• Edição 058
  • 19 de outubro de 2006

Notícias da Semana

Olhar Vital conquista prêmio internacional

Mariana Elia

A equipe do Olhar Vital conquistou o seu primeiro prêmio essa semana. A Sociedade Interamericana de Cardiologia e a Pfizer anunciaram, dia 10 de outubro, os jornalistas vencedores do 1º Prêmio Latino-Americano de Jornalismo em Saúde Cardiovascular.

Lançado em 2005, o Prêmio visa estimular os meios de comunicação a ajudar a educar a sociedade sobre prevenção, conseqüências e tratamentos dos males cardiovasculares, principalmente infartos e derrames.

Foram 114 trabalhos inscritos por 102 jornalistas de 12 países. Em função da expressiva participação do Brasil com um grande número de jornalistas e trabalhos inscritos no prêmio, a filial nacional da Pfizer agraciou os profissionais que ficaram nas primeiras colocações do ranking brasileiro com uma premiação inédita em reconhecimento ao trabalho que fazem diariamente: conscientizar a população dos perigos do males cardíacos.

O prêmio foi dividido em mídia eletrônica e mídia impressa, tendo cada uma delas três categorias: reportagem de investigação, entrevista com paciente, e entrevista com líder de opinião, categoria na qual o Olhar Vital foi vencedor, com a reportagem Coisas do Coração, produzida por Taisa Gamboa. Para acessar a matéria na íntegra, clique no link abaixo.

http://www.olharvital.ufrj.br/ant/2006_04_20/materia_microscopio.htm


PDI na rota da interiorização

Aline Durães, do Olhar Virtual

A reitoria montou uma comitiva para ir a Macaé discutir o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) com o Núcleo de Pesquisas em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé (Nupem). O reitor Aloísio Teixeira, acompanhado por alguns Pró-Reitores, pelo Prefeito da cidade universitária e por superintendentes da Administração Central da universidade, aproveitou a manhã de sábado, dia 7 de outubro, para explicitar as linhas gerais do Plano e debater, com professores, alunos e funcionários técnicos-administrativos, as propostas de desenvolvimento estratégico da unidade.

O Nupem, criado em março de 2006 e vinculado ao Instituto de Biologia (IB), foi a primeira experiência de interiorização da UFRJ em 86 anos de história. Aloísio Teixeira ressaltou, logo no início da reunião, que o conceito de campus descontínuo, definido no PDI como a falta de comunicação entre as diversas unidades da instituição espalhadas territorialmente pelo Rio de Janeiro, em nada afeta a questão da interiorização das atividades da universidade. O documento contempla, inclusive, a possibilidade de o núcleo servir como exemplo para futuras iniciativas semelhantes.

O Nupem abraçou com responsabilidade o debate do PDI e formulou um documento, apresentado, durante o evento, pelo professor Alexandre de Azevedo, no qual expôs as principais metas da unidade, nos níveis de graduação e pós-graduação, para os próximos cinco anos. No que tange à pesquisa, os professores destacaram algumas dificuldades enfrentadas nesses primeiros meses de existência do núcleo: corpo docente jovem e baixa demanda de alunos. Na busca por autonomia, os profissionais requisitaram mais recursos para o Ensino, sugeriram a criação de um curso próprio de Licenciatura em Biologia e reivindicaram maior liberdade, frente ao IB, na formulação dos currículos de graduação.

O reitor Aloísio Teixeira argumentou que, apesar da distância, o Nupem deve trabalhar em conjunto com o IB e com toda a UFRJ, evitando assim propagar a fragmentação. “Devemos ter muito cuidado para que, no esforço de superar os obstáculos impostos pela estrutura segmentada da universidade, não acabemos reproduzindo essa estrutura”, alertou.

A apresentação do relatório mostrou ainda que alguns itens estabelecidos no PDI como objetivos fundamentais para o futuro da UFRJ já estão sendo realizados pelo Nupem. “Trabalhamos a interdisciplinaridade; somos um grupo de pessoas de várias áreas que trabalham de forma integrada. Também desenvolvemos atividades que agregam Ensino, Pesquisa e Extensão. Por isso, o Nupem se vê incluído na visão de futuro da universidade”, sublinhou Alexandre de Azevedo.

Os estudantes também tiveram vez no debate. Segundo os discentes, o alto custo de vida e os infortúnios causados pelas dificuldades de locomoção entre Macaé e as cidades vizinhas são os maiores responsáveis pela evasão de alunos do Nupem. Os estudantes vêem na construção de um alojamento e na disponibilização de um ônibus universitário, para o transporte do alunado, as soluções para a atual realidade.

Os parceiros do Nupem

O encontro do PDI em Macaé não foi prestigiado apenas por membros do Nupem; representantes de projetos de regionalização que mantêm parcerias com a unidade, como o Núcleo Interdisciplinar UFRJ Mar e o Núcleo de Solidariedade Técnica (Soltec), também marcaram presença e participaram do debate.

Sidney Lianza, professor do Departamento de Engenharia Industrial da Escola Politécnica (DEI/Poli) e coordenador do Soltec, propôs a institucionalização dos projetos de regionalização e interiorização e elegeu o compromisso com o desenvolvimento regional como o principal aspecto dessas experiências. “Existem localidades brasileiras que dependem exclusivamente da universidade. Em consórcio com os aliados, nós fazemos a UFRJ cumprir o seu papel constitucional”, afirmou.

Fernando Amorim, coordenador do UFRJ Mar, também argüiu em favor da institucionalização das atividades desenvolvidas no interior do estado. O professor destacou que a iniciativa surgiu como um projeto de Extensão, visando estimular a regionalização, e resgatou dados do programa, que reúne, atualmente, cerca de 100 alunos e 20 professores da universidade. “Gostaríamos muito que esse trabalho se inserisse no planejamento estratégico da UFRJ”, enfatizou.

O encontro emocionou alguns membros da reitoria. Foi o caso da superintendente da Pró-Reitoria de Graduação (PR-1), Déia Maria. Déia é professora do departamento de Ecologia do IB e foi uma das responsáveis pela implantação do Nupem. No evento, a docente parabenizou a todos os profissionais envolvidos no projeto e incentivou a reflexão sobre propostas inovadoras, como a do curso de Licenciatura: “O Nupem é uma oportunidade única de fazer essa expansão crescer para outras Licenciaturas”, disse.

O reitor Aloísio Teixeira terminou o debate anunciando que a efetivação de um PDi para o MEC não representará o fim das discussões sobre a UFRJ: “Vamos organizar um documento com metas, ações e objetivos para o MEC e manter uma agenda aberta de debates para discutirmos as grandes questões da universidade”, declarou.


Instituto de Microbiologia tem nova diretora

Mariana Elia

O Instituto de Microbiologia Professor Paulo de Góes (IMPPG) recebeu, no dia 17 de outubro, sua nova diretora. Na mesa de cerimônia de posse, estavam presentes a ex-diretora, Ângela Hampshire Lopes, o decano do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Almir Fraga Valladares, o reitor e a vice-reitora da UFRJ, Aloísio Teixeira e Sylvia Vargas, a nova diretora, Agnes Marie Sá Figueiredo e a vice-diretora Beatriz Moreira. Além disso, a cerimônia de posse contou com a presença de professores do IMPPG e de outros setores do CCS, como os diretores dos institutos de Bioquímica Médica (IBM) e Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF), Franklin Rumjanek e Rafael Linden, respectivamente, o ex-reitor Sérgio Fracalanzza, e a coordenadora de Extensão do CCS, Diana Maul.

Seguindo o ritual tradicional, após a passagem do Hino Nacional e da assinatura do termo de posse, foi passada a voz para ex-diretora, que, em discurso bastante leve e bem humorado, refletiu sobre sua atuação na direção e sobre o papel do pesquisador na sociedade brasileira. “Quando tomei posse, há exatos quatro anos atrás, o então reitor, Sérgio Fracalanzza, me deu um conselho: procure apenas duas coisas como prioridade. Foi o que fiz”, disse a professora, que escolheu a melhoria da estrutura física e a atenção às reivindicações como nortes para seu trabalho.

“Ouvi, até mais do que gostaria, mas ouvi todos que me procuraram, fosse pessoalmente, por telefone ou via e-mail”. E foi a partir de uma reivindicação, que Ângela montou o Laboratório para Cadeirantes e instalações adequadas para portadores de necessidades especiais. Para fechar seu discurso, a ex-diretora fez um paralelo entre as condições das crianças no Brasil e em países em conflito, como a região da Faixa de Gaza, e a falta de acesso à tecnologia pelos menos privilegiados. “Cabe ao pesquisador realizar seus sonhos. Cabe aos gestores não impedir essas realizações e possibilitar meios para as mesmas. Acima disso, a todos cabe auxiliar a sociedade para que seja possível seu desenvolvimento pleno e igual”, finalizou.

Almir Valladares cumprimentou “o evidente sucesso e humor” da direção da professora Ângela e avaliou como muito bem escolhida a decisão pela professora Agnes para dirigir o Instituto. A vice-reitora demonstrou seu apreço pelo IMPPG, lembrando seus sentimentos de amizade, respeito e admiração por tantos que nele trabalham. À nova diretoria, Sylvia Vargas desejou votos de boa sorte, coragem e paciência, “o tripé necessário para se ter uma profícua gestão”, declarou.

Passada a palavra para a Beatriz Moreira, a nova vice-diretora disse se sentir privilegiada de pertencer a área da ciência, “que pode fazer um trabalho muito importante para sociedade”. Referiu-se a Agnes como criativa e dinâmica e agradeceu a confiança depositada nessa eleição. Em seu discurso, Agnes Marie mostrou felicidade e respeito ao Instituto. “Hoje, acima de tudo, gostaria de deixar registrada a imensa honra de estar aqui, no posto da direção do IMPPG”, ressaltou a diretora. Relembrou ainda um pouco da história do IMPPG e de sua importância, com 97% dos docentes com doutorado, uma média de 110 publicações científicas por ano e uma patente, relativa a vacina contra Leishmaniose canina, produzida no laboratório da professora Clarisa Palatnik. Agnes Marie, enfim, agradeceu a professora Ângela pela dedicação durante sua gestão, solicitando uma salva de palmas especial para a ex-diretora. Aloísio Teixeira encerrou a cerimônia, desejando sucesso a nova direção na manutenção do padrão do IMPPG e seus compromissos assumidos com a Reitoria.


Simpósio de Bioética e Humanização da Saúde

Isabella Bonisolo

Em comemoração ao Dia do Médico, 18 de outubro, o professor Lúcio Pereira e o estudante do 10º período André Rosa – ambos da Faculdade de Medicina (FM) da UFRJ – organizaram o Simpósio de Bioética e Humanização da Saúde. O encontro, realizado no auditório Hélio Fraga, no Centro de Ciências da Saúde (CCS), contou com a presença de figuras importantes que discutiram os limites e o posicionamento do profissional da saúde diante de seus pacientes e nos momentos de decisões difíceis que envolvam a Medicina.

O objetivo central do simpósio foi iniciar uma caminhada para o resgate dos reais valores da ética. Segundo Sérgio Zaidhaft, presidente da Comissão de Bioética do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), essa palavra está sendo tratada de maneira erronia como sinônimo de honestidade. “Ética é bem mais que isso. Ser honesto e estar dentro das leis é obrigação de todo o cidadão. Ser ético é pensar o próprio lugar no mundo, nas próprias decisões, ideologias, crenças, e na consideração pelos outros. Falar de ética é pensar em posições do mundo, em auto-questionamentos sobre quem se é e o que é o outro”, afirmou Zaidhaft.

Na mesa de abertura, a importância do debate sobre o tema principal do evento foi ressaltada como fundamental para a melhora das práticas de atuação de profissionais da saúde. Segundo o professor Almir Fraga Valladares, decano do CCS, que abriu o evento, nesse momento em que o Sistema Único de Saúde (SUS) encontra-se cada vez mais desestruturado, é importante que se estimule o exercício da humanização na Medicina. “É um tema permanente no dia-a-dia do médico. Não podemos somente discuti-lo, devemos procurar praticá-lo”, afirmou.

José Marcos, vice-diretor da FM, reservou algumas passagens do livro A didática humanista do professor que enfatiza a Medicina como ato de solidariedade e afeto. “Temos que transmitir ao enfermo a certeza de que sua narração é recebida como o fato mais importante daquele momento. Temos que dar amparo aos que não tem, além da certeza de apoio dentro da desorientação, pânico ou da revolta que a doença trás”, declarou o professor.

Para o professor Lúcio Pereira, um dos organizadores do simpósio, a questão da Bioética será bem tratada se todos se conscientizarem da sua eterna posição de aluno. Ressaltou ainda o trabalho da FM de preparar um aluno para o mercado de trabalho que é capaz de pensar e aplicar a Bioética e a humanização.

A primeira mesa de debate, composta por João Malheiros, membro do grupo de Pesquisa e Ética na Educação da UFRJ, Maria Judith, professora da Faculdade de Educação da UFRJ e Dom Antonio Augusto Duarte, professor de pós-graduação de Bioética da PUC/RJ, centralizou-se na questão de falta de ética do mundo moderno. Já a segunda priorizou temas como a relação da Bioética com o paciente e a importância da inserção desse assunto na grade curricular dos cursos de Medicina.

 


Farmacoeconomia em debate

Palestra do I Ciclo de Conferências do IVFRJ traz ao Rio especialista no assunto

Por Taisa Gamboa

O Instituto Virtual de Fármacos do Rio de Janeiro (IVFRJ) promoveu, na última terça-feira, dia 17 de outubro, mais uma palestra do I Ciclo de Conferências sob sua organização. A meta do evento é complementar as atividades do Instituto, promovendo a disseminação de conhecimentos na área de desenvolvimento de políticas farmacêuticas.

A apresentação, que ocorreu no auditório Hélio Fraga, no 2º andar do bloco K do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFRJ, no Fundão, era intitulada Vigilância Sanitária - barreiras técnicas e autonomia no país em medicamentos e foi ministrada pelo professor Antonio Carlos Zanini, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Na abertura do evento, o professor Elieser Barreiro, professor e coordenador do Laboratório de Análise e Síntese de Substâncias Bioativas (LASSBio), da Faculdade de Farmácia da UFRJ, destacou as principais atividades exercidas pelo catedrático como coordenador do Sistema de Informações sobre Medicamentos do Hospital das Clínicas da USP e como pesquisador internacional.

Durante a conferência, Zanini destacou os objetivos da vigilância sanitária junto à garantia da segurança do consumidor e à facilitação do acesso aos medicamentos. De acordo com o professor, a produção de remédios hoje enfrenta barreiras técnicas, tecnológicas e problemas relativos às patentes.

A evolução histórica do acesso ao medicamento foi um dos pontos mais destacados durante a palestra. A oposição entre o modelo que encara os medicamentos como um benefício social, e o que os enxerga como bem de produção e consumo também foi explicada ao público.

A conferência contou com esclarecimentos sobre o funcionamento da farmacoeconomia, administração de medicamentos, química farmacêutica e farmacogenética. Ao final da apresentação, o professor Zanini fez um panorama sobre a situação da farmacoindústria no Brasil e as novidades que estão em processo de implantação no setor.