Agência de Notícias da UFRJ www.olharvital.ufrj.br
Edição 106
08 de novembro de 2007

Microscópio

20 anos de dança

Clarissa Lima

A Companhia Folclórica do Rio da Escola de Educação e Física e Desportos da UFRJ completa 20 anos e comemora com uma extensa programação. Para não ficar por fora dos festejos, o Olhar Vital conversou com a professora Eleonora Gabriel, coordenadora do grupo, para falar sobre história e projetos de pesquisa e extensão da Companhia.

De acordo com a coordenadora, a companhia é um grupo de pesquisa de campo e pesquisa bibliográfica, que analisa toda a produção do folclore e da cultura do Brasil. “A questão da corporeidade brasileira deve ser focal para os alunos do bacharelado em Educação Física. Em nosso grupo, mostramos como a dança e o folclore têm poder como expressão de identidade e como atividade lúdica”, demonstra a professora.

– O objetivo da Companhia é trazer para a Universidade, principalmente a pública, mantida pelo povo, os saberes deste mesmo povo. Nós devemos fazer parte da construção do conhecimento popular, geral –, destaca a professora. Por isso, a Companhia age buscando a valorização do folclore brasileiro, dos símbolos que permeiam a cultura e o imaginário popular.

Equipe da Companhia

Este grupo faz parte do departamento de Arte Corporal da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD-UFRJ). A equipe, segundo Eleonora, é composta por professores da EEFD, ex-alunos que acabaram se tornando funcionários e bolsistas de diversas unidades. Estudantes das faculdades de música, história, geografia e até mesmo da medicina se envolvem no projeto: “A cultura é misto de várias coisas, então há espaço, há fluidez na Companhia o que permite a presença de todos estes cursos.”

Os encontros da Cia. Folclórica são todos no próprio Departamento de Arte Corporal, mas o grupo estende suas atividades para ambientes diversos. “Já nos apresentamos em vários estados do país e já fomos para Argentina e Colômbia. Recebemos também muitos convites para fazer exibições no exterior, mas é complicado dar passos mais largos nas nossas condições”, explicita a professora.

Ela também evidenciou a necessidade de políticas em prol da valorização da arte e da cultura na Universidade. “Nosso projeto, como reconheceu a própria UFRJ, talvez seja o único a completar 20 anos.”
O amor pelo projeto é tão grande que se estende por gerações: “Até mesmo nossos filhos auxiliam. Meu filho é músico, e, mesmo sem ter vínculo com a UFRJ, toca no grupo. Há alunos que gostariam de continuar, mas como terminam seus cursos este ano não há como custear a manutenção deles na Companhia. É triste, porque todos têm verdadeira paixão pelo trabalho e gostariam de continuar”, lamenta Eleonora.

História do grupo

- Na verdade, nosso projeto nasceu há mais de 30 anos, com a professora Sônia Chemale, da Educação Física. Ela estava pesquisando sobre as danças gaúchas no Rio Grande do Sul e também da América do Sul. Desta forma, Sônia chegou com a idéia de montar o Grupo de Dança Gaúcha. No entanto, devido à pouca atenção dada pela Universidade, este grupo acabou em 1982. Em 1987, muitos alunos meus, sabendo do extinto projeto, cobraram a montagem de um novo grupo. Nasceu, assim, a Companhia Folclórica do Rio -, conta a coordenadora da Companhia.

Indagada sobre os momentos mais marcantes pelos quais o grupo já teve, a professora disse: “Estamos passando por um momento destes. Completar 20 anos com estes festejos está sendo ótimo. Tivemos também uma surpresa muito grande quando fomos convidados para coreografar a abertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Nós simplesmente não esperávamos! Foi pena a mídia dar tão pouco espaço para a apresentação”, ressaltou ela.

Eleonora comenta também sobre projetos desenvolvidos pela Companhia neste momento: “Temos encontros planejados para dezembro no Centro Coreográfico do Rio de Janeiro. Dentre nossos projetos, temos, por exemplo, o Folclorando, que trabalha a dança com crianças e adolescentes; o Riojaneirices, que fala da cultura do Rio de Janeiro; e o Ciclo de Cinema, que ocorre anualmente, nos quais assistimos a uma seleção de filmes e refletimos sobre o tema que eles encenam. Também nos encontramos, toda última sexta-feira do mês, na Roda Cultural, em frente ao prédio do Centro de Ciências da Saúde (CCS-UFRJ), onde apresentamos maracatu e samba, dentre outras danças.”

Enfim, a professora reiterou a necessidade do apoio da Universidade a este tipo de projeto e convidou todos a participar não apenas dos eventos comemorativos pelos 20 anos da Companhia Folclórica do Rio da UFRJ, mas de todos os encontros e atividades realizados pelo grupo.

Anteriores