• Edição 069
  • 08 de fevereiro de 2007

Microscópio

Escola de Enfermagem Anna Nery completa 70 anos de UFRJ


Priscila Biancovilli

Este ano, a Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN) comemora 70 anos de inserção no sistema universitário. Diversas atividades serão incorporadas à rotina da Escola durante todo o ano, como forma de celebração e também de conscientização sobre as perspectivas para o ensino da enfermagem na EEAN, e em todo o Brasil.

Entre as iniciativas previstas para o ano, incluem-se uma discussão sobre a pesquisa da enfermagem na Escola, e sobre a extensão universitária, além de uma análise sobre os maiores desafios da enfermagem. Também está incluído na programação, um debate, realizado em conjunto com a Associação Brasileira de Obstetrícia e Enfermeiros Obstetras, que contemplará as questões relativas à essa prática profissional.

A Escola de Enfermagem Anna Nery foi criada em 1923, como resultado do trabalho de uma missão de enfermeiras americanas que havia desembarcado no Brasil dois anos antes, por iniciativa de Carlos Chagas.

A proposta inicial do sanitarista era simplesmente a de criar um corpo de visitadoras para dar conta da reforma sanitária que estava em andamento. O projeto da missão, no entanto, consistia em algo muito maior: as enfermeiras pretendiam implementar uma escola de enfermagem que fosse padrão no Brasil, dentro dos moldes daquelas já existentes nos Estados Unidos. A missão americana permaneceu no país até 1931, e, neste período, aproximadamente 30 enfermeiras estadunidenses revezaram-se na direção e estabelecimento da escola.

Maria Antonieta Rubio Tyrrel, diretora da EEAN, explica que a escola foi pioneira em diversos aspectos: “em 1926, por influência das americanas, a Escola criou a associação de enfermeiras diplomadas, hoje Associação Brasileira de Enfermagem. Outra iniciativa pioneira foi o desenvolvimento da revista desta associação, que surgiu em 1932 e se chamava Revista Anais da Enfermagem. Atualmente, ela é conhecida como Revista Brasileira de Enfermagem.”

Todos estes fatores internos, somados aos externos, foram se acumulando para que, em 1937, a escola se inserisse definitivamente na Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nesta época, a diretora americana Bertha Pullen estava em sua segunda gestão na escola, e percebeu a necessidade de uma transformação na EEAN, dentro do bojo da reforma educativa brasileira. A tendência era a de que unidades isoladas começassem a se integrar ao sistema universitário.

Em 84 anos de existência e 70 de inserção no sistema universitário, a EEAN registra um papel histórico-social de vanguarda. Tyrrel destaca, entre outros pontos, “a criação de novas escolas de enfermagem, a organização de hospitais e centros de saúde, formação e qualificação de enfermeiros especialistas, mestres e doutores. Existem também os programas de pós-doutorado, feitos em cooperação técnica e científico-cultural com outras universidades do Brasil e da América Latina”.

Quanto a perspectivas para o futuro, Tyrrel se mostra otimista. “Será inaugurado o LIG, Laboratório de Informática da Graduação, e também a sala Vilma de Carvalho, no CCS, onde funcionará a coordenação de graduação. Além disso, uma proposta de residência hospitalar em enfermagem acabou de ser aprovada pelo Ministério da Saúde, e está prevista para inaugurar ainda este ano, em centros como o Hospital Universitário (HUCFF), Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), Instituto de Psiquiatria (IP) e Hospital-Escola São Francisco de Assis (HESFA).”