• Edição 115
  • 21 de fevereiro de 2008

Saúde em Foco

Quando o sexo na gravidez é permitido, mulheres podem descobrir novos prazeres

Daniela Leiras

Nos consultórios de ginecologistas e obstetras, casais "grávidos" chegam a passar horas perguntando sobre o que pode e o que não é aconselhável durante a gravidez. Principalmente se o assunto é sexo. Será que o bebê corre o risco de se machucar? Ter relações freqüentes pode adiantar o parto? Existem restrições para o sexo oral? Especialistas dizem que a relação sexual não só faz bem neste período, como estimula algumas mulheres a terem orgasmo pela primeira vez. Confira os mitos e as verdades.

- Elas não têm mais medo de engravidar porque já estão grávidas e, por isso, podem ficar mais relaxadas e se entregar ao prazer. Outras não se sentem à vontade de manter relações com o marido, perdem o desejo. Não há uma regra, uma série de fatores pode influenciar. O importante é que exista o diálogo entre o casal - explica a ginecologista e obstetra Mariana Maldonado.

- Quando o médico constata que não existe risco para a saúde da mãe e do bebê, o sexo é muito saudável - acrescenta a obstetra Rita Bornia, diretora da Maternidade Escola da UFRJ.

É claro que ninguém vai sair por aí fazendo malabarismos, mas aproveitar este momento para testar novas fantasias pode até aquecer o relacionamento. Roberta Savedra, de 27 anos, ri quando lembra das peripécias que sugeria ao marido, Eduardo Barbosa, 31 anos.

- A médica disse que eu só não podia me pendurar no lustre! Como eu não tinha uma gravidez de risco, fiquei despreocupada e senti até que a libido aumentou entre os quatro e seis meses de gestação. O Edu era bastante cauteloso e pedia desculpa quando esbarrava na barriga. Eu fazia de tudo para não quebrar o clima. Uma vez, ele chegou a sentir o chute do bebê e achou que tivesse sido eu! - conta Roberta, mãe de Guilherme, de 3 meses.

Eduardo lembra de outra saia-justa, que aconteceu durante as preliminares. Nas últimas semanas da gravidez, a região dos seios se transformou em zona de perigo.

- Eu estava acariciando a Beta e, de repente, recebi um jato de leite. Foi um balde de água fria! Depois do susto, a gente conseguiu continuar numa boa. Aprendi que não pode apertar com tanta força - diz ele.

Renovada no guarda-roupa ajuda a incentivar fantasias

Não há dúvida de que é preciso ter jogo de cintura. Inclusive para aproveitar a gravidez e pedir inovações no dia-a-dia do casal e também no guarda-roupa. André Oliveira, de 30 anos, adora ver Daniella Campos, de 28, usando vestidos. Mas ela insistia em manter como companheira para todas as horas a calça jeans. Com jeitinho, ele convenceu a amada.

- Eu disse que adorava as pernas dela. Ela gostou da idéia do vestido para não apertar tanto a barriga durante a gravidez. Hoje, nossa filha Maria Fernanda tem 9 meses e a Dani não deixou de usar os vestidos - comemora André.

- Eu não engordei muito com a gravidez e continuo aproveitando algumas roupas deste período - diz Daniella.

" A barriga me deu mais confiança e auto-estima. Eu me preocupava em me vestir bem e não abria mão da maquiagem. "

Nos primeiros meses, é normal que a mulher estranhe as mudanças em seu corpo. Jamile Dantas, de 27 anos, lembra que só passou a se sentir sexy quando a barriga cresceu um pouco mais e os seios aumentaram.

- A barriga me deu mais confiança e auto-estima. Eu me preocupava em me vestir bem e não abria mão da maquiagem.

A obstetra Rita Bornia conta que a maioria de suas clientes passa a ser mais vaidosa.

- Elas fazem depilação para virem à consulta, mesmo que não seja necessário. Muitas que vão para o trabalho de parto já chegam maquiadas e com as unhas feitas para ficar bem na foto - conta.

 

O Globo Online , 15 de fevereiro, Editoria Intimidade

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