• Edição 080
  • 10 de maio de 2007

Microscópio

13ª Conferência Nacional de Saúde: para onde vamos?

Julianna Sá

Treze anos após a realização da 8ª Conferencia Nacional de Saúde, que teve significado importante devido às resoluções e medidas adotadas a partir de então, ainda existem inúmeras questões relacionadas ao direito à saúde e à implantação do Sistema Único de Sáude, o SUS, que precisam ser debatidas. O evento institucional, que é 13ª Conferência Nacional de Saúde, dá continuidade a essa pauta, “mas dentro da universidade o que se pretende é justamente mobilizar as pessoas para um outro foco, para uma nova abordagem das determinações que envolvem a área de saúde”, destaca a organizadora do evento Regina Simões, professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC/UFRJ).

No dia 22 de maio, terça-feira, o Instituto realiza uma mesa-redonda para colocar em discutir novamente os rumos da saúde pública no Brasil. Com a Conferência que ocorre este ano, quatro após a última edição, o intuito é promover um debate sobre as políticas públicas desenvolvidas para a área, tema relativamente ausente do espaço acadêmico.

Organizadora do evento, a professora Regina Simões destaca a importância de aproveitar a oportunidade para retomar a discussão. "A realização da 13ª. Conferência este ano vai cumprir um excelente papel, afinal, enfrentamos grandes dificuldades no que diz respeito à assistência à saúde." O evento, apesar do gancho e enfoque dado, não está vinculado aos processos institucionalizados de mobilização para a 13ª Conferência Nacional de Saúde, que incluem, entre outras questões, a eleição de delegados para representação de instituições. A pretensão é promover tal discussão dentro da universidade, fundamentalmente entre os alunos, seja dentro da própria UFRJ, seja com as demais instituições relacionadas ao campo da saúde.

– Nossa intenção é trazer para o debate, além dos alunos de graduação e pós-graduação, professores, pesquisadores e técnicos da UFRJ com interesse e envolvimento com o campo da saúde, especialmente os segmentos organizados da população envolvidos neste processo– , explica Regina Simões.

Para compor a mesa foram convidados pesquisadores renomados de três importantes instituições formadoras na área de saúde – Fiocruz, UERJ e a própria UFRJ. "Quisemos, com isso, garantir uma boa representatividade institucional e um debate ampliado, abrangendo diversas vertentes que envolvem a questão da saúde em âmbito nacional", comenta a professora Regina.

Cada um dos pesquisadores fará um recorte próprio do tema, enfocando a respectiva área de atuação. O pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fiocruz, Eduardo Stotz, deve abordar as questões sociológicas, econômicas e políticas nos programas de saúde. Sara Granemann, pesquisadora da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Maria Inês de Souza Bravo, da Faculdade de Serviço Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro devem enfocar a questão social dessas políticas brasileiras de saúde.