas professoras Maria Antonieta Tyrrel, Lúcia de Fátima e Márcia de Assunção, atual diretora, coordenadora de Extensão e coordenadora da Pós-graduação da EEAN, respectivamente, o professor Roberto Medronho, do departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da UFRJ e Marlon Tavares Prado, da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro.

Marlon Tavares abordou as técnicas que podem ser utilizadas pelos enfermeiros e estudantes que queiram atuar como voluntários no atendimento às vítimas da epidemia provocada pela fêmea do Aedes Aegypti. Segundo ele, a primeira medida a ser tomada é hidratar o paciente. “Deve-se iniciar sempre, o mais rápido possível, independente do local, a hidratação com soro fisiológico.” Ele afirmou que o profissional de enfermagem deve fazer um acolhimento com uma avaliação e classificação de risco do suposto doente. Assim como deve ser verificada sua curva febril. “Muitas vezes, quando a temperatura do paciente começa a diminuir, ele entra no estágio avançado da doença, que é o hemorrágico e, para isso, deve-se orientar o retorno do paciente para reavaliação no primeiro dia sem febre ou retorno imediato quando esse apresentar sinais de piora”, explicou Marlon.

- O voluntário deve alertar também o paciente sobre os medicamentos que não devem ser consumidos, como a ASS, Aspirina, Buferin, Sonrisal, Doril, Melhoral e Alka-seltzer. Deve também, orientar a ele e a seus familiares sobre as medidas de eliminação dos criadouros do vetor - destacou o representante da Secretaria de Saúde do Estado.

Marlon citou também a importância da realização da prova do laço, medida capaz de verificar se o paciente manifesta a doença da dengue em forma hemorrágica. Segundo ele, para realizar tal prova, utiliza-se o manguito, instrumento medidor de pressão. “Deve-se insuflar o manguito no braço do paciente, num período de 3 e 5 minutos, respectivamente, em crianças e adultos, com isso pode-se verificar o surgimento de Petéquias, que indica a hemorragia”, explicou.

Segundo ele, o mosquito da dengue possui um vírus RNA de gênero flavivírus que pode ser manifestado em 4 sorotipos: o DEN 1, DEN 2, DEN 3 e DEN 4. Ele afirmou que todos esses tipos podem proporcionar grave doença. “Uma vez infectado por um sorotipo, o doente tem imunização permanente a ele e imunidade temporária e parcial, cerca de 3 a 4 meses, em relação aos demais sorotipos”, ressaltou Marlon.

Marlon lembrou que o contágio da dengue se dá através de uma relação do Aedes para o homem. “Ninguém pega dengue beijando na boca”, brincou. Segundo ele, tal doença se torna evidente, em geral, num período de 5 a 6 dias. “A dengue possui basicamente quatro formas de apresentação citadas em ordem crescente de gravidade: a infecção inaparente, o dengue clássico, o dengue hemorrágico e a síndrome de choque do dengue”, exemplificou Marlon. Segundo ele, essa divisão de estágios possibilita favorecimento de pacientes em estado mais preocupante. É claro que todos os pacientes devem ser diagnosticados e tratados, no entanto, a atenção deve ser maior aos que manifestam os sinais de choque - argumentou.