• Edição 101
  • 04 de outubro de 2007

Cidade Universitária

Multiplicação de plantas por estaquia


Luisa Carneiro Alves da Agência UFRJ de Notícias / CT

Em um primeiro momento pensa-se logo em um processo complexo, de difícil execução. No entanto, basta se informar um pouco melhor para descobrir, a estaquia é um dos mais simples métodos de multiplicação de plantas; no entanto, esta simplicidade não dispensa trabalho e dedicação.

Isso se pode observar ao visitarmos o Horto da UFRJ, no Fundão. Com o intuito de concretizar os projetos há algum tempo elaborados pela sessão de Paisagismo, ele foi criado em 1989 para poder fornecer as plantas, a terra adubada e a mão-de-obra necessária, já que as unidades não tinham recursos para isso.

Então, juntamente com o surgimento do próprio Horto, teve início a multiplicação de plantas por formas diversas, a maioria por estaquia. Processo assexuado de reprodução vegetativa, a estaquia consiste em coletar ramos de plantas pré-selecionadas, retirar as folhas de um segmento do ramo pelo corte (varia de acordo com a espécie da planta) e, então, plantá-las diretamente na terra preparada para desenvolverem raiz e finalmente brotarem, dando origem a uma nova muda exatamente igual à planta mãe.

Esse momento de retirada das folhas é o que exige maior cuidado e atenção: “Há toda uma técnica para se retirar essas folhinhas, a saída delas, os nós, têm que ser deixados para poder sair um novo broto e a raiz, e deve-se tomar cuidado também para não remover o material vegetativo, caso contrário não tem como brotar”, atentou Beatriz Emilião Araújo, paisagista e diretora do Horto da UFRJ. “Não se pode arrancar as folhas, porque além de retirar o material vegetativo, machuca a planta, tornando fácil o acesso de doenças”.

Segundo ela, a estaquia é bastante utilizada por ser fácil e rápida: “É vantajosa porque leva menos tempo para a planta se desenvolver.” No entanto também atentou para uma das desvantagens do processo: “Por ser uma clonagem, caso a planta mãe esteja doente, a doença se transmitirá para as demais”, lembrou a paisagista. 

A multiplicação de plantas por estaquia do Horto da UFRJ é financiada pela própria Universidade e, atualmente, é realizada por mão-de-obra terceirizada, contando com apenas alguns funcionários da UFRJ. Além da reprodução eles também são responsáveis pelos jardins e pela execução dos projetos paisagísticos tanto do Fundão como dos outros campus da Universidade. Apesar das mudas reproduzidas serem principalmente para esses projetos, algumas vezes são realizadas doações para ONGs, associações de moradores e escolas.

Para saber mais sobre esse método, aplicado principalmente em plantas de arbusto e de pequeno porte, pode-se visitar a “Oficina de multiplicação de plantas através de estaquia”, exposta na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, desde o dia 3 e até o dia 6 de setembro, no Hangar da Cidade Universitária, no Fundão. Nela, os participantes poderão também realizar a reprodução das mudas pela estaquia.