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Edição 181
23 de julho de 2009

Saúde e Prevenção

Novos postos para a gripe suína são inaugurados no Rio

Amanda Salles

A Prefeitura do Rio de Janeiro pretende abrir, até sexta-feira (24/07), seis novos polos de acolhimento de pessoas com suspeita de ter contraído o vírus da gripe suína. Eles funcionarão 24 horas por dia, sete dias por semana, e atuarão de forma integrada à rede de saúde. Ao todo, a Secretaria Municipal de Saúde prevê a implantação de nove centros na cidade. É uma nova estratégia no combate à doença.

Cada novo polo de atendimento terá a atuação de um epidemiologista, dois enfermeiros, três técnicos de enfermagem, um auxiliar administrativo e um auxiliar de serviços gerais, totalizando oito profissionais por cada plantão, sendo um diurno e um noturno. Os novos polos ficam próximos do Hospital Lourenço Jorge (Barra da Tijuca), no Hospital Souza Aguiar (Centro), no Hospital Miguel Couto (Leblon) e ainda em Campo Grande, Méier, Santa Cruz, Penha, Guadalupe e Bangu (os três últimos ainda serão abertos).

Com o elevado número de casos de gripe, que é comum crescer no inverno, o Instituto Oswaldo Cruz, única referência no estado e em grande parte da Região Sudeste para fazer exames que detectam o vírus da gripe suína, não está dando conta de todas as solicitações. Segundo Roberto Medronho, infectologista do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), o momento não é mais de identificar se a população está ou não com gripe suína, mas sim de redução de mortes, seja pelo novo vírus seja pelo vírus comum.

Estudos vêm sendo feitos para a produção em larga escala de uma vacina eficiente e segura. “Isso demanda tempo e não existe parque industrial instalado para uma produção dessa quantidade, nesse curto período de tempo; então, o problema é quando o Brasil terá acesso a essa vacina para o tratamento de todos os pacientes. Se o tratamento da doença não for encontrado o quanto antes, existe a possibilidade de que, no próximo inverno, a gripe se torne mais resistente”, teme Roberto Medronho.

Hoje a gripe suína não está mais relacionada às pessoas que vieram do exterior, existindo pacientes que estão com a doença sem nunca terem tido contato com pessoas que viajaram. Isso significa que o problema se tornou presente dentro da sociedade e que o vírus está circulando livremente entre a população.

Os diversos postos de atendimento diferenciado aos pacientes da nova gripe instalados perto dos hospitais municipais visam reduzir a procura por atendimento nas emergências dos grandes hospitais e prestar informações sobre a doença. “Não há a necessidade de procurar um hospital. Primeiro, porque ele deve ser usado para o tratamento de casos mais graves, como é o caso do HUCFF. Segundo, porque os hospitais estão sobrecarregados no dia a dia; e terceiro, porque essa aglomeração facilita a transmissão do novo vírus”, relata Medronho. O infectologista do HUCFF também alerta quanto ao fato de que não há motivos para pânico e correria para tomar medicamentos e ir aos postos. Daí a importância de se conhecer bem os sinais da gripe suína.

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