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Edição 105
01 de novembro de 2007

Notícias da Semana

Encontro debate ensino de Saúde coletiva

Seiji Nomura

No dia 30 de outubro, no auditório Hélio Fraga, o departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da UFRJ realizou a abertura da oficina sobre o Ensino da Saúde coletiva na Medicina. A mesa teve como convidados Almir Fraga Valadares, decano do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Letícia Legay, diretora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, e Antônio Ledo, diretor da Faculdade de Medicina, além de Roberto Medronho, chefe de departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina, como mediador.

Para dar início às atividades, o decano do CCS declarou em seu discurso que é necessário um aprofundamento maior no que diz respeito a saúde coletiva. “Infelizmente, essa área ainda não é bem atendida nas suas demandas, mas cada vez mais há valorização, propostas, discussões e atitudes que certamente trarão melhorias para a saúde de nossa coletividade."  De acordo com Almir, a saúde coletiva depende de uma série de fatores em um estado de carência no Brasil, são saneamento, moradia, emprego e educação como um todo.

Letícia Legay lembrou de sua época como aluna e monitora de Saúde coletiva.  "Podemos ver a evolução da disciplina. Era muito difícil passar naquela época os conceitos. A saúde coletiva ainda tinha uma grande limitação dentro da medicina e dentro das outras áreas. Ficávamos muito ligados à vigilância. Muitas outras áreas de saúde coletiva já estavam se colocando e se desenvolveram desde então, a das Ciências sociais, por exemplo. É muito prazeroso ver tudo isso organizado e acontecendo" afirmou a diretora.

Antônio Ledo saudou os colegas da mesa. "Essa área é muito cara pra mim, até fui monitor nela. Era uma época na qual existia uma grande discussão em torno do tema. Quem era a favor geralmente era de esquerda e a oposição de direita não assistia a aula. Hoje, com o avanço na democracia, a situação nos permite refletir de forma diferente sobre o tema. Parabenizo a iniciativa", disse o diretor.

O evento foi organizado para decidir sobre a adaptação do ensino na área às Diretrizes Curriculares do MEC e para discutir propostas do curso de graduação em Saúde coletiva a ser apresentado à comunidade pelo Instituto de Estudos de Saúde Coletiva (IESC).


Traumas odontológicos em jornada acadêmica

Seiji Nomura

O Programa de Educação Tutorial do curso de Odontologia promoveu, nos dias 29 e 30 de outubro, a XVII Jornada Acadêmica de Odontologia. O evento contou com diversos grandes nomes da odontologia como Dayse Amaral e Roberto Prado, foi realizado em diversas salas da Faculdade de Odontologia da UFRJ. Na programação, simpósios, cursos, conferências e ainda um workshop, sobre cirurgias estéticas do complexo maxilofacial, anestésicos e solução de emergências médicas no consultório.

Tratamento de traumas e patologias maxilofaciais

O primeiro curso abordou os “Avanços no tratamento do trauma e das patologias maxilofaciais” teve como professores Gerson Hayashi, professor da UVA e chefe do Serviço de Cirurgia BMF do hospital estadual Adão Pereira Nunes e do hospital municipal Lourenço Jorge – RJ, e Roberto Prado, professor da UERJ e Unigranrio e cirurgião bucomaxilofacial.

– Talvez, em algum momento da vida de vocês, alguém tenha falado que não existe emergência na área odontológica. Essa é uma visão errônea; pacientes de trauma de face também podem ser tratados como urgência ou emergência –, afirmou o cirurgião Gerson Hayashi.

Na visão dele, também seria errada a concepção de esperar até que as áreas afetadas pelo trauma desinchem. “De acordo com a literatura médica mundial, para fraturas simples, o momento ideal para tratar o paciente é quase o imediato, dentro das 24 horas que procedem ao acidente”, disse Hayashi.

Em casos mais graves, porém, o professor recomendou um cuidado maior. “Em fraturas complexas deve se aguardar a estabilização do quadro, levando em conta a segurança. Preisamos considerar cirurgias anteriores para o paciente, edemas, outros traumas, mas também o fato de que algumas vezes o hospital não tem o equipamento necessário para tratar certos traumas mais específicos; será necessário esperar avaliação da situação ou acesso do equipamento necessário”, completou o palestrante.

Ele destacou entre as causas de traumas maxilofaciais quatro principais: acidentes de trânsito, projéteis de armas de fogo, agressões físicas e quedas de grandes alturas. O cirurgião alertou, no Rio de Janeiro, o caso especial de lesões causadas por queda de laje, dificilmente encontrada em outras partes do mundo. Essa forma geralmente é especial na hora da cirurgia, já que quase sempre o paciente apresenta fraturas em diversas outras partes do corpo.

Gerson Hayashi também lembrou que as reconstituições de lesões completas da área maxilofacial requerem certa lógica de suporte, deixando, por exemplo, o nariz para o final do processo, já que este se encontra em uma área central da face, assim necessita de um suporte de várias outras áreas em seu entorno para que a operação seja feita de modo mais eficaz.

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