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Edição 144
18 de setembro de 2008

Por uma boa causa

Granola: importante para o organismo

Cília Monteiro

Em continuidade à série Por uma boa causa deste mês, o produto natural abordado nesta edição é a granola, alimento extremamente versátil, de inúmeras possibilidades de consumo. Saudável e saboroso, a granola pode estar acompanhada de leite, iogurte, açaí ou frutas, fica a gosto do freguês. “A granola é uma mistura de ingredientes, não possui regra ou legislação que lhe defina a composição. Assim, o mercado oferece inúmeras opções aos consumidores, compostas com diferentes elementos, em quantidades variadas”, esclarece Ana Lúcia do Amaral Vendramini, coordenadora do curso de Engenharia de Alimentos, da Escola de Química da UFRJ.

Segundo a professora, a granola apresenta cereais diversos, castanhas e frutas secas.  De modo geral, o produto contém açúcar. Caso contrário é rotulado light. Pode ter também mel ou óleo. “Referentes aos cereais, podem estar presentes cevada, aveia, farelo e gérmen de trigo, flocos de milho, de arroz ou trigo, e ainda linhaça. Dentre as castanhas, geralmente castanha-do-pará e castanha de caju. Das frutas secas, uva passa, banana passa ou maçã”, aponta Ana Lúcia.

Para a especialista, a falta de padronização da granola faz com que, em meio a tantos ingredientes, cada empresa crie sua própria receita, conforme sua conveniência. Desta forma, uma única marca pode oferecer diferentes linhas do produto. “Convém sempre consumir aveia, gérmen de trigo, frutas secas e oleaginosas. Esta composição se caracteriza por um bom equilíbrio de fibras solúveis e insolúveis, vitaminas, minerais e ácidos graxos insaturados, elementos positivos ao organismo. As frutas secas trazem vitaminas”, aconselha a professora.

Benefícios ao organismo

De acordo com Ana Lúcia, tais componentes auxiliam no processo digestivo e agem na flora bacteriana. As fibras solúveis alimentam os microorganismos da flora intestinal, que são benéficos à saúde. Trata-se de seres produtores de vitaminas do complexo B, que protegem as paredes do cólon e do intestino, e podem evitar câncer e doenças no aparelho digestivo.
- A granola tem muitos componentes importantes para o equilíbrio do organismo. Interfere na saúde e na disposição do indivíduo. Ao regular o intestino, isso também se reflete na pele, que fica com um melhor aspecto. Ainda os minerais presentes, em especial selênio e zinco, previnem o envelhecimento das células por serem antioxidantes - explica a professora.

De acordo com Ana Lúcia, apenas o consumo regular de granola não traz um benefício aparente, pois é preciso que venha acompanhado de uma alimentação equilibrada no decorrer do dia. “O produto interfere uma vez que possui elementos saudáveis, e sua composição de vitaminas e minerais age na defesa do organismo. Mas é preciso prestar atenção na dieta por completo”, relata a especialista.

Consumir ou não?

Ana Lúcia Vendramini acredita que o inconveniente da granola está no processo de produção. Nas áreas de estocagem, os ingredientes estão secos e armazenados em temperatura ambiente, fator responsável por atrair muitos insetos e roedores. Ela realizou uma pesquisa e constatou que, em trinta amostras, de dez marcas diferentes de granola, 60% apresentavam fragmentos destes seres. “O importante é que as empresas de alimentos garantam um ambiente higiênico e adequado, que impeça a contaminação. Existem pessoas alérgicas a insetos, que com a ingestão podem apresentar fortes reações, como vermelhidão na pele”, ressalta a professora.

- Isso afasta as pessoas do consumo da granola. No entanto, trata-se de um produto benéfico para a saúde. Deve-se continuar consumindo ou não? – indaga a especialista. Ela acredita que a melhor opção seja consumir, mas não se pode deixar de observar a higiene.  Segundo Ana Lúcia, as empresas precisam de um sistema de qualidade bem implementado para garantir que os animais não tenham acesso ao alimento e aos equipamentos das fábricas. “O sistema de qualidade é exigido pela Anvisa, e há uma fiscalização. Pode ser que esta inspeção esteja falhando, mas independente disso, a empresa precisa agir de forma correta”, indica a professora.

Contra-indicações e quantidade ideal

A granola é contra-indicada a indivíduos alérgicos, em especial ao glúten. “Porém, o rótulo informa quando não o contém, e nesse caso não há problemas com o consumo, basta que os alérgicos verifiquem a embalagem”, esclarece Ana Lúcia. Além disso, o teor de açúcar deve ser reparado pelo diabético, e pessoas que apresentam casos graves não devem ingerir o produto. No que se refere à faixa etária, não é indicado a crianças com menos de dois anos e idosos, por exigir uma boa mastigação.

A professora considera que se o produto fizer parte de uma dieta equilibrada de 2,5 mil calorias, os efeitos são positivos. Porém, numa dieta de emagrecimento, não deve ser utilizado, pois a granola é bastante calórica, com alto índice de carboidratos e lipídios. Para quem não apresenta excesso de peso, é um alimento importante ao organismo. Já indivíduos que possuem sobrepeso, devem evitar a granola.

A especialista lembra que paralelamente ao consumo de granola, é necessária uma ingestão regular de água, pois, caso contrário, o efeito pode ser de ressecamento na formação do bolo alimentar. “Uma dosagem de duas colheres de sopa diariamente, para quem não está com sobrepeso e tem uma alimentação equilibrada no restante do dia, é uma quantidade adequada”, aconselha Ana Lúcia.

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