• Edição 079
  • 03 de maio de 2007

Microscópio

O Serviço Social na contramão do Neoliberalismo

Stéphanie Garcia Pires

Dia 15 de Maio é comemorado o Dia do Assistente Social e, entre as diversas manifestações pelo país em nome desta data, será realizada no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) a III Jornada de Intercâmbio de Trabalhos Sociais na Área da Saúde do Estado do Rio de Janeiro. Vânia Dias de Oliveira, assistente social e chefe da Seção de Planejamento e Educação Continuada do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, é também a coordenadora do evento.

– A Jornada procura refletir sobre a prática cotidiana do assistente social na área de saúde, que vem acontecendo na contramão do projeto neoliberal, implantado no país a partir da década de 90 e que age na negação dos direitos. O primeiro objetivo é tratar dos avanços conquistados pelos profissionais de Serviço Social desde os 70 anos em que o curso foi criado no Brasil e destacar sua luta em nome da recuperação da ética, dos princípios humanistas e do respeito ao cidadão, – explicou Vânia.

A jornada reserva, ainda, espaço para a discussão do Programa de Transferência de Renda enquanto estratégia contra a pobreza. A coordenadora argumenta que é urgente a necessidade de refletir os acontecimentos que surgem em conseqüência do neoliberalismo e incitar um esforço para encontrar formas alternativas de combate efetivo às desigualdades, que geram miséria, fome, aumento da violência e contribuem para o não exercício pleno da cidadania.

Segundo Vânia, a história dos assistentes sociais começou com práticas filantrópicas que, ao longo do tempo, aliaram-se cada vez mais ao compromisso com a garantia dos direitos a todos os membros da sociedade.

No HUCFF há ao menos 30 profissionais de Serviço Social que estão espalhados por praticamente todos os setores do hospital. Além de envolvidos nas questões de ensino e na elaboração de projetos, atuam na seção de Planejamento e Educação Continuada e lidam diretamente com pacientes externos e internos. Neste último caso, “o assistente social empenha-se em conhecer a realidade sócio-econômica-cultural dos pacientes e fornecem a eles informações de que necessitam. Busca-se recursos para ajudá-los, esclarecer a respeito de seus direitos, e atender a outras demandas mais específicas”.

Vânia conclui que a III Jornada, em geral, procura conscientizar seus profissionais e outros interessados sobre a importância do papel do assistente social, que contribui com melhorias não só nas instituições em que atua e nos seus pacientes, mas para a sociedade como um todo.