• Edição 077
  • 19 de abril de 2007

Cidade Universitária

Asfalto usado na Cidade Universitária faz parte de pesquisa da UFRJ


Fernanda de Carvalho – Agência UFRJ de Notícias – Centro de Tecnologia

O desconforto de quem transita pelas vias do Fundão, causado pelas trincas, buracos e níveis de irregularidade do asfalto, estão com os dias contados. A prefeitura da UFRJ, interessada em recuperar a pavimentação da Cidade Universitária, se uniu ao Laboratório de Geotecnia da Coppe/UFRJ e ao Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) para uma aplicação experimental de novas tecnologias de pavimentação. A parceria tecnológica busca oferecer melhorias no tráfego do campus do Fundão, e representa uma oportunidade de se pôr em prática as pesquisas da Universidade.

Estão sendo testados novos produtos asfálticos desenvolvidos pelo Cenpes e pelo Setor de Misturas Asfálticas - pertencente ao Laboratório de Geotecnia da Coppe. “As tecnologias empregadas envolvem misturas asfálticas a quente (chamadas de Concreto Asfáltico Usinado a Quente - CBUQ) com ligantes convencionais e ligantes modificados por polímeros, borracha de pneu moído, e outros produtos em desenvolvimento no Cenpes”, explica a professora Laura Goretti, responsável pelo Setor de Misturas Asfálticas.

Os critérios utilizados para a escolha de cada material foram, basicamente, as condições das vias na ocasião das análises e o volume do tráfego de cada local específico. “Na Avenida Carlos Chagas Filho, próximo ao Centro de Ciências da Saúde (CCS), como o tráfego é menor - e o pavimento não estava com tantos problemas, como na Horácio Macedo - estão sendo aplicadas misturas a frio. Em torno do Cenpes, por outro lado, foi utilizado asfalto com polímeros”, exemplifica Laura.

Importância
Em junho de 2006, foram feitos pelo laboratório da Coppe os primeiros levantamentos das condições do pavimento, assim como as análises e a elaboração das possíveis soluções para a situação – um tanto crítica - das vias do Fundão. Há cerca de 60 segmentos com diferentes soluções.
As primeiras obras tiveram início em novembro do ano passado, no trecho da Rua Pedro Calmon, em frente ao Prédio da Reitoria, que vai até o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem). Cerca da metade do projeto já foi executada e, até o próximo mês, dois terços das obras devem estar concluídos. A partir daí, o término dos serviços deve se estender por mais quatro meses.

A universidade exerce papel relevante nos testes e acompanhamento do chamado “Projeto Fundão”, uma vez que os produtos utilizados no asfaltamento ainda não estão disponíveis comercialmente. Além disso, o projeto é uma oportunidade de aprendizado importante para os alunos - tantos da Graduação, quanto da Pós-graduação - que poderão acompanhar de perto a aplicação das novas tecnologias.

– A importância desse projeto é fundamental, pois torna visível, para toda a comunidade universitária, as pesquisas que se destinam a melhorar a vida útil dos pavimentos, o que diminui o custo da sociedade em transportes de pessoas e cargas – , afirma Laura.

Interdições e opções de tráfego
Nas manhãs de ontem e hoje, a interdição de algumas vias do campus da UFRJ no Fundão – a fim de dar continuidade às obras da quarta etapa do plano de recuperação e pavimentação das vias da Cidade Universitária – tem causado retenções no acesso à UFRJ.

Segundo a professora Laura, “as pessoas são muito imediatistas”, pois criticam os problemas com o asfalto e reclamam, igualmente, das conseqüências das obras que visam a melhorias na pavimentação do campus. Ela diz que é preciso ter mais paciência e compreensão: “Muitos colegas pensam somente no eventual atraso pelo engarrafamento, mas se esquecem de que, ao final, teremos uma condição muito melhor de trafegabilidade, graças às ruas recuperadas”, argumenta Laura.

O professor Helio de Mattos, prefeito da Cidade Universitária, afirma que o engarrafamento é acidental e lamenta os transtornos no trânsito causados pelas obras. Segundo ele, “a equipe técnica tem trabalhado com a preocupação de minimizar os impactos no tráfego”.

Durante aproximadamente 15 dias, a contar do último sábado (14 de abril), a Avenida Horácio Macedo – sentido Hospital/Reitoria – permanecerá interditada no trecho em frente ao Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), para a realização dos serviços de fresagem – retirada das camadas antigas e danificadas de asfalto - e pavimentação da Avenida no trecho entre a Rua Milton Santos e a Praça Giulio Massarani (rotatória do Centro de Tecnologia).

O perímetro dessa Praça foi totalmente interditado desde terça-feira (17 de abril), e o retorno dos veículos que forem para o CCS, HUCFF e Fundação Bio-Rio só poderá ser feito na Praça Samira Mesquita (rotatória da Reitoria). Uma outra forma de acesso à parte Norte da Cidade Universitária é seguir pela Linha Vermelha e entrar pelo portão 1, próximo ao IPPMG. Já para quem se dirige à parte Sul do campus, o acesso pela Moniz de Aragão (fundos do Centro de Tecnologia) estará aberto no horário entre 6h e 19h.