• Edição 038
  • 1° de junho de 2006

Notícias da Semana

Festival de capoeira lota o ginásio de lutas da UFRJ

Mariana Elia e Mariana Granja

foto notícias da semana

Miscigenação, cultura, dança, harmonia, integração. Essas palavras resumem o VIII Festival de Capoeira, ocorrido dia 1 de junho, no Ginásio de Lutas da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD), da UFRJ. Trazendo diversos grupos de Capoeira e de dança do país, o VIII Festival, organizado por Gilberto Andrade Oscaranha, do departamento do lutas da EEFD, lotou o ginásio com estudantes, pais, capoeiristas e admiradores da arte esportiva.

Diversos grupos de Capoeira do Rio de Janeiro estavam presentes, como o Terra, a Associação de Capoeira Brasil-África e os Libertadores Capoeira, além de grupos de danças brasileiras, como o Brincando na Roda.

Importantes mestres assistiram e participaram das apresentações do jogo. Entre eles, destacam-se Mintirinha, Gilberto da Barra e o próprio Oscaranha.A velha guarda da Capoeira foi homenageada com medalhas e certificados de agradecimentos ao longo do evento.

Apresentações, como a promovida pelos capoeiristas da EEFD, organizado pela professora Rosângela Rufato, com crianças portadoras de necessidades especiais, impressionaram os presentes. O grupo Brincando na Roda se apresentou, mostrando o Maracatu, dança típica brasileira, porém ainda desconhecida por muitos. Outros demonstraram suas habilidades, com movimentos rápidos e acrobacias altas, jogando em harmonia com integrantes de grupos de capoeira.

O grupo Herança Negra, que somente acolhe crianças com bom desempenho escolar, trabalha com Jongo, Maracatu e Bumba-meu-boi. De acordo com o coordenador do grupo, Mestre Baiano Rasta, a apresentação “Missa dos negros”, representou a relação entre os negros e Igreja, na qual os primeiros aprenderam ritos da segunda para se defenderem das mazelas impostas durante a era colonial. Sobre o Festival, Mestre Baiano Rasta diz que “é muita emoção ver as crianças se apresentando para os grandes nomes da Capoeira na universidade. O que eu disser será ainda pouco para o que sinto, não há palavras”.Para Amanda Pinheiro, do Mara Brasil, esse tipo de evento é importante para divulgar a cultura negra. O grupo e mais quatro companhias dançaram o Jongo do Rio de Janeiro e o Tambor da Crioula do Maranhão (um dos rituais mais populares da cultura afro).

O reitor Aloísio Teixeira esteve presente, assim como Eliane Frenkel, da Pró- reitoria de extensão (Pr-5), Francisco Strauss, representando o Centro de Ciências da Saúde (CCS), Sônia Castilho, sub-secretária de Esporte do estado do Rio de Janeiro, e Alexandre Mello, diretor da EEFD, para quem a escola, por sua competência, aborda diversas áreas do esporte, tanto científicas quanto culturais e antropológicas. E a Capoeira é um dos bens mais valiosos do povo, pois busca a integração

Opinião essa partilhada com o professor Oscaranha: “esse festival abre as portas da Universidade para a cultura popular. Aproxima a sociedade da universidade, cumprindo sua função, que é a integração”.

Oscaranha foi o primeiro professor de Capoeira em uma universidade no mundo. A UFRJ foi pioneira na valorização da luta, instaurando como obrigatória a disciplina de Capoeira na EEFD.