• Edição 162
  • 05 de março de 2009

Cidade Universitária

Grupo discute utilização do Palácio Universitário

Marcio Castilho - AgN/PV

O grupo de trabalho que elabora o Plano de Ocupação e Uso da Praia Vermelha (POUPV) voltou a se reunir, nesta quarta, dia 4, para debater propostas de utilização do Palácio Universitário. A delimitação do uso do espaço do campus e a consulta às unidades sediadas na Praia Vermelha sobre a proposta de transferência para a Cidade Universitária também foram discutidas no encontro, realizado na Coordenação do Fórum de Ciência e Cultura (FCC). Os integrantes entregam na próxima semana o relatório do POUPV ao Comitê Técnico do Plano Diretor (CTPD).

A professora Beatriz Resende, coordenadora do FCC, abriu a reunião apresentando algumas questões sobre a utilização do prédio, tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Segundo Beatriz, a retirada das atividades docentes regulares do Palácio é condição fundamental para a obtenção de apoio e financiamento para o seu restauro. No lugar de salas de aula, a coordenadora do FCC defendeu o aproveitamento do espaço como local de promoção e divulgação do saber científico, cultural e artístico da UFRJ. Essa concepção, assinalou Beatriz, vai além da idéia de criação de um centro cultural:

— Minha opinião pessoal é que a concepção de um Fórum de Ciência e Cultura é muito mais adequada à UFRJ e mais original do que a concepção, ultrapassada, de centro cultural —, expressou a coordenadora, em documento distribuído aos integrantes do POUPV.

O Palácio Universitário já abriga atualmente as atividades do FCC. Dados divulgados pela coordenadora mostram que foram realizados 371 eventos acadêmicos e artísticos em 2008, com público aproximado de 70 mil pessoas. Na visão de Beatriz Resende, essas iniciativas podem ser ampliadas a partir de um novo plano de ocupação do prédio histórico.

A coordenadora listou alguns pontos da proposta: elaboração de um projeto de ampliação e modernização do espaço para realização de congressos internacionais e seminários de grande porte; criação de condições físicas e tecnológicas para que o Palácio possa receber eventos artísticos – música, cinema e teatro – de caráter permanente; reabilitação do uso artístico do Anfiteatro da Praia Vermelha e conclusão do trabalho de adequação da Capela São Pedro de Alcântara visando a seu aproveitamento como sala de música erudita. Outras questões apresentadas pelo FCC incluem a expansão do Sistema de Bibliotecas e Informação (SIBI), da Editora UFRJ e do arquivo do Programa de Estudos e Documentação Educação e Sociedade (Proedes), além da possibilidade de transformação da Biblioteca Pedro Calmon em biblioteca especializada na temática sobre o Rio de Janeiro.

Transferência   

Sobre o aproveitamento do espaço do campus da Praia Vermelha, o professor Ary Barradas, diretor adjunto do curso de Administração, defendeu um debate mais amplo envolvendo professores, funcionários e alunos de todas as unidades ali instaladas. Barradas apresentou um documento, elaborado no ano passado, intitulado “Contribuição das unidades da Praia Vermelha à elaboração das diretrizes do Plano Diretor UFRJ – 2020”. A proposta de constituição de um campus da área de Humanas na Praia Vermelha, reunindo os cursos do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) e do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), com ampliação das instalações físicas, foi criticada por parte dos integrantes do grupo que elabora o POUPV. Para Beatriz Resende, um campus da área de Humanas deve envolver, obrigatoriamente, as faculdades de Letras e de Direito, a Escola de Belas Artes e os cursos do IFCS. Essas unidades, ressaltou Beatriz, não estão na Praia Vermelha.

Barradas informou que a Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FACC) vai formar um grupo de estudo para estudar a proposta de integração acadêmica na Cidade Universitária, embora oficialmente haja resistência. Ele aguarda resposta dos demais cursos do CCJE.

O diretor fez ainda alguns comentários sobre a Lei nº 6.120/74, que dispõe sobre a alienação de bens imóveis de instituições federais de ensino. Segundo ele, a universidade deve se mobilizar contra qualquer tentativa de comercialização do espaço público. Nesse sentido, afirmou enfaticamente que o campus não deve ser objeto de permuta, hipoteca ou locação.

O grupo se reúne novamente nesta sexta, dia 6, para apresentação do projeto Jardins do Palácio, que será feita por Ivan Carmo, vice-prefeito da Cidade Universitária. Marcos Jardim, diretor do Instituto de Psicologia da UFRJ, também falará sobre a idéia do Centro de Convenções no campus da Praia Vermelha, complementando as atividades culturais do Palácio Universitário. A criação de um pólo de Ciências da Saúde também está na pauta do encontro. A reunião ocorre, às 14h, na sala da Coordenação do Fórum de Ciência e Cultura.