• Edição 070
  • 22 de fevereiro de 2007

Notícias da Semana

Repercussão

Isabella Bonisolo

Na edição 68 do Olhar Vital, a reportagem “Hipnoterapia: alívio rápido da dor?”, da editoria Faces e Interfaces, deu voz a duas opiniões distintas sobre essa prática clínica. Entretanto, não esperávamos que a matéria mexesse tanto com os ânimos dos nossos leitores.

Ficamos surpresos e felizes com os e-mails recebidos e, como forma de gratidão e respeito ao nosso público, publicamos no link Cartas (topo da página) as opiniões e questionamentos dos nossos leitores.


Calouros da FM conhecem HUCFF

Isabella Bonisolo

Durante os próximos 5 anos, senão mais, eles vão subir e descer escadas e elevadores para discutir casos, assistir aulas e atender seus pacientes. Para que os calouros da Faculdade de Medicina (FM) conheçam um pouco do que certamente virá a ser sua segunda casa – o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) – professor Alexandre Pinto, diretor do HUCFF, professor Lúcio Pereira, coordenador de graduação, e alguns chefes de serviços do hospital reuniram-se em uma palestra demonstrativa.

O encontro, realizado no auditório Alice Rosa do HUCFF na última terça feira (13 de fevereiro), deu oportunidade aos novatos de terem uma rápida noção da imensidão e valor do hospital universitário da UFRJ.

Alexandre Pinto, além de contar a história do prédio que cedia o hospital, explicou sem rodeios as dificuldades financeiras enfrentadas. “Não recebemos recursos orçamentários do MEC ou de qualquer outro Ministério. O hospital vive de prestação de serviços ao SUS (Sistema Único de Saúde)”, revela o diretor que acredita ser de extrema importância o conhecimento do valor dos processos médicos pelo aluno.

Afrânio Kritski, chefe do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFRJ, também presente no evento, priorizou em seu discurso a necessidade de uma formação médica menos técnica e mais humana.

- Esse é um começo muito importante para vocês. A sociedade precisa de bons médicos. Porém, não do ponto de vista técnico. Ela precisa da arte médica, que é saber realizar um contato com o paciente de forma que ele conte coisas importantes para o diagnóstico. Existe um risco enorme de, conforme o curso for passando, vocês sobrevalorizarem a questão técnica e diminuírem a humana. Esta faculdade de medicina valoriza a humanização - ressalta Kritski

Para afirmar a necessidade de uma boa conversa com o paciente, Afrânio citou uma pesquisa realizada em Harvard na década de 60 e também na USP, há cerca de 5 anos atrás. De cada 100 pacientes que dialogaram com médicos com boa semiótica, 80% tiverem seu diagnóstico correto apenas através de entrevistas. Somente 20% precisaram de exames complementares. “Não podemos continuar com a ditadura da caneta, na qual o médico pede exame de tudo, sem antes dialogar. A saúde não tem preço, mas tem um custo”, alerta.

Veteranos da FM também puderam contar um pouco das suas experiências para os calouros. Mariana, do 4º período, é do mesmo time que Afrânio Kritski quando afirma que “não podemos tratar a doença e sim o paciente. A importância da pessoa é bem maior”.

- Estamos aqui para que vocês tenham um bom curso. Vocês são muito bem vindos e representam nosso futuro. Esperamos ter as melhores condições para a formação não só de bons técnicos, mas de boas pessoas. Nossa Escola se diferencia por isso: é gente cuidando de gente – finaliza Alexandre Pinto.


Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio vem a UFRJ


Tainá Saramago

O Secretário de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso, esteve ontem, dia 14 de Fevereiro, à Ilha do Fundão para revelar suas perspectivas para o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado. O encontro aconteceu no Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFRJ. O Decano Almir Valladares, e os professores José Luiz Monteiro ( Pró-reitor da Graduação – PR2) e Ruy Marques (Presidente da FAPERJ) compuseram a mesa juntamente com o secretário.

Alexandre iniciou criticando o atual desenvolvimento do Rio e ressaltando a importância da articulação política para a solução dos problemas. “A UFRJ tem que fazer um movimento de frente parlamentar pró Universidade Pública para que as emendas sejam liberadas.” Ele fez questão de apontar alguns dados importantes, como o escasso total de verbas por emenda parlamentar para UFRJ em 2005, e a pouca quantidade recebida em 2006. Foram apenas 400 mil, enquanto as outras Universidades, como a Unicamp, receberam milhões. Segundo ele, o Rio de Janeiro foi o Estado que menos recebeu recursos para a Universidade Pública.

- Já passamos da fase de diagnosticar os problemas, agora nós temos que ir além e apontar soluções. Devemos nos integrar a imprensa, para que ela mostre a todos a situação em que se encontra a Universidade Pública no Rio; devemos, também, pegar quatro ou cinco grandes projetos daqui e lutar por eles, quem sabe até pedindo uma audiência pública com o Presidente da República. – disse Alexandre.

O secretário criticou os problemas primários da UFRJ, como pagar a conta de luz. Para ele, o reitor de uma universidade não pode ter problemas desse tipo como desafios. Falou, também, da necessidade de haver uma interação entre a Universidade e as Secretarias do Estado. “Vivemos num ambiente muito fragmentado, devemos nos articular.”, destacou.

Ele afirmou que terá em todo o seu mandato transparência, acessibilidade e, principalmente, prometeu ser o grande articulador do Estado com a UFRJ. Fez questão, inclusive, de divulgar a todos os presentes o seu telefone, e de ouvir as propostas e perguntas dos que desejaram falar.

Alexandre terminou a sua fala prometendo trazer o Governador Sérgio Cabral, para que sejam discutidas as propostas da UFRJ, e para que essa articulação possa se fortalecer cada vez mais, em benefício do nosso Estado.