• Edição 105
  • 01 de novembro de 2007

Cidade Universitária

Coleta seletiva ganha força na UFRJ

Marcello Henrique Corrêa

A Prefeitura Universitária, em conformidade com o Decreto-Lei 5.940, de 25 de outubro de 2006, está destinando atenção especial aos problemas de coleta de lixo e preservação do meio ambiente. Em pauta, o tema da coleta seletiva está unindo funcionários da PU e do Escritório Técnico da Universidade (ETU) em reuniões que visam esclarecer e apresentar o programa Reciclando. A atividade na Prefeitura é organizada pela Comissão de Coleta Seletiva.

A comissão foi criada para implantar o programa na Universidade. Algumas experiências nesse sentido já estão sendo feitas há algum tempo, é o caso do prédio do Centro de Tecnologia – o Recicla CT. “Aproveitou-se o CT, onde já existia uma coleta seletiva. O CT, até por ter uma demanda muito grande, foi escolhido como projeto piloto, o Recicla CT”, explica Carmen Odete Antinarelli, coordenadora da Comissão. “A Prefeitura, como responsável pela coleta do lixo na Universidade e membro da comissão, precisava fazer alguma coisa. Depois de algumas conversas e reuniões, começou o projeto da coleta seletiva na PU, em parceria com a ITCP”, completa Carmen.

Lixo selecionado no Laboratório de Tecnologia Submarina

Antes mesmo da implantação completa do programa, algumas experiências de sucesso já podem ser encontradas na UFRJ. É o caso do Laboratório de Tecnologia Submarina (LTS) da Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia, COPPE/UFRJ. Fernando Sepúlveda, assessor de sistema de gestão integrado de qualidade, segurança e saúde ocupacional do LTS ministrou a segunda palestra do Ciclo.

O LTS trabalha basicamente com ensaios e estudos de estruturas submarinas. “Trabalhamos muito fazendo testes para ver quanto os tubos resistem às correntes submarinas. O laboratório, dessa forma, simula as condições de águas profundas do mar. Nossos clientes, basicamente, são empresas de petróleo e gás”, explica Sepúlveda. Há algum tempo, o laboratório tenta adequar suas atividades às exigências ambientais. Com o lixo da Petrobrás, por exemplo, foi construída uma fazenda marinha, transformada em área de proteção ambiental.

Desde 1999, o LTS passou a se preocupar com a criação de sistemas de gestão. A princípio, a gestão de qualidade; posteriormente, outro sistema de gestão de segurança, saúde ocupacional e ambiental foi elaborado. “Como não tinha exigência de cliente nenhum, começamos de forma muito tímida. A primeira coisa que pensamos em fazer foi montar um programa de lixo selecionado”, conta Fernando Sepúlveda.

O programa de coleta seletiva no LTS funciona com diversas lixeiras, de acordo com a área do laboratório. Na área de testes, por exemplo, além das lixeiras seletivas normais, há recipientes destinados a receber materiais como óleo, serragem e estopa. Por outro lado, na área comum existem lixeiras exclusivas para pilhas e baterias, além de locais para descarte de material eletrônico.

Segundo Sepúlveda, o laboratório dispõe da latas de lixo suficientes para o descarte do lixo interno. Entretanto, a destinação desse material ainda era um problema. “Dentro do laboratório, o programa de coleta seletiva sempre andou bem. Mas tínhamos um problema sério em relação ao recolhimento do lixo para fora”, relata o assessor, contando as diversas parcerias, todas sem muito sucesso. Com o decreto de 2006, porém, o lixo foi transformado em patrimônio e, portanto, deveria ser encaminhado para associações de catadores de lixo. “Isso resolveu meu problema de lixo e hoje tem sempre alguém que recolhe e dá destino correto aos resíduos”, afirma Fernando.

Tudo isso já era feito e relativamente iniciado dentro do LTS, quando, há dois anos, a Petrobrás – empresa com fortes contatos com o Laboratório – determinou algumas regras de riscos ambientais. “O Laboratório já estava iniciando seus trabalhos nessa área, e por isso foi fácil implantar as exigências dentro do prazo de um ano”, relata Fernando.

Com isso, o sistema de gestão de segurança e riscos ambientais no Laboratório foi consolidado e ajudou, inclusive, ao programa de lixo seletivo se incorporar na política do LTS. “Não adianta colocar esse programa de lixo seletivo solto. Ele está amarrado na planilha de riscos, revisada todo ano”, finaliza Fernando Sepúlveda.

As atividades do Programa Reciclando na PU continuam até o dia 12 de novembro, quando se inicia o Mutirão de Limpeza. O encerramento ficou por conta do grupo musical Chegando Junto, da COMLURB (Companhia Municipal de Limpeza Urbana). O início da coleta seletiva na Prefeitura está marcado para o dia 12 de novembro.