• Edição 064
  • 30 de novembro de 2006

Saúde e Prevenção

Ceia de Natal: pequenos cuidados podem prevenir um mal estar no dia seguinte


Isabella Bonisolo

 Pisca-pisca nas janelas, Papai Noel circulando nos shoppings e supermercados lotados de comidas tipicamente natalinas. Cada ano mais cedo, declara-se que o Natal está chegando. Com esse tempo de festas, famílias reúnem-se para a farta ceia da meia noite do dia 24 de dezembro, que nem sempre está de acordo com a estação em que o nosso país encontra-se.

A tradição da ceia natalina adota pelo brasileiro é “emprestada” da cultura européia. Não se percebe, porém, que os alimentos que compõem a mesa de natal de um europeu - geralmente gordurosos - condiz com o clima frio em que ele está inserido.  No Brasil, no entanto, enfrenta-se temperaturas que chegam aos 40 graus.

Segundo Andrea Abdala, nutricionista do Departamento de Nutrição e Dietética do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC) comer nozes, avelãs, bacalhau regado no azeite, panetones, rabanadas, castanhas, peru com pele, entre outros quitutes, em excesso na ceia de Natal pode causar mal estar, indigestão, náusea e até diarréia. “A ceia natalina é composta de alimentos que em conjunto fornecem muito mais gordura saturada ao seu organismo do que qualquer outro nutriente. Isso pode trazer desconforto pós-ceia de Natal”, explica Andréa.

Para aqueles que ficam preocupados com os quilinhos a mais, a nutricionista esclarece que o excesso de doce das sobremesas da ceia associada à gordura, faz com que o organismo reserve energia, o que pode aumentar o peso. Porém, “se após essa ceia a pessoa se policiar, e durante algumas semanas deixar de ingerir açúcar e gordura, ela terá um peso balanceado”.

Andréa alerta que essa compensação deve ser feita somente após as festas, já que não comer ao longo do dia para poder exagerar de noite pode gerar fraqueza na hora da festa. “Você até pode adotar uma dieta mais light, à base de frutas, hortaliças, grãos e leite desnatado, durante o dia, mas jamais ficar sem comer”, declara.

 - Tudo vem de uma tradição. Se nós tirarmos os pratos típicos, deixaria de parecer Natal. O que podemos fazer é modificar a preparação de forma que ela fique mais light. A rabanada, por exemplo, pode ser assada em vez de frita. As frutas como nozes e avelãs podem ser usadas em algumas preparações em vez de serem comidas puras. Pode-se fazer um bolo simples e colocar nozes na massa. Com pequenas modificações, podemos manter a tradição sem causar muitos danos ao organismo  - aconselha Andréa Abdala.

A nutricionista acredita que como a ceia “pesada” é feita somente uma vez, não é necessário privar-se de todos os pratos natalinos. “A gente não pode querer que alimentos mágicos curem uma resseca no dia seguinte. Não é preciso comer em demasia. Você pode se fartar com o que quiser, mas dando um tempo e comendo em poucas quantidades”, declara Andrea que aconselha a todos não se esquecerem de beber água.