• Edição 066
  • 14 de dezembro de 2006

Notícias da Semana

A importância da Semiologia na Medicina

Renata Magliano

O Seminário de Prospecção do Ensino de Semiologia Médica ocorreu nesta semana nos dias 12 e 13 de dezembro e teve lugar no Auditório Halley Pacheco do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) da UFRJ. Com a intenção de avaliar o ensino da semiótica no curso de Medicina, o evento discutiu, entre outros, o Histórico da Semiologia na UFRJ e as Perspectivas recentes do Ensino da Semiologia.

A abertura contou com a presença do professor Afrânio Kritski, chefe do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFRJ, da professora Sylvia Vargas, vice-reitora da UFRJ, do professor Antonio Jose Ledo Alves da Cunha, diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ e do professor Alexandre Pinto Cardoso, diretor do HUCFF.

A primeira mesa-redonda teve como tema central “O ensino da Semiologia no Século XXI”. Vera Halfoun, professora da FM - UFRJ examinou a relação entre a semiótica e a clínica propedêutica.

- Clínica propedêutica é a clínica da investigação. É todo o instrumental de que você dispõe para fazer o diagnóstico, desde a história que você colhe, do exame físico que você faz, os exames complementares. A Semiologia ou Semiótica é a técnica que você usa para isso. Ela é importante por ser o primeiro contato com o paciente. Nesta clínica se aprende a humanização da relação médico-paciente, como abordá-lo, como extrair dele informações que são relevantes em benefício da sua saúde - relatou a professora.

Segundo Vera, um dos grandes problemas mundiais é um aumento dos custos em saúde. Por isso, é importante os médicos terem “uma boa formação de clínica propedêutica e de semiótica para conseguir racionalizar os custos com os exames, selecionando quais serão pedidos. Racionalizar os custos e hierarquizar o atendimento são fundamentais para que se consiga ‘bancar’ a saúde como direito de todos”, explicou.

A Semiologia é, portanto, uma técnica que deve ser praticada em vários cenários, desde a atenção básica (o primeiro contato) até as atenções secundária e terciária. O aluno deve aprender Semiologia da criança, da mulher grávida, não-grávida, do homem, do idoso etc. “Esse tipo de aprendizado o aluno tem que ter ao longo de todo o curso”, acrescentou Halfoun.

Sobre as Perspectivas recentes do Ensino da Semiologia, Ana Borralho, professora da FM – UFRJ, disse que é necessário “ambulatorizar” o ensino, colocando o aluno mais nesse ambiente e menos na enfermaria para que se pratique mais a Semiologia. “O médico precisa do approach com o doente”, defendeu.     

O evento discutiu, ainda, a Visão do estudante da FM do Ensino da Semiologia na UFRJ, Mudanças curriculares e impacto no Ensino da Semiologia em Escolas Medicas no Estado do Rio de Janeiro.


Pelo fim da violência contra a mulher!

Renata Magliano

No último domingo, dia 10 de dezembro, encerrou-se a campanha mundial de Erradicação da Violência contra a Mulher. Iniciado em 25 de novembro, o evento foi realizado em 130 países com o lema Uma vida sem violência é um direito das mulheres!.

No Brasil, a edição nacional da campanha, completou seus 16 anos de existência. Iniciada no dia 20 de novembro (Dia da Consciência Negra), abrangeu ainda o Dia Mundial de Combate à Aids (1° de dezembro). Realizada pela organização não-governamental Ações em Gênero Cidadania e Desenvolvimento (Agende), por entidades feministas e de defesa dos direitos humanos, representações de agências das Nações Unidas no país, além de empresas públicas e privadas, seu objetivo é mostrar que essa violência é nada mais que uma violação aos direitos humanos.

Ainda com intenção de fortalecer a auto-estima das mulheres, estimulá-las a denunciar a violência que sofrem e de promover a igualdade entre ambos os sexos, seu encerramento ocorreu também no dia 10, quando se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos. A campanha nacional é reforçada pela Lei Maria da Penha (biofarmacêutica que lutou durante 20 anos para ver seu agressor condenado e, com isso, virou símbolo contra a violência doméstica), sancionada em agosto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que torna mais rigorosa a pena contra quem agride mulheres.

Segundo uma pesquisa encomendada pela Organização Não-governamental (ONG) Patrícia Galvão e realizada pelo Ibope em maio deste ano, 33% dos entrevistados apontam a violência contra as mulheres, dentro e fora do lar, como o problema que mais preocupa a brasileira na atualidade. Além disso, 51% dos entrevistados declaram conhecer ao menos uma mulher que é ou foi agredida por seu companheiro.

Uma outra pesquisa, encomendada pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe), ligada à ONU, e realizada em cinco países da América Latina (Bolívia, Colômbia, Haiti, Peru e República Dominicana), demonstrou que entre 48% e 90% das mulheres já sofreram algum tipo de violência emocional, física ou sexual.

No dia 25 de novembro foi comemorado o Dia Internacional da não Violência contra a Mulher, reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em março de 1999. Esta data definida no I Encontro Feminista Latino Americano do Caribe, realizado em Bogotá, em homenagem às irmãs Mirabal (Pátria, Minerva, Maria Tereza), assassinadas pela ditadura de Leônidas Trujillo na República Dominicana.