• Edição 078
  • 26 de abril de 2007

Notícias da Semana

Projeto Fendas inaugura sala de odontologia

Tainá Saramago

O Projeto Fendas do Hospital Universitário o Clementino Fraga Filho (HUCFF) ganhou um novo espaço ao inaugurar a sala de odontologia na manha dessa quarta-feira, dia 25 de abril. A nova intalação localiza-se na sala 144, corredor dos ambulatórios do 1º andar do HUCFF, e está equipada com máquinas e utensílios doados pela empresa Colgate-Palmolive. Esta parceria procura meios para viabilizar a melhoria do atendimento prestado à população, possibilitando também que mais pessoas sejam beneficiadas. O investimento foi de aproximadamente R$10 mil e foram doados também 200 kits de higiene bucal, que serão distribuídos para os pacientes.

– A partir de agora temos um espaço totalmente adequado e os equipamentos necessários para oferecer um atendimento melhor e um tratamento completo para os nossos pacientes. A utilização desta sala vai possibilitar dobrar o número de pacientes atendidos pelo Projeto Fendas – , afirmou o cirurgião plástico Diogo Franco do Serviço de Cirurgia Plástica do HUCFF e idealizador do projeto.

O Projeto Fendas é vinculado ao Serviço de Cirurgia Plástica do HUCFF. Atualmente atende 80 paciente e faz 15 cirurgias de correção de fendas lábio-palatais por mês. O HUCFF é o único hospital do Rio de Janeiro que realiza a cirurgia de correção de fendas lábio-palatais (em adultos e em crianças), mas apesar de já ter sido vistoriado e aprovado como capacitado para realizar a cirurgia corretiva, o hospital ainda aguarda o credenciamento pelo SUS.

O objetivo do Projeto é oferecer um serviço gratuito e de qualidade à população carente, portadora desta má-formação. Dentro do Hospital Universitário, a cirurgia de correção da fenda é gratuita. Pessoas de qualquer idade podem se submeter à operação.


Homenagens à Maria Lenk marcaram o sétimo dia de sua morte

Amanda Wanderley, da AgN/Praia Vermelha

Sete dias após a morte de Maria Lenk, a UFRJ homenageou a mulher que se destacou por sua coragem e determinação, tão incomuns ao gênero de sua época, como atleta e como participante fundamental na construção da Escola Nacional de Educação Física (Enef) da Universidade do Brasil. Parentes, amigos, ex-alunos e autoridades do esporte brasileiro como João Avelange e representantes do Comitê Olímpico Brasileiro, dedicaram a manhã do dia 24 à nadadora. A  cerimônia aconteceu na primeira piscina da escola, localizada inicialmente na Praia Vermelha, seguida da missa de sétimo dia, celebrada pelo Arcebispo Auxiliar do Rio de Janeiro, Edson Homem, na capela de São Pedro de Alcântara do Forum de Ciência e Cultura (FCC).

Às 10 horas da manhã, alunos e professores de natação da Praia Vermelha interromperam suas atividades e fizeram um círculo em volta da primeira piscina da antiga Enef, onde jogaram pétalas de rosas, liderados por Sebastião Amoedo, professor da Escola de Comunicação. A professora da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) da UFRJ, Eliete Cardoso, participou da homenagem. Desde jovem, Eliete acompanhou a vida de Maria Lenk, sendo aluna da atleta e professora da Enef durante a gestão de Lenk como diretora.

“Ela fez muito pelos desportos do nosso país, principalmente pelos aquáticos, tanto a natação como o nado sincronizado”,   disse  Eliete, revelando que Maria Lenk foi a primeira professora a fazer uma coreografia de nado sincronizado no Brasil. “Além disso, ela lutou intensamente pela criação da escola de Educação Física e pela mudança para a Ilha do Fundão, indo à Brasília quase que diariamente, durante o governo militar, para conseguir verbas”, contou Eliete, que acredita ser a infra-estrutura da EEFD a melhor do país.

Antes da missa, Sebastião Amoedo exibiu a entrevista que fez com Maria Lenk, em 2006, para o programa Sede de Saber, da TV Alerj, em parceria com o Conselho de Minerva da UFRJ. Durante a entrevista, Lenk contou que começou a nadar no rio Tietê quando criança, incentivada por seu pai, para curar doenças infantis, como a pneumonia.

Entre as curiosidades que presenciou nas Olimpíadas de Berlim, em 1936, Maria Lenk desmistificou Jesse Owens, conhecido por vencer a prova de salto em distância, desestabilizando a teoria nazista de superioridade ariana. Lenk revelou que a comissão técnica alemã, contrária a Hitler, ensinou truques a Jesse Owens.

A missa, celebrada na capela do FCC pelo Arcebispo Auxiliar do Rio de Janeiro, Edson Homem, foi concelebrada pelo Monsenhor Sérgio Couto, que é sobrinho de Maria Lenk. Na cerimônia, estiveram presentes autoridades do esporte brasileiro, como João Havelange, presidente de Honra da Fifa. “Não sei se essa missa é muito ou pouco, mas qualquer coisa que fizermos por Maria Lenk será sempre pouco pelo muito que ela fez. Sem dúvida, Maria foi um exemplo e se a juventude se espelhar nela dará ao Brasil momentos de grande alegria como ela sempre deu”, disse Havelange ao site da UFRJ.