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Edição 151
06 de novembro de 2008

Microscópio

Encontro de Pacientes do HU encurta distâncias

Marcello Henrique Corrêa

Há sete anos, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho reserva um espaço especial para discutir a razão de ser de sua estrutura: o paciente. Está chegando mais um Encontro dos Pacientes do HUCFF, onde professores, médicos e os próprios pacientes podem discutir as melhores formas de tratar com respeito e atenção os atendidos pela Instituição.

Nesta sétima edição do evento, destacam-se, entre outras discussões, a mesa-redonda sobre a parceria entre o Juizado Especial Criminal (JECrim) e o Hospital. Essa colaboração tem tudo a ver com a história do Programa de Atendimento Domiciliar Interdisciplinar (PADI), primeiro projeto a estabelecer a parceria.

O JECrim é o órgão responsável por julgar pequenas infrações, consideradas de menor gravidade, até uma lesão corporal leve, comum em brigas entre vizinhos ou partidas de futebol. Quem é processado nessas condições pode pagar sua pena doando recursos para alguma instituição cadastrada no Juizado. 

Helena Maria Marins é coordenadora e conta que o programa foi criado a partir do cadastramento no banco de dados do Juizado, o que garantiria recursos para que o trabalho fosse desenvolvido. “O PADI foi o primeiro programa a usar os recursos do JECrim. Em 2002, soubemos do sistema de cadastramento e vimos uma oportunidade de poder oferecer uma ajuda mais efetiva aos pacientes que atendemos, muitos deles de baixo poder aquisitivo e com necessidades urgentes em tratamentos e materiais, como fraldas geriátricas”, explica a coordenadora.

Integração

Além dos frutos da parceria com o JECrim, Helena Maria vai levar para o Encontro de Pacientes a experiência da colaboração entre o PADI e outros programas do Hospital, como a Comissão de Direitos do Paciente. Segundo Helena, o trabalho em equipe permite que um projeto complemente o outro. “Enquanto os programas de defesa dos direitos do paciente têm um caráter mais político, nós analisamos as necessidades na área terapêutica. O importante é perceber que, em ambos os casos, o foco é o paciente”, explica.

De acordo com a coordenadora, é comum que os programas precisem trabalhar juntos. Isso ocorre, já que, muitas vezes, o paciente precisa recorrer à justiça para conseguir os recursos necessários ao tratamento. Um paciente de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), por exemplo, precisa de um aparelho de oxigênio em casa, o tempo inteiro. Além do gasto inicial com o equipamento, estima-se que o custo com energia elétrica triplique nesses casos. “Enquanto o PADI trabalha para levar o aparelho ao domicílio do paciente, os programas de direitos do paciente lutam na área jurídica e política. Hoje, a empresa de energia elétrica faz uma concessão para esses pacientes, que podem ter a conta reduzida”, detalha Helena Maria.

A expectativa da coordenadora é de que o debate promovido no Encontro estimule a criação de novas redes de cooperação no Hospital. “Num hospital como esse, é difícil estabelecer uma sinergia entre os programas. Tenho certeza de que, integrados, poderíamos trabalhar com muito mais qualidade”, afirma.

O Encontro de Pacientes ocorre entre os dias 10 e 12 de novembro. Nos dois primeiros dias, as atividades acontecem no auditório Halley Pacheco, no 8º andar do HU. O encerramento do evento, no dia 12, é realizado no subsolo do Hospital. O HUCFF fica à rua Rodolpho Paulo Rocco, 225, na Cidade Universitária.

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