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Edição 086
21 de junho de 2007

Por uma boa causa

Não viaje sem se vacinar

Mariana Mello

Viajar pode ser muito divertido, quando são tomados os devidos cuidados com a saúde. O turista, por estar em um ambiente diferente do seu habitual, torna-se suscetível a certas doenças. Por isso, para dar continuidade à série de matérias da editoria Por uma boa causa, o tema abordado hoje será a vacinação para viajantes, uma maneira de imunização que de forma alguma pode ser esquecida.

Devido às péssimas condições sob as quais vive grande parte de sua população e ainda por receber muitos turistas, o Rio de Janeiro configura-se como uma área de risco de infecção e contágio de doenças permanente. Ao mesmo tempo em que autoridades de saúde promovem campanhas de vacinação, na tentativa de erradicar surtos epidêmicos internos, há uma grande preocupação em evitar que os turistas da cidade, quando voltem de suas viagens, introduzam novas doenças ou reintroduzam as que já foram eliminadas da região.

Os viajantes representam um risco enorme no que diz respeito à transmissão de doenças. São muitos os destinos turísticos, nacionais e internacionais, que consistem em áreas endêmicas. Há um duplo risco de se contrair ou transmitir uma infecção em situações de deslocamento, como a viagens.

Não são muitas, porém, as iniciativas que visam conscientizar essas pessoas e estimular sua profilaxia, seja recomendando a vacinação ou mesmo outras medidas preventivas. O Centro de Informação em Saúde para Viajantes da UFRJ (Cives), é o que mais se destaca nesse âmbito. O Centro é pioneiro em Medicina de Viagem pública em todo o Brasil e foi implantado na Universidade Federal do Rio de Janeiro em março de 1997. Localizado no campus do Fundão, no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, o Cives conta com uma equipe de médicos infectologistas, que atende viajantes previamente agendados.

Mas o interesse do Cives não é somente no potencial de transmissão de um indivíduo. Luciana Gomes Pedro, médica infectologista do Centro, considera que “a importância do atendimento ao viajante vai além da preocupação individual e leva em conta os riscos existentes para população, em geral”. Segundo a especialista, quanto mais adequadas forem as medidas e as informações profiláticas individuais de um viajante, menor é o risco de adoecer. Porém, se ele adoecer, o diagnóstico é realizado precocemente, e assim reduz os riscos de contaminação para o coletivo.

As vacinas constituem parte importante das estratégias de prevenção contra doenças infecciosas antes de uma viagem e são consideradas extremamente eficazes, sendo, às vezes, obrigatórias para a concessão do visto de entrada em determinado país – como, por exemplo, a febre amarela. As exigências em relação às vacinas podem variar de um país para outro e ao longo do tempo. Acima de tudo, é necessário ressaltar que as imunizações são indicadas para as pessoas; por isso, em hipótese nenhum elas devem ser indicadas apenas devido aos riscos existentes em uma localidade, o destino do viajante.

Segundo Luciana Pedro, há uma separação entre as vacinas exigidas e as recomendadas, que nem sempre são as mesmas. As primeiras, em geral, objetivam proteger a saúde da população do país de destino, mas não exatamente a do viajante. Já as recomendadas são focadas na proteção dos viajantes. Entre as mais comuns estão a já citada vacina contra a febre amarela, além daquela que previne a meningite meningocócica. É difícil resumir todas as vacinas, pois a imunização depende muito do contexto de viagem e principalmente do destino.

Luciana, contudo, faz questão de não restringir a Medicina de Viagem somente às vacinas, já que a maioria dos riscos para a saúde do viajante é causada
por condições não-infecciosas ou infecções para as quais não estão disponíveis vacinas, como a malária.

– Os riscos de adoecimento durante uma viagem são variáveis e dependem de diversos fatores. Em relação ao indivíduo, é preciso atentar para sua idade, sexo, histórico de saúde e antecedentes vacinais. Quanto à viagem, deve-se considerar o meio de transporte, época do ano, roteiro, duração e condições de alojamento. Pensando no local de destino, são relevantes o tipo de clima, fuso horário, altitude, segurança, disponibilidade de assistência médica e a prevalência de doenças infecciosas – conclui Luciana.

Para saber mais sobre a saúde do viajante, acesse www.cives.ufrj.br.

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