• Edição 084
  • 06 de junho de 2007

Argumento

Faculdade de Farmácia expande campo de atuação: Medicina será a próxima



Julianna Sá

O próximo vestibular realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), edital de 2008, trará uma novidade aos estudantes que almejam cursar Farmácia. O curso estenderá não só seu quadro de vagas, mas também seu campus. Trata-se de uma nova base de atuação, com instalação em Macaé, que vai oferecer um número atraente de vagas: 25 por semestre, totalizando 50 no primeiro ano de funcionamento. A expansão faz parte do projeto do REUNI, uma estratégia do Governo Federal que, dentre outras ações, pretende interiorizar a Universidade, possibilitando a oferta de um número maior de vagas. "Esse tipo de ação é nova no que diz respeito à UFRJ, mas a Universidade Federal Fluminense (UFF), dentre outras, já faz isso também", observa o diretor da Faculdade de Farmácia, Carlos Rangel.

A instalação do curso já foi aprovada na Faculdade de Farmácia, no Conselho de Centro - por unanimidade - e no Conselho de Ensino de Graduação - também por unanimidade - no último dia 30. Todas as etapas procedimentais já foram superadas e cumpridas, segundo Rangel, e agora é somente aguardar pelo edital do vestibular 2008, que já constará as novas vagas.

A escolha da cidade aconteceu devido a existência do Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé (NUPEM) já instalado no local. O Núcleo deu início a todo o processo de interiorização da Universidade. Além disso, a receptividade da Prefeitura daquela cidade, que sempre esteve interessada no projeto, também facilitou a continuidade dos planos. Porém, esse interesse tem especificações importantes, como a implantação de uma política de estrutura pedagógica diferenciada. "Eles desejam que os professores se fixem em Macaé, como já acontece com os professores do NUPEM, que é um núcleo de pesquisas do Instituto de Biologia da UFRJ. Hoje são cerca de 12 a 15 professores e 80% deles foram contratados para ficar trabalhando em Macaé", explica o diretor.

O interesse da Faculdade de Farmácia em ir para Macaé ocorreu quando o Instituto de Química, há dois anos atrás, fez uma proposta de levar o curso de licenciatura em Química para o local. Na verdade ainda não existe um campus avançado em Macaé, mas um pólo. O NUPEM, que é um órgão suplementar do Centro de Ciência da Saúde (CCS), no momento está sediando o curso de biologia e realiza disciplinas e aulas práticas do curso. Mas com a possibilidade concreta da ida da Faculdade de Farmácia e do Instituto de Química, haverá uma integração ao Instituo de Biologia em alguns prédios e blocos que já foram construídos dentro do centro universitário de Macaé. "Dentro desse centro universitário de Macaé vão ficar a Biologia, Química, Farmácia e outros cursos que, durante esse processo do REUNI, desejarem se instalar", complementa Carlos Rangel.

No caso da docência, vai ser aberto um novo concurso especificamente para o projeto de expansão e a idéia de que os professores contratados não só dêem aula em Macaé, mas se estabeleçam na cidade, é primordial para que possam desenvolver projetos de pesquisa e extensão. Para os vestibulandos o sistema de aprovação é o mesmo em toda a Universidade. "Não se trata de um novo curso, mas de uma ampliação do número de vagas. É uma turma da Faculdade de Farmácia em Macaé, então o vestibular é o mesmo da UFRJ", destacou o diretor.

Para o futuro, o diretor conta que há planos para a criação de um abrigo estudantil, com apoio da Prefeitura, para atender as necessidades não só dos estudantes que moram em outros estados, mas também dos que residem em municípios próximos, mas que teriam dificuldades de retornar todos os dias para casa. O curso de Medicina também seguirá o grupo e pretende já poder oferecer vagas para uma turma no vestibular de 2009. A tendência é de que o número de vagas seja o mesmo da Farmácia, 50. Segundo diretor da Faculdade de Medicina, Antônio Ledo, "a idéia de uma nova turma em Macaé não é reproduzir o curso de medicina que temos aqui no Fundão e sim criar um curso padrão UFRJ com perspectivas inovadoras, com novas tecnologias como a utilização da telemedicina e dar aos formandos oportunidades de participação na comunidade e no programa de Saúde da Família existente na cidade".