• Edição 168
  • 16 de abril de 2009

Notícias da Semana

Riscos do diabetes e da hipertensão

Sidney Coutinho

A forte chuva que caiu sobre a Cidade Universitária no início da tarde dessa quarta-feira (15/4) atrapalhou a realização do evento do programa de qualidade de vida do Centro de Tecnologia (CT) na Tenda Engenheiro Lobo Carneiro. Além de começar com meia hora de atraso, poucas pessoas assistiram à palestra “Hipertensão e diabetes x qualidade de vida” concedida pelos enfermeiros João Batista Vieira Benício e Maria Heloisa Monteiro de Resende, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCCF).

No entanto, quem participou não se arrependeu. Os dois profissionais esclareceram as formas de prevenção e características das doenças. Na primeira apresentação, a enfermeira Maria Heloisa explicou as diferenças entre o diabetes do tipo 1 e do tipo 2. Segundo ela, no primeiro caso, é uma doença autoimune caracterizada pela destruição das células beta produtoras de insulina. Quando isso acontece é preciso tomar insulina para viver e se manter saudável. O diabetes do tipo 2 possui um fator hereditário maior do que no tipo 1. Além disso, há grande relação com a obesidade e o sedentarismo. Estima-se que 60% a 90% dos portadores da doença sejam obesos. A incidência é maior após os 40 anos.

— O diabetes pode ou não se manifestar, mas é uma doença que pode ser tratada e há prevenção. O que acontece é que, devido a maus hábitos alimentares e estilos de vida, as pessoas estão antecipando a manifestação da doença — disse ela.
Na outra parte da palestra, o enfermeiro João Batista Vieira Benício procurou passar as informações sobre a hipertensão de forma bastante didática. Ele distribuiu entre os presentes folhetos com orientações para tratamento e prevenção da doença.  O enfermeiro deixou claro que a hipertensão é uma doença silenciosa, pois muitas vezes apresenta sintomas comuns a tantas outras doenças.

— Verificar a pressão com relativa frequência, pelo menos uma vez ao mês se há histórico familiar da doença ou a cada seis meses, em um posto de saúde é a forma de detectar a hipertensão — recomendou ele.

Em ambas as doenças os fatores de risco são bem semelhantes. Sedentarismo, obesidade, má alimentação e estresse contribuem de forma decisiva para que tanto a hipertensão como o diabetes se manifestem. Os palestrantes alertaram para a necessidade de alterações na rotina, com a inclusão da prática de atividades físicas e também uma reeducação alimentar, dando preferência a alimentos menos gordurosos e calóricos.

Embora estivessem previstos testes de glicemia e mensurações da pressão, eles foram suspensos. O público, porém, pode desfrutar de um brunch com diversos alimentos saudáveis. O evento foi realizado pelo CT em parceria com a COPPE (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia) e o PSIhU (Programa Social de Integração Humana).


Sessão de estudo discute uso de antibióticos

Igor Costa

Durante a última sessão de Serviço DIP, no dia 15 de abril, o médico Luiz Affonso Mascarenhas, da Comissão de Controle de Infecções Hospitalares do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (CCIH/HUCFF), apresentou a palestra “Dados de CCIH e política de uso de antibióticos 2009”. Ele abordou os critérios usados na escolha de antibióticos para tratamento de infecções adquiridas pelos pacientes no HUCFF.

De acordo com o doutor, hoje é necessário que haja maior cuidado com a seleção dos antibióticos utilizados no tratamento de infecções. “O pessoal da velha guarda, quando ia falar de infecção, falava do paciente e do antibiótico, depois entrou outro fator: o micro-organismo. Agora, mudou. Eu tenho que saber qual é a bactéria e principalmente em qual sítio a infecção está ocorrendo. Porque existem alguns lugares do corpo nos quais o antibiótico vai penetrar mais ou menos. Ou seja, é um quebra-cabeças”, declarou o doutor Luiz Affonso.

Durante a aula, o professor usou o micro-organismo Staphylococcus aureus para exemplificar a dificuldade no combate às infecções. “No momento que a gente começou a usar a penicilina, o S. aureus começou a morrer. Em menos de um ano, o micro-organismo começou a produzir uma enzima que fazia a penicilina ficar inerte. Então, foi necessário criar outro antibiótico que durante dez anos foi eficiente, mas para o qual ele desenvolveu um outro mecanismo de defesa mais complexo, que foi passado adiante”, afirmou.

Segundo o professor, o uso indevido de antibióticos é o grande culpado pelo surgimento de surtos infecciosos. “Geralmente, esses surtos surgem em setores onde o antibiótico é mal utilizado. Exemplo: na diálise. A maioria desses surtos surge na hemodiálise. O diagnóstico é benfeito, porém é utilizado antibiótico demais”, declarou Luiz Affonso.

Outra questão que o professor colocou durante a palestra foi a dificuldade de definir quais bactérias são sensíveis a quais tipos de antibióticos. Por fim, Luiz Affonso concluiu que quando é feita alguma análise mais aprofundada dos sucessos e dos fracassos do tratamento com alguns antibióticos percebe-se que na maioria das vezes ele é ineficiente.