• Edição 045
  • 20 de julho de 2006

Notícias da Semana

Novo Decano assume o CCS

Taisa Gamboa e Mariana Elia

O professor Almir Fraga Valladares tomou posse da Decania do Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFRJ), no dia 14 de julho de 2006. A cerimônia ocorreu no auditório Paulo Rocco (Quinhentão), no subsolo do Bloco K do referido CCS, na Ilha do Fundão. Vários diretores e professores de unidades do centro, assim como representantes do Conselho Regional de Medicina e do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro estiveram presentes ao evento.

Compuseram a mesa solene a reitora em exercício, professora Sylvia Vargas; o prefeito da UFRJ, Hélio de Mattos; o ex-decano, professor João Ferreira; o secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Nelson Macullan; o pró-reitor de pessoal, Luiz Afonso Mariz; a pró-reitora de Extensão, Laura Tavares Soares; e o professor da Faculdade de Medicina e vice-presidente da Academia Nacional de Medicina, Sérgio Novis.

O professor João Ferreira destacou a importância da Universidade na superação dos obstáculos sociais e agradeceu a todos o auxílio durante sua administração na decania. O ex-decano afirmou que a interlocução, a cura do “autismo” da instituição, e a superação do vestibular , que constam no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), são algumas das medidas que podem levar a universidade a um futuro promissor. O professor despediu-se da decania com a frase: “ninguém nasce para morrer, mas para começar”.

O novo decano iniciou seu discurso relatando seu percurso na vida acadêmica e momentos importantes de sua carreira. Almir Fraga Valladares afimou que, como Decano do CCS, pretende lutar pela eqüidade dos saberes e que sua relação com os docentes se baseará em permanente aconselhamento e críticas. O professor espera atenção, paciência e apoio dos alunos; e dos funcionários técnicos-administrativos, o respeito mútuo. Ele aproveitou a oportunidade para agradecer seus mestres e sublinhou: “Não devemos ter um dirigente, mas um representante de um conjunto de dirigentes e de uma comunidade. Multiplicados em força, nossa administração será repleta de parcerias e colaborações”.

Por último, Almir, que é ex-diretor da Faculdade de Medicina, relembrou o lema da Revolução Francesa, “igualdade, liberdade e fraternidade” como base do relacionamento interno do CCS para propor, criticar, valorizar o convívio e acabar com o personalismo. “Nosso país atravessa duros momentos. Nós devemos sentar e meditar em várias tarefas”.

Durante a cerimônia, o professor Almir Valladares nomeou a diretora do Instituto de Biologia, professora Maria Fernanda Quintela para o cargo de vice-decana, Jorge Fernando Teixeira Soares, professora da Faculdade de Farmácia, como coordenador de graduação, Diana Maul, professora da Faculdade de Medicina, como coordenadora de extensão. Para a superintendência, o novo decano nomeou Roberto José de Leal, professor da Escola de Enfermagem Anna Nery.

A importância da UFRJ no cenário nacional foi destacada pelo professor Nelson Macullan, principalmente pela sua história, pessoal e idéias reunidas. Ele criticou a criação dos novos cursos de medicina, já que, “é muito difícil manter profissionais qualificados nas faculdades dessa forma”. O ex-reitor da Universidade lamentou o atraso da educação brasileira em relação a países como China e Argentina, “Brasília e o Ministério da Educação têm que pensar a educação em todas as suas instâncias, inclusive no ensino superior, porque não se faz um país sem isso”, lembrou.

Ele defendeu a mudança de qualidade dos profissionais, e a colaboração das unidades de educação estaduais e municipais como forma de auxílio ao governo, “Brasília sozinha não consegue nada”. O secretário de educação superior demonstrou apoiar o projeto federal que visa a implantação de uma escola técnica em cada cidade com mais de 2.500 habitantes. E, por último, ressaltou que a UFRJ receberá uma verba especial em função de um investimento federal na educação superior pública de qualidade.

O encerramento de uma das solenidades mais importantes da hierarquia administrativa da Universidade foi feito pela reitora em exercício. Segundo ela, o papel da decania vem crescendo nos últimos anos, e o CCS é referência nacional, produzindo 42% das publicações na UFRJ e responsável por cerca de 50% de todo o ensino da universidade.

A Sylvia Vargas conclamou a decania a participar da construção do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), uma ferramenta de planejamento que pode superar a estagnação da instituição. Ela ainda cumprimentou a profícua gestão do professor João Ferreira e depositou em Almir, qualificado por sua vasta história acadêmica, a certeza de uma gestão plena e feliz.


Debates sobre PDI terminam no próximo mês

Geralda Alves

O reitor Aloísio Teixeira, a vice-reitora Sylvia Vargas e alguns membros da Administração central da Reitoria fizeram sua décima incursão, dia 12 de julho, ao visitarem o Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF) para exporem suas propostas sobre o Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional (PDI) e ouvirem sugestões dos professores e representantes de alunos e de funcionários presentes ao debate.

Segundo Aloísio, até o final de agosto o ciclo de debates terá sido completado e, durante esse período, vai ficar disponível no site da UFRJ uma tribuna virtual de debates para quem quiser colocar suas opiniões. A partir daí as contribuições serão consolidadas e será produzida uma nova versão do documento e levada a plenária de decanos e diretores a ser realizada no final de setembro. “Nessa reunião a gente pretende já ter uma proposta que corresponda a uma vontade majoritária da universidade para levar ao Consuni. Embora os prazos não tenham sido cumpridos nós podemos ter um plano de desenvolvimento estratégico que corresponda a consciência dos debates, que reflita um pouco dos nossos problemas, dos caminhos que nós vemos para superar esses problemas”, esclareceu Aloísio.

Ele destacou que o Plano corresponde a intenção da Reitoria de montar uma estrutura de planejamento dentro da universidade. “Começamos pelo planejamento básico, visto a elaboração do orçamento. Esse é o segundo ano que a gente trabalha com o orçamento discutido pela universidade e aprovado pelos colegiados. Esse ano também pela primeira vez, houve uma prestação de contas junto ao Consuni para sua aprovação. Isso não é previsto como atribuição do Consuni. O que fazemos é uma prestação de contas normal, aprovada pelo Conselho de Curadores e enviada para Brasília”, disse o reitor.

Rafael Linden diretor do Instituto de Biofísica apontou vários itens do PDI que, segundo ele, estão mal formulados e outros que não foram contemplados no documento. “A primeira coisa que me chamou a atenção foi quanto a Missão da UFRJ, eu não encontro a criação cientifica, tecnológica e cultural, esse é um ponto crucial, fundamental da missão de uma universidade. O professor Carlos Chagas dizia que a universidade completa a educação integral do estudante porque se faz pesquisa tecnológica e cultural, e eu não encontro essa ênfase no PDI, acho que ela deve aparecer com destaque”, observa.

Outro item que chamou a atenção do diretor da Biofísica foi quanto a duplicação do numero de estudantes da graduação e dá pós-graduação num prazo de cinco anos. Segundo ele, isso é humanamente impossível e citou como exemplo o seu instituto que tem 300 alunos  de pós-graduação e não cabe dentro da unidade os 600 planejados pelo PDI.

Para completar Rafael falou sobre registro de patentes que não foi contemplado no documento. “Essa é uma área crucial na universidade. Ela precisa garantir um espaço para o pesquisador básico e para a pesquisa tecnológica”. Outra preocupação do professor diz respeito a afirmação da natureza pública de todas as atividades da Universidade contida no PDI. “Isso pode entrar na contramão da Lei de Inovações com empresas privadas.”

O PDI foi instituído pelo MEC há dez anos, após a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB).  A UFRJ se atrasou na produção desse documento, mas a proposta da Reitoria era que o processo de elaboração fosse feito com a participação de toda a comunidade universitária e assim foi feita a primeira versão, há cerca de dois anos. Essa versão foi submetida à discussão da equipe formada por sub-reitores e diretores de unidades que redigiu uma segunda versão, encaminhada a uma reunião realizada em Macaé que resultou num documento enviado ao Conselho Superior de Educação Executiva e dai saiu a versão atual que está sendo utilizada para discussão entre a comunidade e a Reitoria.