• Edição 163
  • 12 de março de 2009

Teses

Estudo avalia programa pré-operatório em obesos mórbidos

Beatriz Cruz e Igor Costa

João Régis Ivar Carneiro, da Faculdade de Medicina, defende sua tese de doutorado na próxima quinta-feira, dia 19 de março, às 09h, no Auditório Halley Pacheco. O trabalho, intitulado “Impacto Clínico-Metabólico e na Qualidade de Vida de um Programa de Preparo Pré-Operatório Específico Para Obesos Mórbidos com Ênfase na Prática Regular de Atividades Físicas”, é orientado pelo professor doutor José Egídio Paulo de Oliveira, chefe do serviço de nutrologia da Faculdade de Medicina da UFRJ.

A pesquisa envolveu 37 pacientes portadores de obesidade severa, com Índice de Massa Corpórea (IMC) variando de 38,82 Kg/m2 a 64,59 Kg/m2, que estavam na fila de espera para realização de cirurgia bariátrica. Eles foram admitidos no Programa de Preparo para Cirurgia Bariátrica (PROCIBA) do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), com ênfase na prática de atividades físicas regulares supervisionadas.

Antes de iniciar as atividades o doutorando aplicou dois questionários de qualidade de vida (Stanford Health Assessment QuestionnaireDisability Index e Moorehead Ardelt Quality of Life Questionnaire II), um teste de seis minutos de caminhada e uma avaliação clínico-metabólica. Essas avaliações foram repetidas ao fim do trabalho e os resultados obtidos foram comparados. Os 23 pacientes que completaram as atividades do programa foram reavaliados ao final de 90,39 dias.

Régis concluiu que a maioria dos pacientes (82,6%) perdeu peso. Ao final do programa o IMC foi menor se comparado ao início (47,98 ± 6,10 kg/m2  vs  49,66 ± 6,93 kg/m2, p < 0,01). Segundo ele, ao fim do programa os pacientes também obtiveram melhor performance no teste dos 6 minutos de caminhada, tendo a distância percorrida sido superior se comparada à do início, respectivamente (556,26 ± 42,27 m vs 528,34 ± 44,56 m, p <0,01). A melhora da performance no teste de 6 minutos não se correlacionou com a perda de peso obtida com o PROCIBA. O escore dos questionários de qualidade de vida também foi melhor ao final do programa.

Os valores do colesterol total e do LDL-colesterol também diminuíram ao final do programa se comparados ao seu início, respectivamente (166,78 ± 22,47 mg/dl vs 179,52 ± 31,30 mg/dl, p < 0,05 e 87,02 ± 20,21 mg/dl vs 108,73 ± 31,27 mg/dl, p < 0,01).

Com esse estudo João Régis concluiu que a prática de atividades físicas por obesos mórbidos é exeqüível e pode se acompanhar de benefícios no perfil lipídico e na qualidade de vida de seus praticantes. A perda de peso se correlacionou com a melhora no perfil lipídico, mas não com a melhora na performance do T6M – o que justifica pensar que o treinamento dos pacientes, e não a perda de peso, tenha provocado a melhora na performance desse teste pelos pacientes do estudo.