• Edição 122
  • 17 de abril de 2008

Teses

Ovogênese e degeneração de folículos ovarianos

Priscila Biancovilli

O estudante Marcelo Neves de Medeiros, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, defende sua tese de doutorado “Ovogênese e degeneração de folículos ovarianos induzida pela resposta imune em Rhodnius prolixus”, sob orientação do professor Ednildo de Alcântara Machado. A defesa acontece no dia 24 de abril, às 10 da manhã, no prédio do Centro de Ciências da Saúde (ilha da Cidade Universitária), bloco G, 1º andar, sala 22.

Neste trabalho caracterizou-se uma biblioteca de cDNA (DNA complementar) gerada a partir de folículos ovarianos do inseto Rhodnius prolixus, e estudou-se o mecanismo de repercussão de um processo infeccioso na degeneração de folículos imaturos. O transcriptoma revelou um grande número de transcritos desconhecidos, além de várias seqüências relacionadas à síntese, processamento e exportação de proteínas, diferenciação de gametas e sinalização celular. O perfil de expressão em estágios distintos da ovogênese foi determinado para seqüências selecionadas. A avaliação celular e molecular da atresia (obstrução) mostra que a degeneração dos folículos ovarianos vista na infecção artificial por Aspergillus niger é mediada pela resposta imune e não pelo metabolismo ativo do fungo, apontando a PGE2 como molécula de comunicação entre a imunidade e o distúrbio da ovogênese neste inseto modelo. O controle da ovogênese em diferentes insetos modelo é comparado e o papel da adaptação do hospedeiro na queda do potencial reprodutivo durante a infecção é discutido.


Análise proteômica da formação de biofilme

Priscila Biancovilli

No próximo dia 25 de abril, a aluna Lívia Carvalho Barbosa, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF) defende a dissertação de mestrado “Análise proteômica da formação de biofilme induzida por ácidos biliares em limitação de fosfato inorgânico em Vibrio cholerae 01”, sob orientação da professora Wanda Von Kruger, também do IBCCF. A defesa acontece às 9 da manhã, no prédio do Centro de Ciências da Saúde (ilha da Cidade Universitária), bloco G, 1º andar, sala 9.

A formação de biofilme tem um papel importante no sucesso de Vibrio cholerae como patógeno e como organismo ambiental, portanto, é um processo afetado por muitos fatores. Os ácidos biliares, por exemplo, estimulam a formação de biofilme por V. cholerae. Os níveis de Pi (fosfato inorgânico) ambiental também podem afetar a formação de biofilme. No caso de Vibrio cholerae esse efeito não era conhecido. Portanto neste estudo foi feita uma avaliação inicial do efeito dos níveis de Pi, na presença e ausência de um componente da bile (ácido deoxicoólico, DOC) na formação de biofilme em Vibrio cholerae O1 a 22 em 37°C. A cepa El Tor N16961, utilizada nos testes, formou pouco biofilme em ambas as temperaturas sob limitação de Pi em comparação com a quantidade formada em um meio complexo.

A adição de DOC no meio mínimo estimulou a formação de biofilme principalmente em baixo Pi, em ambas as temperaturas. Para informações mais detalhadas sobre o efeito do Pi e DOC na formação de biofilme por N16961 foi feita uma análise proteônica comparativa. Proteínas expressas por células planctônicas, sob limitação de Pi e biofilmes sob limitação de Pi e presença de DOC, pelo 48h, foram analisadas por eletroforese 2D. A maioria das proteínas apresentou pIe entre 4,5-6,5 e MMe entre 15-100 KDa. Das 253 proteínas diferentemente expressas, 130 foram identificadas por espectrometria de massas (MALDI-TOF/TOF). A análise do conjunto de proteínas específico de cada condição permitiu relacionar as características metabólicas aos estados fisiológicos das células livres e de biofilmes. As células planctônicas mostraram características de fase estacionária de cultura e as do biofilme, de células em fase exponencial.


Biotecnologia aplicada a plantas aromáticas da família

Priscila Biancovilli

No dia 28 de abril, a aluna Vanessa Affonso, da Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal, defende o projeto de tese de Doutorado “Biotecnologia aplicada a plantas aromáticas da família Lamiaceae”, orientado pelos professores Humberto Ribeiro Bizzo (Biotecnologia Vegetal), Alice Sato (Departamento de Ciências Naturais) e Celso Luiz Salgueiro Lage (Laboratório de Fisiologia Vegetal do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho). A defesa acontece às 10 da manhã, no auditório da Biblioteca do Centro de Ciências da Saúde (CCS), bloco L, na ilha da Cidade Universitária.

Metabólitos secundários são substâncias produzidas pelas plantas, que desempenham importante papel na defesa do vegetal contra as adversidades a que está exposto, garantindo a sobrevivência e propagação das plantas que os produzem. Podem ser utilizados em escala industrial para a produção de inseticidas, corantes, flavorizantes, aromatizantes e medicamentos. Embora muitos destes compostos possam ser sintetizados em laboratório, tal síntese é freqüentemente tão complexa que os rendimentos são baixos e a produção economicamente inviável. Alguns nunca foram quimicamente sintetizados, o que ainda leva à dependência de fontes biológicas para a obtenção de muitas destas substâncias.

Muitos destes compostos são obtidos através dos sistemas de produção agrícola convencionais. Entretanto, baixos níveis de produtividade têm sido encontrados e, devido ao alto valor econômico de alguns biofármacos, há necessidade de desenvolver sistemas alternativos de produção. Dentro deste contexto, a biotecnologia proporciona a oportunidade de utilizar, através da cultura in vitro, células, tecidos, órgãos ou toda a planta, interferindo em rotas metabólicas através de variações nas condições de cultivo, uso de agentes eliciadores ou manipulação gênica, para obter as substâncias desejadas; criando assim uma fonte de produtos homogêneos e bem definidos.

Óleos essenciais são metabólitos voláteis que contribuem para a fragrância das plantas que os produzem. Pela crescente utilização nas indústrias de alimentos, cosméticas e farmacêuticas, o cultivo de espécies aromáticas e a obtenção de óleos voláteis constituem importantes atividades econômicas. No entanto, as operações de processamento dos alimentos, desde a colheita prematura até longos prazos de armazenamento e tratamentos físicos, podem causar perda de aroma, necessitando uma posterior suplementação. Além disso, o crescimento do mercado de aromas e sabores impele os fornecedores a procurarem por fontes alternativas, tornando a produção biotecnológica de compostos aromáticos cada vez mais atrativa.

O projeto em questão visa o aumento da produção de substâncias constituintes dos óleos voláteis de plantas aromáticas como manjericão e tomilho através da utilização da biotecnologia vegetal.


Doença azul do algodoeiro: um problema que afeta o cerrado

Priscila Biancovilli

Alexandre Alberto Queiroz de Oliveira defende, no dia 30 de abril, o projeto de tese de mestrado “Desenvolvimento de teste diagnóstico sorológico para a Doença azul do algodoeiro”, pela Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal da UFRJ. O estudo tem a orientação da professora Maitê Vaslin de Freitas Silva, do Instituto de Microbiologia. A defesa acontece às 10h, no auditório da Biblioteca do Centro de Ciências da Saúde (CCS), bloco L, na ilha da Cidade Universitária.

A Doença Azul do algodoeiro, também conhecida como Mosaico das nervuras de Ribeirão Preto ou Cotton blue disease,tornou-se um dos principais problemas fitossanitários na cultura do algodão nas regiões produtoras de cerrado do país. Apesar de sua importância, ela ainda é pouco estudada e seu agente etiológico ainda não era conhecido, suspeitando-se apenas tratar-se de um luteovírus. Deste julho de 2003, foi iniciado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) um trabalho em colaboração com a EMBRAPA Algodão (CNPA) com o intuito de identificar o agente causador da Doença Azul. O grupo ampliou e clonou um fragmento de aproximadamente 1.100 pares de bases correspondentes ao genoma viral, confirmando pela primeira vez no mundo se tratar de um novo Luteovírus, do gênero Polerovírus, nomeado de Cotton leafoll darf virus (CLRDV).

Os resultados positivos preliminares permitem agora desenvolver kits para o diagnóstico desta doença. O único tipo de diagnóstico existente até o momento baseia-se no aparecimento dos sintomas, bem visualizados apenas em plantas praticamente adultas, acarretando dificuldade ao produtor para se livrar da doença, uma vez que inúmeras plantas já podem ter sido infectadas quando ele a identifica.

O desenvolvimento dos kits diagnósticos propostos possibilitará um estudo epidemiológico da doença e também será de grande valia nos programas de melhoramento, visando a identificação de cultivares resistentes à virose. Além disto, possibilitará a identificação precoce da doença, em plantas em estágios iniciais de desenvolvimento, e sua conseqüente eliminação. Este fato leva à contenção e minimiza a necessidade de uso de inseticidas.