Agência de Notícias da UFRJ www.olharvital.ufrj.br
Edição 115
21 de fevereiro de 2008

Notícias da Semana

Atuação Solidária em Ambiente Hospitalar

Priscila Biancovilli

No dia 21 de fevereiro, os centros acadêmicos de Medicina, Fisiologia e Fonoaudiologia convidaram profissionais da área de pediatria para a 1ª Recepção Solidária em Ambiente Hospitalar. O evento, que contou com a presença de calouros dos três cursos, teve como objetivo apresentar alguns projetos de sucesso dentro e fora da UFRJ, na área de responsabilidade social médica infantil.

Dores Lacombe, fundadora da ONG Recomeçar, foi a primeira a apresentar seu projeto. “Este é um trabalho que já existe no IPPMG há 16 anos, puxado pela ONG Renascer, que trabalha no Hospital da Lagoa. Tratamos de crianças carentes em pós-alta hospitalar, com o objetivo de diminuir a incidência de re-internações e promover uma melhoria na qualidade de vida para suas famílias – especialmente a mãe”, explica.

A chamada rede dos REs, do qual fazem parte a Recomeçar, Renascer e outras ONGs semelhantes no Rio de Janeiro e em todo o Brasil, o trabalho busca levantar a auto-estima da família, orientar sobre direitos e deveres e esclarecer a doença da criança. “Recebemos aqui algumas mães miseráveis, que não têm dignidade. Nosso trabalho é resgatar também estas pessoas, para que a criança viva em melhores condições”, diz Dores.

Em seguida, foi a vez de Vera Cordeiro, fundadora da ONG Renascer. Formada em Medicina pela UFRJ, foi enfática ao elogiar o trabalho de Dores em seu projeto dentro da Universidade: “Aqui está uma grande guerreira, que enfrentou diversas batalhas para iniciar este projeto e mantê-lo em funcionamento”. Em seguida, contou a história do surgimento da Renascer e a proposta da rede dos REs. “Intervimos no ciclo vicioso doença-internação-alta-miséria, para fazer com que as re-internações caiam. Até hoje já atingimos cerca de 20 mil pessoas. Este é um projeto que se espalha com recursos apenas da sociedade civil. O Renascer foi fundado em 1991 e conseguimos reduzir de forma significativa os gastos públicos em hospitais, diminuindo a taxa de re-internações”.

Rosa Célia Barbosa, idealizadora do projeto Pró-Criança Cardíaca, também esteve presente para explicar seu projeto. O objetivo é atender crianças cardiopatas carentes. Rosa começou encaixando o atendimento a crianças carentes em seu consultório particular, e depois passou a usar as instalações do Hospital Pró-Cardíaco, um dos mais avançados no Rio de Janeiro. A sede própria do Pró-Criança foi inaugurada em 2001, e atende em média 300 crianças por semana. Rosa foi enfática em seu discurso: “A medicina é uma profissão muito séria. Portanto, levem seus trabalhos a sério, todo o tempo”. A apresentação foi finalizada com um vídeo institucional do projeto, bastante aplaudido pelo público.

Por último, a professora Sônia Motta, do Núcleo de Humanização do IPPMG (Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira), comentou alguns projetos do hospital e experiências obtidas. “Este núcleo existe há apenas um ano, está ainda no começo. Gostaria de dizer aqui que muitos jovens em início de carreira se sentem confusos e descrentes com o país e a política. Digo a vocês que, se cada um realizar o que estiver ao seu alcance, pequenas contribuições, certamente teremos um mundo melhor”.

Calouros conhecem projetos de extensão do CCS

Após a apresentação dos projetos voltados a crianças e famílias carentes, a coordenadora de extensão do CCS, Diana Maul, mostrou aos novatos alguns projetos em andamento. Iniciou seu discurso explicando os objetivos gerais da coordenação de extensão: “Nosso trabalho é identificar, sistematizar e divulgar as atividades desenvolvidas no centro, construir critérios de acompanhamento e análise dos projetos e programas, estabelecer um sistema de indicadores para avaliação da extensão universitária, e construir e consolidar intercâmbios com as secretarias de estado e municipais de saúde, educação e ambiente do Rio de Janeiro”.

Em seguida, Diana comentou dois grandes projetos de extensão do centro: o “Saúde e Educação para a Cidadania” e a “Memória do Centro de Ciências da Saúde”. Os objetivos deste projeto são criar um maior estreitamento com os serviços de saúde e educação básica públicas; incentivo à criação de espaços de comunicação; promoção de uma consolidação de parcerias com municípios e organizações da sociedade civil na área de saúde, educação e ambiente; fortalecer a integração entre as unidades do CCS, assim como manter e construir relações com os demais centros da UFRJ; e discutir ações que viabilizem a captação de recursos para a extensão.

O “Memória do Centro de Ciências da Saúde” surgiu há 8 anos e pretende recuperar o enorme acervo histórico de todas as unidades do CCS. “Na década de 70, estes documentos foram armazenados de forma inadequada, e se mantiveram assim por quase 20 anos. Agora estamos reorganizando este material”, explica Diana.

Por último, o estudante Helder Vilela, presidente da Liga Acadêmica de Trauma e Emergência, apresentou algumas atividades executadas pelo grupo. “Trabalhamos com prevenção e primeiros socorros, atendimento pré-hospitalar, intra-hospitalar e reabilitação”.

Anteriores