• Edição 193
  • 15 de outubro de 2009

Por uma boa causa

Intertrigo: uma dermatite de atrito

Tássia Veríssimo

A seção Por uma boa causa do mês de outubro tem como tema as doenças dermatológicas. O objetivo desta série de matérias é trazer maiores esclarecimentos sobre causas, tratamentos e modos de prevenção de algumas dermatites. Nesta semana falaremos um pouco sobre uma doença de pele relativamente comum, o intertrigo.

Segundo a dermatologista Márcia Ramos e Silva, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, intertrigo é “o nome que se dá para uma dermatite superficial localizada em superfícies cutâneas justapostas, como axilas, dobras do pescoço, região embaixo de mamas pêndulas, espaços interdigitais das mãos ou pés, dobra interglútea, prega entre o escroto e a coxa e virilha”. A dermatologista explica que de início os sintomas apresentados são vermelhidão, maceração, queimação e coceira. Mais tarde podem aparecer fissuras, exsudação e presença de pus por infecção secundária, devido à proliferação de microrganismos resistentes.

As causas da doença estão relacionadas a umidade, calor, retenção de suor e, principalmente, atrito, associados à obesidade e/ou ao diabetes mellitus, que facilitam e agravam os demais fatores. “Nos obesos e nos diabéticos, o intertrigo é, às vezes, difícil de controlar, e o paciente apresenta quadro de infecções fúngicas ou bacterianas recorrentes, causando muito prurido e dor no local”, explica Márcia Ramos.

Devido ao fato de ser um problema causado por umidade e atrito, o intertrigo não é, a princípio, uma doença contagiosa. Somente quando surge infecção secundária por bactérias e/ou fungos é que ele pode se tornar contagioso. Em relação ao tratamento, a doutora Márcia explica que “com grande frequência, apenas cuidados locais resolvem o problema. É importante evitar a umidade, manter as duas superfícies justapostas afastadas por meio de tecido de algodão (fralda) ou gaze, e usar loções ou cremes para fungos ou bactérias, se estiverem presentes. Essas medicações devem ser usadas em pouca quantidade e ser bem espalhadas para que também não piorem por provoquem mais maceração no local”.

A prevenção do intertrigo, principalmente nos obesos e diabéticos, é feita mantendo seca a área afetada e enxugando todas as dobras cuidadosamente após o banho e a prática de exercícios físicos. Usar roupas leves, de preferência de algodão, e largas, que permitam arejar o local, também ajuda na prevenção.