• Edição 083
  • 31 de maio de 2007

Microscópio

A Minerva se expandindo para o mundo com a arte popular

Stéphanie Garcia Pires

Comemorando seus 20 anos de fundação, a Companhia Folclórica do Rio-UFRJ, da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD), foi convidada pelo Comitê de Organização dos XV Jogos Pan-Americanos para trabalhar junto à cerimônia de abertura do evento. Eleonora Gabriel, professora do Departamento de Arte Corporal, idealizadora e coordenadora da Companhia, define a oportunidade como um grande presente trabalhoso, um reconhecimento do esforço do grupo de músicos e dançarinos formado a fim de pesquisar a dança popular brasileira.

Segundo Eleonora, o convite foi uma surpresa e uma honra por ter sido fruto de uma série de indicações feitas pela FUNARTE (Fundação Nacional de Arte) e por outros pesquisadores da dança. A coordenadora relembra que “na época, a companhia estava em temporada no Teatro Cacilda Becker. A equipe de Doug Jack, diretor geral de abertura do Pan, foi nos assistir e oficializou o pedido”.

Ela divide a função com dois coreógrafos renomados, Carlota Portela e Renato Vieira, cada um com seu segmento próprio. “Bryn Walters, diretor geral de coreografias do Pan, nos entregou o projeto. Eleonora esclarece que seu segmento teve os figurinos criados por Rosa Magalhães, professora aposentada da Escola de Belas Artes (EBA/UFRJ), que também selecionou as manifestações de dança popular para a cerimônia de abertura.

Ao todo, o segmento da professora conta com 704 voluntários, dos quais 650 participarão diretamente da coreografia. 40 são estudantes de Bacharelado de Dança da EEFD da Universidade, 30 são dançarinos da Companhia Folclórica do Rio-UFRJ e 150 são graduandos tanto da Escola de Educação Física e Desportos quanto de outras unidades da UFRJ. Todos foram divididos em grupos por categoria de dança.

A coreógrafa explica que o desafio é trabalhar cada grupo e depois conseguir a constituição de um todo, além de precisar fazer a mediação entre uma tradição popular e um mega-espetáculo com pessoas que, na maioria, têm pouca experiência. “Aprendi que sem voluntários não se faz nada e cresci com essa oportunidade de coreografar multidões, os truques e a matemática que isso requer”.

Os ensaios gerais começaram recentemente, com um pouco de atraso em relação ao planejado, porém, são intensos. O esforço é para que dê tudo certo no dia da abertura dos jogos pan-americanos, que Eleonora define como uma oportunidade única para a sociedade ver um trabalho que nasceu na UFRJ, mas pode ser grandioso. “É a Minerva estendendo seus braços para a arte popular e se expandindo para o mundo” – brinca a coreógrafa.

Ela se diz satisfeita pelo Comitê de Organização do evento ter reconhecido a riqueza das danças populares brasileiras e tê-las incluído em um repertório que garante surpresas. Por fim, pede a torcida de todos durante o espetáculo e agradece os apoios que recebeu para a realização.

- Queria deixar um agradecimento para o diretor da EEFD, Waldir Ramos, para toda a Educação Física, para o Departamento de Arte Corporal, para a Pró-reitoria de Graduação (PR-1) – principalmente para a superintendente Déia Maria Ferreira - e para a Pró-reitoria de Extensão (PR-5) - em especial para a superintendente Isabel Alencar.