Agência de Notícias da UFRJ www.olharvital.ufrj.br
Edição 135
17 de julho de 2008

Saúde e Prevenção

Calázio: como identificar e tratar

Cília Monteiro

Relatos de caroço vermelho, calombo ou inchaço nas pálpebras podem ser sinais de calázio. Esta é uma patologia que, além do transtorno estético, pode vir acompanhada de dor. Tathyana de Britto Pavanelli, oftalmologista do setor de Oculoplástica do Serviço de Oftalmologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), explica: “O calázio é uma reação granulomatosa por retenção de secreção das glândulas tarsais, presentes nas pálpebras superior e inferior”.

Segundo a oftalmologista, os sintomas se caracterizam por lesão nodular avermelhada de consistência dura, que pode surgir tanto na pálpebra superior quanto na inferior. É uma enfermidade que atinge qualquer faixa etária. “É possível causar dor ou não”, afirma Pavanelli.

O calázio costuma ser confundido com o hordéolo externo, popularmente chamado de terçol. Isso ocorre devido à grande semelhança de sintomas entre ambos. “A diferença fundamental é que o calázio é uma lesão crônica, enquanto o terçol é um processo inflamatório agudo” diferencia Tathyana.

– Alguns fatores como pele oleosa e estresse costumam favorecer a formação do calázio – afirma a oftalmologista. O calor também facilita a incidência da lesão, pois faz com que o corpo transpire mais do que o comum, o que torna a pele mais oleosa.

Pessoas que já manifestaram a enfermidade também podem estar mais vulneráveis. “É usual haver uma tendência ao calázio. Quem teve uma vez pode apresentar o quadro novamente”, diz Pavanelli.

É comum que se relacione a incidência do calázio a outros problemas de vista. De acordo com Tathyana, essa enfermidade não possui nenhuma relação com astigmatismo ou hipermetropia, nem sequer aparece como sinal de que o olho esteja funcionando de maneira excepcional.

Tratamento

Segundo Pavanelli, o tratamento clínico consiste no uso de pomadas, antibiótico e corticóide, associados a compressas mornas. O período de recuperação deve durar de dez a 14 dias.

– Se não houver melhora com o tratamento clínico, é necessária uma intervenção cirúrgica – afirma Tathyana. A cirurgia consiste na excisão do calázio e é simples, feita com anestesia local. A pálpebra é invertida e uma pequena incisão vertical é realizada em seu lado interno, por onde se retira o conteúdo do calázio. Segundo a especialista, no caso de criança, o procedimento acaba sendo mais complicado, pois é necessário que a criança esteja sedada.

Anteriores