• Edição 076
  • 05 de abril de 2007

Notícias da Semana

Faculdade de Farmácia comemora 60 anos

Julianna Sá

Na tarde da última segunda-feira, 9 de abril, a Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro comemorou 60 anos de autonomia administrativa, fato que representou sua desvinculação da Faculdade de Medicina. Em grande festa, o aniversário que teve o início de suas comemorações no auditório Rodolpho Paulo Rocco, o “Quinhentão”, localizado no Centro de Ciências da Saúde, sediou a solenidade de abertura do evento. Como parte da programação acontece o I Simpósio Interno de Ensino, Pesquisa e Extensão, nos dias 10 e 11, que visa discutir a profissão farmacêutica no novo milênio.

Antes mesmo de o evento ter início formalmente, o diretor da Faculdade de Farmácia, professor Carlos Rangel Rodrigues já saudava os presentes com calorosa recepção, dando especial atenção às três primeiras fileiras, onde estavam sentados ex-diretores e outras autoridades, futuros homenageados da cerimônia. O clima gerado pelo reencontro entre professores e ex-alunos era de enorme saudosismo entre os que, hoje, são companheiros de profissão. Após a apresentação do Coral Meninos de Luz, com jovens da comunidade Pavão – Pavãozinho coordenados pela professora Maria José Chevitarese, da Escola de Música da UFRJ, foram chamados à mesa, um a um, reitor, prefeito da Cidade Universitária, decano, diretor da Faculdade de Farmácia e seu vice-diretor, onde permaneceram de pé para a execução do hino nacional.

O reitor em exercício, professor José Luiz Fontes Monteiro, declarou oficialmente aberta a cerimônia, agradecendo a presença de todos e ressaltando a importância do festejo. Em seguida, a professora e presidente da comissão organizadora, Gisela Maria Dellamora Ortiz, destacou sua dificuldade em falar por se tratar de um momento de enorme orgulho para todos. Organizando o evento há um ano, a professora emocionou-se muito com a concretização do evento. Dando seqüência à abertura, o diretor da Faculdade de Farmácia apresentou, brevemente, a história da farmácia, como um todo, para então, apresentar as condições que originaram e permitiram os avanços da Faculdade de Farmácia na UFRJ, sabendo-se incapaz de narrar todos os fatos que propiciaram essa evolução.

Em foco por conta da data, a separação da Faculdade de Farmácia da Faculdade de Medicina foi amplamente narrada por Carlos Rangel, que salientou os inúmeros avanços alcançados com a tão esperada autonomia, como a inserção de novas disciplinas com trabalho de conceitos mais sólidos para os estudantes, além de maior autonomia na estruturação curricular - esta que já havia sofrido inúmeros retrocessos ao longo da história. Autonomia essa que veio com a nomeação de Mário Taveira para diretor da Faculdade, sendo o primeiro a ocupar o cargo, 113 anos depois da implantação das bases embrionárias do curso, que passou a ter quatro anos de duração e 18 disciplinas.

O diretor abordou, inclusive, a importância da criação da Faculdade de Farmácia para a afirmação de um estudo científico, em detrimento ao empirismo botânico, pautando o comprometimento que a Faculdade manteve, durante todos os anos de sua existência, com a integralização das diferentes áreas do ensino farmacêutico, conjugando as ciências biológicas, exatas, farmacêuticas e sociais para um melhor desenvolvimento e aprimoramento de seu estudo, com permanente esforço de renovação.

Em seguida, iniciaram-se as homenagens a alguns presentes, face às inúmeras realizações desses dentro da Faculdade, corroborando o esforço incessante para valorização do ensino e, conseqüentemente, do profissional de farmácia. Receberam uma placa comemorativa pelo sessentenário ex-diretores, vices e técnicos administrativos, por feitos como a implantação do curso de pós-graduação estrito e latu senso na faculdade – único no Rio de Janeiro -, ampliação do corpo docente, criação e implantação do projeto da farmácia universitária, informatização e ampliação do laboratório de farmácia, reformulação curricular, entre outros importantes passos para evolução da Faculdade.

O decano do CCS, Almir Fraga Valladares, tomou a palavra para agradecer os diretores, professores, servidores e alunos da Faculdade, exaltando a importância do estudo da farmácia, já que o progresso científico alcançado que hoje permite, se não curar, minimizar inúmeras patologias se deve, também, à prática farmacêutica, cuja responsabilidade cabe não só aos já estabelecidos na profissão, mas também aos que ainda estão na universidade, se preparando para atuar na área. Para encerrar a cerimônia, novamente o reitor em exercício agradeceu a presença de todos, junto aos demais componentes da mesa, desejando sucesso à jovem senhora aniversariante, a Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Confira aqui  a exposição virtual de fotos da Faculdade de Farmácia.

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I Simpósio Interno de Ensino, Pesquisa e Extensão

Stéphanie Garcia Pires

A performance do Grupo de Violonistas da Escola de Música da UFRJ abriu as atividades do I Simpósio Interno de Ensino, Pesquisa e Extensão, parte integrante das comemorações dos 60 anos da Faculdade de Farmácia. Foram abordados nos dias 10 e 11 de abril,  temas ligados à área, tais como o desenvolvimento de vacinas contra a Doença de Chagas, a utilização de plantas medicinais por um grupo do SUS nos bairros da Ilha de Paquetá e Santa Teresa, e o desenvolvimento de comprimidos bucais de nistatina para o tratamento de candidíase oral.

Uma exposição com pôsteres de pesquisas dedicadas ao câncer também fez parte das comemorações. Como o painel que especificou o desenvolvimento e a avaliação de uma formulação a zinco ftalocianina para o uso na terapia fotodinâmica do câncer de pele. Além disso, as apresentações incluíram projetos realizados através da Farmácia Universitária (FU/UFRJ), por exemplo, a atenção farmacêutica em Hipertensão Arterial (HA).

Uma Mesa Redonda iniciou a programação do segundo dia do Simpósio. Em um primeiro momento, foi exposto um quadro geral sobre a evolução nos cursos de pós-graduação no Brasil e na UFRJ. José Luiz Fontes Monteiro, pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa da UFRJ, falou a respeito do CAPES, um sistema de avaliação trienal dos cursos de mestrado e doutorado no país. Estes são classificados de um a sete, e cancelados se posicionados nos dois primeiros níveis.

Do ano de 2001 a 2004, houve uma transferência significativa de cursos avaliados em três e quatro para classificações mais elevadas. Internamente, a UFRJ também teve uma presença maior nos níveis quatro e seis, e praticamente dobrou  em cursos qualidade sete. No geral, a instituição está em terceiro lugar na tabela de participação nestes ensinos especializados.

José Luiz referiu-se ainda ao PIBIC, programa de iniciação científica que vem crescendo ano a ano, chegando a atender 95% das solicitações de bolsas para estudantes em 2006. A UFRJ decidiu recentemente investir mais neste setor e pretende aumentar de 400 para 600 o número de bolsas oferecidas dentro de seu orçamento.

Dulcinéia Saes Parra Abdalla, coordenadora do Programa de Pós-graduação em Análises Clínicas pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP-SP, foi a segunda expositora. Segundo ela, há uma evolução crescente tanto quantitativa quanto qualitativa em produção intelectual na área de Farmácia.

Também da USP-SP, Humberto Gómez Ferraz, vice-coordenador do Programa de Pós-graduação em Fármaco Medicamentos, detalhou o funcionamento e as exigências nos cursos de mestrado e doutorado oferecidos na instituição em que atua.

Antônio Jorge Ribeiro da Silva, coordenador de Integração Acadêmica de Pós-graduação do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ, mostrou a importância do Sudeste no ensino superior. A região concentra 14 dos 29 cursos de pós-graduação na área farmacêutica.

O coordenador ressaltou que os programas de mestrado e doutorado enfrentam dificuldades em razão da desigualdade regional e do número ainda insuficiente de bolsas fornecidas. É necessário formar redes mais sólidas de pesquisa, além de investir em intercâmbios internacionais e na fixação de recém doutores. A UFRJ tem dado uma atenção especial ao último quesito.

A Mesa Redonda foi finalizada com as palavras de Gisela Maria Dellamora Ortiz, coordenadora de Pós-graduação-Mestrado em Ciências Farmacêuticas da UFRJ. Especificou que já foram defendidas 80 dissertações até 2007 na instituição e, das 23 produções científicas, 20 foram avaliadas em Qualis Internacional A. Atualmente, são 30 alunos no programa, sendo nove bolsistas. Gisela ressaltou que a UFRJ pretende não apenas aumentar este número, como consolidar os programas da Ciência Farmacêutica e introduzir na pós-graduação o Doutorado.