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Edição 051
31 de agosto de 2006

Saúde e Prevenção

TPM: temos sim, e daí?

Isabella Bonisolo

Choram, desesperam-se, gritam, comem chocolate, reclamam e, minutos depois, como se nada tivesse acontecido, sorriem. Se você faz parte do dito “sexo frágil” e, ao ler esta matéria, achar alguma semelhança com episódios de sua vida, não é mera coincidência, acertou. Esses são alguns dos sintomas que cerca de 80% das mulheres são obrigadas a suportar durante o período pré-menstrual, a famosa Tensão Pré-menstrual (TPM).

De sete a dez dias antes da menstruação, as alterações causadas pela TPM se fazem presentes. Há uma lista enorme delas, que geralmente envolvem problemas psicológicos, gastrintestinais, neurológicos e dermatológicos. Porém, cada mulher possui suas peculiaridades, podendo certos sintomas se manifestar mais do que outros. Maria Albina Catellani, ginecologista do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), salienta que “os sintomas mais comuns são alteração de apetite e humor, raiva e tristeza desproporcional, ou sem nenhuma motivação, dificuldade de concentração, entre outros”.

As flutuações hormonais do corpo feminino são as culpadas por esse conjunto de sintomas. E qualquer mulher que tem seu ciclo ovulatório iniciado, pode sofrer com a TPM. “Os relatos é que quanto mais a idade avança, mais intensa fica a TPM. A lógica é que você se conhece melhor e, portanto, fica mais atenta para o que acontece no seu corpo”, explica a médica.

A hora certa de procurar um ginecologista para a resolução do problema será quando esses transtornos periódicos interferirem na qualidade de vida. Cabe ao médico indicar o tratamento mais adequado à sua paciente. Há procedimentos, porém, que a mulher deve pensar duas vezes antes de aceitar, como o medicamento análogo ao gene RH. “Para mim, tratar TPM com esse tipo de droga é um absurdo total. Esse medicamento conduz a uma menopausa transitória, você fica sem ter o ciclo. É algo caro, não pode fazer por um tempo prolongado e se parar o tratamento, volta tudo novamente”, alerta Maria Albina.

E para quem está mais do que curioso em saber como se ver livre da TPM, aí vai a dica da especialista: “eu recomendo sempre exercício físico intenso depois do período ovulatório, uns 14 dias antes da menstruação. E dieta saudável, livre de cafeína e estimulantes”. Parece que a boa e conhecida dupla – exercícios físicos e dieta saudável – ainda é a solução para se tentar amenizar os sintomas desagradáveis.

Outra recomendação de Maria Albina é encarar a TPM como um momento transitório, que em alguns dias irá passar. “Não se deve valorizar a TPM. É quase totalmente psicológico. Claro que há sintomas físicos, como aumento das mamas e edemas, mas o sentimento com que você valoriza isso é psicológico. É bom lembrar que psicológico não quer dizer que não exista”, conclui a médica.

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