• Edição 053
  • 14 de setembro de 2006

Saúde em Foco

Hipertensão durante a gravidez aumenta riscos materno-infantis

A hipertensão é a complicação clínica mais comum da gestação, ocorrendo em 10 a 22% das gestações. As síndromes hipertensivas que acometem a mulher grávida são habitualmente classificadas de "hipertensão gestacional", quando a pressão alta é diagnosticada pela primeira vez na gestação, e "hipertensão arterial crônica", quando é diagnosticada antes da gestação. Ambas estão associadas a um aumento significativo de complicações perinatais (período imediatamente anterior e posterior ao parto), como mostra um estudo realizado por Cristiane de Oliveira e equipe da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

No trabalho, foram avaliadas retrospectivamente todas as pacientes que tiveram parto no período entre 1º de janeiro de 1996 e 31 de outubro de 2003 na Maternidade Escola da UFRJ. Foram selecionadas para o estudo 12.272 gestantes, das quais 10,26% apresentaram pressão arterial igual ou superior a 140/90 mmHg. No grupo com hipertensão gestacional e no grupo com hipertensão arterial crônica foram incluídas 2,8% e 7,45% das gestantes, respectivamente. No grupo das gestantes normotensas (com pressão arterial normal) foram incluídas 89,74% das gestantes. De acordo com artigo publicado na edição de janeiro/março de 2006 da Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, “o objetivo da pesquisa foi verificar o impacto das síndromes hipertensivas nos resultados perinatais das gestantes”.

Os pesquisadores verificaram que as síndromes hipertensivas na gestação, tanto a hipertensão arterial crônica quanto a hipertensão gestacional, aumentaram o risco para desfecho perinatal desfavorável, como a incidência de bebês pequenos para a idade gestacional, prematuros, com baixo índice de Apgar (escala que avalia as condições do recém-nascido) no 1º e no 5º minutos após o nascimento, com infecção neonatal, com síndrome de aspiração de mecônio e com síndrome de angústia respiratória. “Quando comparados os riscos relativos para desfecho perinatal desfavorável entre hipertensas arteriais crônicas e gestacionais, as crônicas apresentaram risco relativo de ter um bebê prematuro significativamente maior”.

Dessa forma, os pesquisadores alertam para a importância de as gestantes hipertensas adotarem cuidados especiais durante a gravidez. “A piora do prognóstico materno-fetal e os riscos de resultados perinatais adversos estão diretamente relacionados à gravidade da hipertensão gestacional”, destacam no artigo.


Informe Sergipe - SE
13/09/2006
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Link Original: http://www.informesergipe.com.br/pagina.php?sec=10&&rec=15168