• Edição 103
  • 18 de outubro de 2007

Microscópio

Debate promete enriquecer o XI Fisio Fundão

Marcello Henrique Corrêa

De uma iniciativa para angariar fundos de formatura a um projeto acadêmico de grande porte. Essa, basicamente, é a trajetória do Simpósio de Fisioterapia da UFRJ, o Fisio Fundão, que acontece, nos dias 26, 27 e 28 de outubro, pela 11ª vez. O evento, organizado por alunos do último ano do curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina (FM/UFRJ), ocorre no auditório Professor Rodolpho Paulo Rocco, o Quinhentão, localizado no Centro de Ciências da Saúde, na Ilha da Cidade Universitária.

— O evento começou com uma iniciativa de formandos, para conseguir fundos para a formatura, mas com o tempo ganhou porte — conta Alan Rodrigues Bolorini, aluno do 8º período do curso de Fisioterapia da FM e membro da comissão organizadora. Alan explica, com o tempo, o simpósio passou a ter maior notoriedade dentro do departamento de Fisioterapia.

No início, segundo ele, a verba arrecadada era apenas para a formatura. Há três anos, porém, parte dos recursos começou a ser repassada para os serviços de fisioterapia da UFRJ, oferecidos pelo Hospital Universitário Clementino Fraga Filho e pelo Instituto de Neurologia Deolindo Couto, entre outros. “No ano passado, foi decidido que todos os recursos seriam usados por esses serviços, desvinculando o evento da comissão de formatura. Sabemos que estamos em uma universidade federal e esse esforço é necessário para financiar equipamentos caríssimos. É um amadurecimeno profissional perceber essas necessidades do setor”, revela Alan, ressaltando que todos os envolvidos com o simpósio são voluntários.

Segundo o estudante, o principal público do evento é composto por estudantes, 80% dos inscritos. Para Alan, é importante, contudo, estimular a presença também de profissionais. Ele acredita que a existência de oficinas, aprofunda temas específicos e contribui nesse sentido. “A participação de profissionais em um evento como esse nos confere um certo respaldo, consolidando o Fisio Fundão como um projeto, de fato”, comenta.

Essa edição conta com uma novidade: a participação da mesa redonda de Neurologia. Por iniciativa da professora Ana Paula Fontana, a mesa irá reunir diversos assuntos da área, conferindo ao simpósio, segundo Alan, um caráter mais forte de debate está em apostar na mesa redonda como um meio de reunir diversas opiniões. “Um simpósio exige discussão. O evento funcionava com palestras de 40 minutos e apenas 10 minutos de perguntas e debate. Era pouco e ficava mais falado”, afirma o organizador.

O Fisio Fundão não tem um tema central. Alan afirma que a característica desse simpósio é trabalhar com temas variados. “É válido e é também um desafio, pois precisamos abordar um largo leque de assuntos e manter elevada a qualidade”, opina o aluno. Além disso, a comissão organizadora aposta em inovações, como “Gestão em Fisioterapia: estratégias e métodos de gerenciamento em busca da qualidade.” Segundo Alan, esse tema é inédito em encontros sobre o assunto.

— O objetivo é fugir daquela coisa metódica, muito técnica —, explica o estudante. A última palestra do evento confirma essa tendência. Será ministrada por Rui Nuno Nunes Fernandes, paciente tetraplégico e ex-judoca, que falará sobre os benefícios da Fisioterapia em paciente em reabilitação pós TRM.