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Edição 187
03 de setembro de 2009

Ciência e Vida

Pela qualidade das ervas-cidreiras

Estudo avalia e padroniza produtos para dificultar adulterações


Thiago Etchatz


Definir parâmetros científicos para garantir o controle de qualidade das ervas-cidreiras e seus derivados. Este projeto de José Luiz Pinto Ferreira, professor de farmacognosia da Faculdade de Farmácia da UFF e tecnologista em Saúde Pública pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz, deu origem à sua tese de doutorado pelo Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais (NPPN) da UFRJ. Sob orientação da doutora Ana Cláudia Amaral, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e do doutor Ricardo Kuster, do NPPN, o pesquisador desenvolveu métodos físico-químicos e histológicos para avaliar e padronizar produtos à base de ervas-cidreiras, visando inibir adulterações.

Para o desenvolvimento da tese “Contribuição à avaliação farmacognóstica das principais ervas-cidreiras utilizadas no Brasil”, o farmacêutico analisou aspectos químicos e anatômicos das matérias-primas vegetais: capim-limão (Cymbopogon citratus), erva-cidreira brasileira (Lippia alba) e erva-cidreira europeia (Melissa officinalis). Elas foram cultivadas em canteiros experimentais e coletadas sazonalmente para padronização entre folhas frescas e secas, os métodos de obtenção e as épocas de coleta.

“Avaliamos seus extratos (aquosos, hidroalcoólicos e óleo essencial) quanto aos seus perfis cromatográficos (cromatografia líquida de alta eficiência, cromatografia em fase gasosa acoplada a espectrometria de massas e cromatografia planar em camada delgada). As substâncias marcadoras, isoladas dos extratos brutos, foram identificadas e utilizadas na diferenciação química entre eles (os extratos) nos aspectos qualitativos e quantitativos”, esclarece o pesquisador.

Os resultados mostram que os métodos cromatográficos foram adequados para a diferenciação química dos extratos de ervas-cidreiras. “As características microscópicas de fragmentos das folhas, bem como do material moído, auxiliaram na diferenciação morfológica da matéria-prima”, afirma o farmacêutico.

De acordo com José Luiz, tal diferenciação colabora para impedir adulterações e substituições indevidas dos produtos à base de ervas-cidreiras, que são bastante consumidos no país, e auxilia na utilização de extratos padronizados. A divulgação da pesquisa ainda vai ser definida. No entanto, “certamente parte dela envolve a publicação de artigos em periódicos científicos da área”, conclui o professor.

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