• Edição 061
  • 09 de novembro de 2006

Notícias da Semana

Mulher em pauta

Renata Magliano

Nos dias 7 e 8 deste mês ocorreu o V Encontro de Nutricionistas da Maternidade Escola (ME)da UFRJ. Com o tema Nutrição Materno-infantil: uma visão além do convencional, esse evento teve o objetivo de fomentar uma discussão a respeito da ação do nutricionista no planejamento familiar.

  Durante a abertura, a médica Tereza Cristina D’Ambrosio Bessa, coordenadora do Setor Nutricional Dietético (SND) da ME, ressaltou, ao lado do ex-diretor da casa, o médico Joffre Amim Junior, que a Maternidade cresceu bastante e que já é uma instituição de referência em saúde da mulher.

  A mesa-redonda, iniciada a seguir, teve como tema a Abordagem Integral na Saúde da Mulher: Novas Perspectivas e foi mediada pela doutora Martha Negreiros daME/UFRJ. A palestrante Neuza dos Anjos Sampaio, nutricionista da ME falou sobre Saúde Reprodutiva.

  Segundo ela, os métodos contraceptivos mais usados, terapia hormonal e o dil podem causar efeitos metabólicos, físicos e psicológicos.  Neuza explicou ainda que uma dieta incorreta associada às alterações metabólicas pelo uso da terapia é uma situação de dupla inadequação.

-O período pré-concepção é decisivo para recuperar os depósitos nutritivos e as forças para suportar um novo feto. Com disbiose (alteração da flora intestinal com um predomínio das bactérias patogênicas sobre as bactérias amigas) não tem intestino que vá conseguir absorver nada. Temos que procurar ver como se encontra a paciente, utilizando probioticos (suplementos dietéticos contendo bactérias e leveduras potencialmente benéficas à saúde) e preobioticos (substâncias naturais ou sintéticas que suportam ou nutrem o crescimento dos probióticos) para poder regularizá-lo. É ainda de extrema importância uma atividade física regular – explica a nutricionista.

A seguir a pediatra Patrícia Padilha do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) da UFRJ falou das estratégias de estilo de vida na gestação , como o adequado ganho de peso, consumo variado de alimentos, oportuna suplementação de nutrientes, evitar álcool, tabaco e substâncias ilícitas. Para se ter um parto tranqüilo,“recomenda-se que a mulher em idade reprodutiva tenha um estilo de vida adequado a fim de otimizar sua saúde, reduzindo os riscos de defeitos ao nascimento”, esclareceu a médica.

Segundo a pediatra, é fundamental, ao longo da gestação, que a mulher seja orientada quanto a alimentação. “A obesidade facilita a Síndrome Hipertensiva ao longo da gestação (SHG)”. Uma das causas de mortes no parto. Segundo Patrícia, os comitês nacionais e internacionais de saúde vêm levantando como um dos compromissos a serem alcançados durante milênio, a redução das taxas de mortalidade materna. “A maior parte dessas mortes é de caráter evitável. Desde o final de 2000 que a Organização Mundial de Saúde (OMS) traz essa preocupação de reconhecer os fatores nutricionais como agravantes dessas causas”.

A psicóloga Luciana Monteiro Ferreira, da ME apresentou os aspectos emocionais, gerados por fatores nutricionais e físicos, que mais atingem gestantes: ansiedade - ligada ao aumento de apetite, náusea e vômito, perda de peso, insegurança, insônia, auto-estima.

- O primeiro mês após o parto é talvez o período no qual a mulher se torna mais vulnerável emocionalmente. Muitas são as cobranças como ser uma boa mãe, competente nos cuidados com o bebê, e isso se mescla com o sentimento de cansaço natural desse período - destacou a psicóloga.

Retenção de Peso no pós-Parto: Causas e Conseqüências foi outro tema abordado durante o evento pela nutricionista Elisa Lacerda do Instituto de Nutrição Josué Castro da UFRJ. Ela explicou que tal retenção está diretamente ligada à obesidade. Esta, aumenta o risco de doenças crônico degenerativas (as que têm relação com idade, sexo e herança genética e que sofrem influência de fatores de risco como estresse).

A palestrante explicou que nos últimos trinta anos houve um aumento da obesidade no Brasil e em todo o mundo e que, por isso, deve-se prestar maior atenção à retenção.  “Quanto maior o ganho de peso na gestação, maior a retenção pós-parto. Seria interessante acompanhar a evolução desse caso e promover algum tipo de aconselhamento nutricional, o que não existe hoje”, concluiu Lacerda.

 


Lançamento de livro

Mariana Borgerth, da Agência UFRJ de Notícias - Praia Vermelha

O lançamento do livro Psicopatologia Hoje aconteceu na última quarta-feira, 8 de novembro, no Centro de Estudo do Instituto Philippe Pinel. O livro organizado por João Ferreira da Silva Filho, professor do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Faculdade de Medicina da UFRJ, é uma coletânea de trabalhos nacionais e internacionais. Os assuntos discutidos relacionam-se à psicopatologia e tratam de assuntos atuais como o Alzheimer, o Delirium e a questão da memória.

Segundo o autor, atualmente a prática psiquiátrica se mostra superficial e apenas uma repetição da técnica. Dessa forma, ele defende que o livro, cujo objetivo do livro é compreender a psicopatologia como expressão da subjetividade, serve para romper com essa tendência e proporcionar um momento de reflexão sobre o que está acontecendo dentro da psiquiatria.

 

 


Faculdade de Medicina completa 198 anos

 Isabella Bonisolo

A Faculdade de Medicina (FM) da UFRJ comemorou na segunda-feira, dia 6, seu 198° aniversário. O evento contou com apresentação musical, rememoração da história da criação do curso médico e entrega do Prêmio de Excelência em Ensino para alguns professores.

A abertura do encontro foi contemplada com o duo musical, em homenagem a Mozart e à Áustria, de flauta transversa e harpa de pedais, apresentadas pelos músicos Igor Levy e Ana Miccolis, respectivamente. O repertório, preparado para a ocasião, incluiu desde as doces melodias de Mozart, como a famosa Canção da Flauta Mágica, até valsas vienenses. Para Ana, mestre pela Escola de Música da UFRJ, a união desses dois instrumentos é um casamento perfeito, pois consegue segurar notas que dificilmente outros conseguiriam.

Ainda encantado com a música, o diretor da FM, professor Antônio Ledo, fez um paralelo entre a arte apresentada e o curso formador de médicos da UFRJ. “A alma humana precisa de afagos, senão fica inquieta. Fico feliz com o afago da música que ouvimos. Esse concerto nos remete a alguns pensamentos. A harpista nos revelou que o seu instrumento tem sete pedais que tiram as dissonantes, para que, harmoniosamente, possa seguir a melodia. Assim é como devemos tratar a Faculdade de Medicina, para que ela siga caminhando equilibrada”, declarou Ledo.

Após a riqueza tímbrica que deu vida às famosas obras de compositores austríacos, os convidados da festa puderam voltar no tempo para conhecer um pouco mais da criação da FM. Esse momento foi reservado para o convidado George Doyle Maia, ex-professor de Medicina da UFRJ, e atual reitor da Universidade Santa Úrsula e autor de Biografia de uma faculdade (Atheneu, 1996) que contextualizou a vinda da Família Real para o Brasil com a implementação do curso de formação médica no dia 5 de novembro de 1808.

Durante a celebração dos 198 anos da FM, a premiação de Excelência em Ensino, patrocinada pela Amil, agraciou os professores Carlos Henrique Boasquevisque e Vinícius Silveira, do Departamento de Cirurgia; Clemax Sant´Anna, do Departamento de Pediatria; Flávio Signoulli e Maurício Pantoja, do Departamento de Clínica Médica; Luiz Antonio de Lima e Roberto Medronho, do Departamento Medicina Preventiva; Miguel de Lemos Neto, médico do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) e Silvana Alodi, do Departamento de Histologia do ICB.

- A Faculdade de Medicina tem uma imensa responsabilidade com o país. A perspectiva de entender esse curso como apenas nosso deve acabar. A FM é da sociedade brasileira – enfatiza Antônio Ledo sobre a importância da universidade para o Brasil.

 

 

 


Qualidade do ensino farmacêutico da UFRJ é afirmada durante a XXIV Semana de Farmácia

Renata Magliano

Da teoria à prática: desvendando a profissão farmacêutica foi o tema da XXIV Semana de Farmácia da UFRJ, que ocorreu entre os dias 6 e 10 de novembro, no Centro de Ciências da Saúde (CCS), na Ilha do Fundão.

A abertura do evento, organizado por alunos voluntários e por membros do Centro Acadêmico da Farmácia (CAFar), foi mediada pela aluna do sexto período, Márcia Dos Angeles Luna Leite – integrante do Centro Acadêmico,  e contou com a presença de Carlos Rodrigues Rangel, diretor e professor da Faculdade de Farmácia.

Durante toda a semana, tanto alunos da UFRJ quanto de outras instituições públicas e privadas, puderam participar de cursos, palestras e mesas-redondas que tiveram lugar nos auditórios Helio Fraga e “Quinhentão”, ambos no Bloco K do CCS além de terem assistido a variadas e polêmicas palestras como Dopagem no Esporte, Bioética e Nanotecnologia.

Segundo Márcia Leite, essas discussões atendem ao caráter técnico da profissão farmacêutica, além de abranger, também, conceitos de Saúde, Sociedade, Pesquisa e Extensão. "Uma semana não é suficiente para mostrar os caminhos que cada profissional poderia trilhar, mas a gente está tentando esclarecer algumas dúvidas e dar algumas idéias", destaca a estudante.

A importância do evento está no fato de que o curso de Farmácia da UFRJ é um espelho para que outras faculdades invistam na qualidade do ensino farmacêutico, formando profissionais cada vez mais qualificados. Segundo Carlos Rodrigues, esse tipo de evento é essencial para inserir o aluno na sua área de atuação. O professor afirma que essa foi uma ótima oportunidade porque “faz com que alunos de outras instituições possam ter acesso às nossas instalações e aos recursos técnicos e humanos da universidade".


UFRJ e Inca na busca por marcadores biológicos para leucemia

Claudia Jurberg

A busca pela compreensão das características específicas de pacientes com leucemia mielóide crônica acabou conduzindo os pesquisadores da Divisão de Laboratórios do Centro de Medula Óssea (Cemo), do Instituto Nacional do Câncer,  a uma descoberta fundamental: os pacientes com esta leucemia têm 22 proteínas que são inexistentes em doadores sadios e estes têm outras nove proteínas que são imperceptíveis nos pacientes. Algumas destas proteínas encontradas, como a BP53 ou a BCLW protegem o organismo contra a formação de tumores. Ou seja, os pesquisadores do Inca encontram proteínas intimamente relacionadas à leucemia.

Eliana Abdelhay, pesquisadora do Programa de Oncobiologia, do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ e coordenadora da Divisão do Inca, explica que foram estudados 27 pacientes com leucemia e 27 doadores sadios e que os dados são tão representativos que foram publicados na Revista Biochimica et Biophysica Acta (BBA) neste ano.

Os estudos da Divisão de Laboratórios do Cemo envolvem, principalmente, linhas de investigação de genes de desenvolvimento e biologia molecular da leucemia. São cerca de 80 profissionais distribuídos em seis diferentes laboratórios que atuam desde a rotina laboratorial dos pacientes atendidos pelo Cemo até a fronteira da investigação científica.

Um bom exemplo de estudo estratégico neste campo aponta para as pesquisas de marcadores biológicos dos pacientes com leucemia mielóide crônica, em evolução ou em fase blástica e aqueles tratados com Gleevec, a droga de última geração muito utilizada nesses casos, ou que tenham resistência a este medicamento. Neste campo, o grupo também conquistou importante descoberta.

As investigações empreendidas no Inca mostraram que os pacientes na fase aguda ou blástica apresentam uma inibição geral da produção de proteínas. Porém, uma única proteína se destaca por ser superexpressa. Curioso notar que a proteína que aparece de forma exagerada, identificada como NuMA,  esta intimamente relacionada a divisão celular. Portanto, a proteína envolvida com a divisão celular está ativada na fase grave da doença e quase todas as outras estão ausentes ou inexpressivas. Abdelhay explica ainda que a ação do Gleevec é exatamente manter o esquema das proteínas presentes no organismo do paciente em fase crônica, evitando que ele entre na fase blástica e isto pode ser notado no padrão obtido de pacientes em tratamento que mostra um retorno no nível da NuMA.

Os estudos de Abdelhay e seu grupo visam identificar marcadores de fase crônica ou blástica da leucemia e, desta forma, auxiliar médicos e especialistas para evitar as fases agudas da doença.

Além da proteômica, o grupo do Inca ainda estuda o transcriptoma, que procura os transcritos que ocorrem na passagem do DNA para o RNA. Neste campo, estudaram um mesmo paciente em fase crônica e blástica da leucemia mielóide e verificaram que alguns transcriptos foram inibidos na fase blástica devido a superexpressão de genes como os da família Polycomb. Um deles é o SUZ12. Em síntese, o grupo que pertence ao Programa de Oncobiologia da UFRJ está debruçado em desvendar um intricado mundo de genes e vias de sinalização que possam ser utilizados como marcadores biológicos das fases crônicas e blástica da doença. A idéia é aproximar a pesquisa da clínica e contribuir para o diagnóstico, prognóstico e desenho de novas drogas contra a leucemia mielóide.

Segundo as Estimativas de Incidência de Câncer no Brasil para 2006, publicadas pelo Inca, as leucemias atingirão 5.330 homens e 4.220 mulheres este ano. Cerca de 20% do total de casos de leucemia são do tipo mielóide.


Informações sobre o ambulatório de Estomatologia

Mariana Elia

O ambulatório de Estomatologia, pertencente ao Departamento de Patologia e Diagnóstico Oral da Faculdade de Odontologia da UFRJ, informa que o atendimento funciona de terça a quinta-feira, de 9 às 12h e de 13h30 às 16h. A equipe lembra que o ambulatório não faz tratamento dentário, mas de doenças da boca, e que é necessário agendar consulta, através do telefone 2562-2046.