• Edição 060
  • 1° de novembro de 2006

Microscópio

Evento reúne ação, interação e aprendizado

Kareen Arnhold e Rodrigo Mello, da AgN UFRJ/Praia Vermelha

As pró-reitorias de Graduação (PR-1) e de Pós-graduação e Pesquisa (PR-2) da UFRJ promovem a XXVIII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural (JIC). Qualquer estudante de graduação da UFRJ envolvido em atividade de pesquisa e de Iniciação Científica Júnior pode participar, assim como estudantes de outras instituições, desde que seu orientador seja docente da UFRJ. Os trabalhos, que já foram pré-selecionados por mérito de conteúdo, serão apresentados pelos alunos nos dias 7, 8 e 9 de novembro, por toda a UFRJ. O objetivo da Jornada é proporcionar um espaço para exposição e discussão dos projetos, visando uma troca de experiências entre estudantes de graduação, docentes e pesquisadores envolvidos em atividade de pesquisa.

Para a professora Leila Rodrigues, coordenadora geral da JIC 2006, “o evento é o instrumento institucional mais significativo para alcançar as metas da universidade: a troca de conhecimento entre alunos e professores”. Para Marcelo Einicker, vice-coordenador de Extensão do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF) e coordenador da Jornada no Centro de Ciência e Saúde (CCS) da UFRJ, além da troca de conhecimento entre alunos e docentes, outro objetivo igualmente importante é o de promover o contato dos estudantes com o ambiente científico: “não basta aos alunos assistirem aula, eles devem aproveitar a oportunidade e integrarem-se ao ambiente mais prático e científico dos laboratórios e grupos de pesquisa nos diferentes centros da universidade”.

Além de apresentar à sociedade o que está sendo produzido na universidade e dar aos alunos de Iniciação Científica a oportunidade de discutirem os resultados dos projetos com outros estudantes, professores e técnicos, a JIC serve como um instrumento de avaliação e prestação de contas do investimento em bolsas de Iniciação Científica. “Essa avaliação é um dos itens que o CNPq leva em consideração para, por exemplo, aumentar a cota de dinheiro na forma de bolsas para a UFRJ no ano seguinte”, esclarece Marcelo Einecker, afirmando que por isso é obrigatória a apresentação de trabalhos por alunos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) da UFRJ. O Centro de Ciência e Saúde (CCS) da UFRJ conta com a apresentação de mais de 800 trabalhos nesta edição da JIC, com temas variados que abrangem todas suas unidades. Segundo Einecker, o evento funciona como um integrador, pois, “cada sessão, tendo um tema definido, permite alocar trabalhos de diferentes unidades sob o mesmo tema e, assim, contribui para maior integração entre os grupos de pesquisa da unidade”.

Estudantes, jornada e universidade

Além de possibilitar a identificação, desde cedo, de estudantes com perfil para a pesquisa, a JIC tem uma função pedagógica importante. “Você aprende quando tem que forjar e escrever o argumento. Aprender a fazer pesquisa é essencial não apenas para os que serão pesquisadores, mas para todos que irão para o mercado de trabalho”, esclarece Paulo Vaz, coordenador da pós-graduação da Escola de Comunicação (ECO/UFRJ), que foi responsável pela JIC 2000 na escola.

Ana Carolina Silva, aluna do 7º período de Publicidade e Propaganda, da ECO, ressalta que “o evento estimula a produção científica, dá oportunidade aos estudantes de mostrar o produto de sua formação e incita neles o interesse pela vida acadêmica. Ou então, eles podem descobrir que não pretendem seguir nessa direção”. Participante de outras edições, Ana Carolina relata que “a primeira sensação é de nervosismo, mas depois que você percebe que tem controle do que está falando sobre o que sabe, tudo fica mais tranqüilo”.

Apesar da importância da jornada, a participação de professores e da sociedade ainda não é significativa. “Muitos professores sequer deixam de programar provas e testes para os dias da JIC, o que é um fato ruim para o evento; e a sociedade participa de maneira quase irrisória, apesar do grande trânsito de pessoas pelo prédio do CCS devido ao hospital, a Farmácia Universitária e mesmo o Banco do Brasil”, afirma Marcelo Einecker. Além de professores e sociedade, nem todos estudantes demonstram interesse, mas esse desinteresse pode estar com os dias contados. Nesta edição da JIC 2006, o CCS conta com uma novidade: receberá alunos de segundo grau, com o intuito de despertar neles a vocação científica e trazê-los para a universidade.

Abertura, encerramento e premiação

A cerimônia de abertura da JIC 2006 acontece no dia 7 de novembro, às 9 horas, no Auditório do Centro de Tecnologia (CT). As unidades da UFRJ, participantes do evento, organizam a programação e a disposição do espaço das apresentações, através de coordenadores locais da JIC.

Cinco trabalhos serão escolhidos para receberem menções honrosas. As notas variam de zero a dez e podem ser critério para concessão e renovação de bolsas de pesquisa do Pibic 2007-2008.

Quem foi Giulio Massarani

A Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural leva esse nome em homenagem ao mestre Giulio Massarani, que, em 1963, participou da implantação do primeiro curso de pós-graduação em Engenharia no Brasil, criando a Coordenação dos Programas de Pós-graduação em Engenharia (Coppe), atualmente Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia, vinculado, na época, à Escola de Engenharia da UFRJ, hoje considerado um dos maiores centros de ensino e pesquisa em Engenharia da América Latina.

Massarani, cuja dedicação ao ensino contagiava alunos e colegas, foi um dos primeiros professores do Brasil a obter título de mestre, conquistado na Universidade de Houston, nos Estados Unidos, no início dos anos 1960. Além do título, o professor de Engenharia Química e Química Industrial da Escola de Engenharia, atual Escola Politécnica, queria trazer para o país o que havia de mais moderno no ensino e na pesquisa em sua área.