• Edição 112
  • 20 de dezembro de 2007

Saúde e Prevenção

Anticoncepcionais: qual é o melhor?

Marcello Henrique Corrêa

De tempos em tempos, a medicina se renova e pesquisas revelam cada vez mais métodos para os mais variados fins. Com os anticoncepcionais não é diferente. Hoje, a mulher ou o casal têm à disposição uma satisfatória variedade de dispositivos, medicamentos e condutas para evitar a gravidez. Contudo, se por um lado isso aumenta as possibilidades de adequação a cada mulher, por outro, dificulta a escolha, que precisa ser cada vez mais criteriosa, de acordo com as necessidades do casal.

Recentemente, a revista científica British Medical Journal publicou um estudo que aponta a diminuição do risco de câncer em mulheres que usaram a pílula anticoncepcional por até oito anos. O estudo coloca em questão os temidos efeitos de métodos hormonais e abre o debate sobre a escolha ideal de um contraceptivo.

— Hoje, as pílulas têm eficácia garantida, mas é necessário estar atento aos grupos de risco — afirma Maria do Carmo Borges, chefe do Setor de Reprodução Humana do Instituto de Ginecologia da UFRJ. O grupo inclui mulheres fumantes ou, ainda, portadoras de diabetes e hipertensão ou mesmo outras doenças importantes da mulher, que continua precisando de proteção para uma gravidez não-planejada ou arriscada para sua saúde. “É preciso dar uma atenção maior para esses casos”, lembra a professora.

Dispositivo intra-uterino

O DIU consiste em um pequeno objeto, inserido na cavidade uterina, exercendo sua função contraceptiva. Mais frequentemente, esse dispositivo possui em sua haste principal filamentos de cobre que tornam o ambiente uterino impróprio para espermatozóides. “O DIU é um método extremamente eficaz, tanto quanto a pílula”, afirma Maria do Carmo. A médica lembra, contudo, que a reação ao cobre pode, por exemplo, aumentar o fluxo menstrual, causando desconforto.

Entretanto, há uma opção: “Existe um DIU que contém progesterona, no lugar do cobre”, informa a médica. Ele é indicado para as mulheres que tem muita cólica menstrual ou que tem um fluxo muito aumentado.

Outros métodos

Além dos hormonais e da pílula, a gravidez pode ser prevenida por inúmeras maneiras. Basicamente, dividem-se em: comportamentais, de barreira, dispositivo intra-uterino (DIU), métodos hormonais e cirúrgicos. Incluído nos comportamentais está, por exemplo, o método rítmico – o conhecido método da tabelinha. Esse método é indicado para mulheres com ciclo menstrual regular. Já entre os cirúrgicos, está a laqueadura de trompas, definitiva, que deve ser feita apenas por mulheres conscientes e determinadas a não gerar mais filhos.

Como escolher

Maria do Carmo reafirma a máxima de que não há um método anticoncepcional ideal para todos, mas que se deve, na verdade, fazer uma análise de cada caso, de cada individualidade. “É preciso conhecer o perfil da paciente. Essa análise faz parte do sucesso do método”, orienta a professora, lembrando que a parceria entre paciente e médico é fundamental.

— A escolha deve ser feita através de uma conversa entre a paciente (ou o casal) e o médico. Os critérios sopesados para se fazer a melhor escolha dependem de hábitos e de particularidades como fumo, peso, índice de massa corporal e tipo de pele, entre outros — explica a médica. “Tudo passa por uma boa conversa e por um bom exame de cada paciente”, finaliza.