• Edição 146
  • 02 de outubro de 2008

Notícias da Semana

Seminário de Planejamento reúne profissionais e estudantes da área médica



Heryka Cilaberry

O Fórum de Ciência e Cultura, no campus da Praia Vermelha, recebeu dia 28 passado, 110 participantes, entre professores e estudantes de graduação e pós-graduação da Faculdade de Medicina para o “Seminário de Planejamento de 2008”. O evento, que movimentou a manhã de sábado no campus, foi organizado em torno da discussão de quatro temas básicos: “Regimento: estrutura departamental”; “Interação complexo hospitalar – Faculdade de Medicina: unidade acadêmico-funcional”; “Pós-graduação e pesquisa” e “Graduação”.

O seminário tinha como uma de suas diretrizes fundamentais o amplo envolvimento do corpo social, durante o evento, alcançou seu objetivo, segundo os participantes. Com apoio das chefias dos departamentos, membros da Congregação e do Conselho Departamental, o encontro recebeu 67 docentes, 18 estudantes, representando o Centro Acadêmico da faculdade, além de profissionais de outras áreas.

Os temas foram discutidos paralelamente nos salões Vermelho, Moniz de Aragão, Dourado e Pedro Calmon. Para auxiliar no debate, o site da Faculdade de Medicina disponibilizou o documento base de cada tema, além de textos de apoio para que os inscritos pudessem aprofundar seus conhecimentos. Para Leila Nagib, coordenadora da graduação em Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFRJ, a divisão temática foi fundamental para o sucesso do evento:

– Achei brilhante esse encontro e super importante a divisão em eixos básicos para que as pessoas pudessem participar de acordo com suas áreas de atuação. A oportunidade do diálogo da Fonoaudiologia e Fisioterapia com o curso de Medicina também foi muito democrática. Fiquei muito feliz por ter participado desse momento histórico – elogiou Leila.

A discussão sobre a proposta de mudança de regimento da Faculdade de Medicina foi coordenada por Vera Halfoun, professora titular do Departamento de Clínica Médica, também produtora do documento base. Foram analisados os fatores que influenciam a estrutura departamental de uma escola médica, contrastando as divergências entre o atual modelo, aprovado em 1974, e as novas necessidades.

A mesa com o tema “Graduação” foi coordenada por Vitória Abrantes, professora associada do Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde (NUTES), e teve como elaboradores do documento base Lúcio Pereira de Souza, coordenador da graduação, e José Carlos Oliveira de Morais, professor titular do Departamento de Patologia. A reunião abriu espaço para algumas questões, tais como a qualidade da formação do graduando e o comportamento do docente em relação ao ensino.

O professor titular do Departamento de Clínica Médica, Mário Vaisman, coordenador e organizador do documento base do grupo “Pós-graduação e Pesquisa”, apontou alguns tópicos, como os mecanismos de institucionalização da pesquisa, o futuro dos programas de pós-graduação da Faculdade de Medicina e a renovação do corpo docente.

O eixo “Interação complexo hospitalar – Faculdade de Medicina: unidade acadêmico-funcional” coordenado por Nelson Albuquerque Souza e Silva, também professor titular do Departamento de Clínica Médica, apresentou alguns princípios e conceitos para a formação do Complexo Acadêmico-Hospitalar da UFRJ; de modo que o ensino e a pesquisa na área de saúde se desenvolvam dentro de um alto padrão de qualidade assistencial ao paciente, com aproveitamento dos recursos.

Para Henrique Murad, professor titular de Cirurgia Cardíaca da Faculdade de Medicina e chefe do Serviço de Cirurgia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, os eixos foram bem coordenados, garantindo a qualidade da discussão. Murad participou do grupo “Regimento: estrutura departamental”.

– O seminário foi excelente. Todos opinaram. No grupo em que participei foi feita uma discussão bastante ampla sobre a reforma no regimento com idéias bastante interessantes. Tudo foi discutido abertamente. Nota dez, com louvor – elogia o mestre.

O “Seminário de Planejamento de 2008” recebeu cerca de 80% de notas acima de oito, segundo avaliação de 89 participantes. Para Murad, o evento deve ser repetido como conseqüência do excelente trabalho realizado esse ano.

– Eu acho que uma próxima vez terá uma repercussão ainda maior. Muitos professores ainda não captaram totalmente a importância de um evento como esse. É uma iniciativa maravilhosa e acho que vai ter conseqüências muito boas – afirmou Murad, entusiasmado.


Fonoaudiologia promove encontro sobre técnicas de terapia



Cília Monteiro e Luana Freitas

No último dia 30 de setembro, o Departamento de Fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizou a quarta edição do evento “Atualidades em Fonoaudiologia” – este ano, sobre o tema “Práticas em Fonoaudiologia: Avaliação e Terapia”. O encontro, que aconteceu no auditório Alice Rosa, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), contou com a presença das fonoaudiólogas Angela Garcia, Leila Mendes e Márcia Cavadas.

Angela Garcia, que trabalha no HUCFF, deu início à palestra abordando o assunto “Estresse e Voz: Avaliação e Tratamento”. Segundo ela, exercícios com a voz, em indivíduos que sofrem de estresse, não são suficientes para resolver o problema. Angela revela que, na verdade, a interação com o paciente é fundamental. “Converso muito com o paciente e isso faz parte do tratamento. Conversar sobre o que a pessoa gosta e o que lhe dá prazer no dia-a-dia, ajuda na qualidade de vida e redução do estresse”, acredita.

A médica explica que, durante a terapia, trabalha com relaxamentos, exercícios físicos e práticas de respiração. Além disso, desenvolve com o paciente, diariamente, um inventário de percepção do estresse. “Faço uma reavaliação dos medos e crenças do indivíduo, pelo relato de tudo o que acontece no seu dia-a-dia. Essas modificações e reflexões vão, portanto, reduzindo o nível de estresse e melhorando a voz”, destaca. No entanto, para Angela, uma vida mais equilibrada – em que o indivíduo saiba dosar trabalho, relação familiar e lazer – ainda está entre os principais fatores que contribuem para a redução do estresse.

Leila Mendes, por sua vez, abordou o tema “Fonoaudiologia Empresarial”. Leila é especialista em voz e preparadora vocal de atores de teatro, cinema e televisão. Segundo ela, a atuação do fonoaudiólogo em uma empresa é diferente da área clínica, já que o profissional precisa ter uma visão abrangente, focada mais no processo de comunicação do que no tratamento de distúrbios vocais. “Normalmente, quando somos chamados a trabalhar em empresas, não vamos tratar de disfônicos, mas de empresários, pessoas que precisam se comunicar. Dessa forma, prefiro utilizar a palavra comunicação. Uma empresa que não se comunica com a sociedade não vende seu produto. A comunicação é uma ferramenta estratégica e o fonoaudiólogo pode ajudar muito”, afirma Leila.

Além disso, de acordo com a especialista, muitos gerentes de empresas possuem conhecimentos técnicos, mas não sabem se comunicar de forma correta. Assim, é necessário motivá-los, trabalhando não apenas a voz, como também seu comportamento. Por meio de um ambiente informal, o fonoaudiólogo deve assumir o papel de quem propõe, e não de quem cura. Para isso, além de exercícios específicos que visam trabalhar o processo de comunicação, o trabalho que Leila realiza com empresários envolve gravações em vídeo e questionários de auto-avaliação. “Proponho não apenas exercícios de dicção, mas também exercícios em que os pacientes sintam o que gestos e posturas comunicam. A linguagem e a modulação da voz são importantes. O grande objetivo do treinamento é tornar a comunicação consciente, presente e voluntária”, observa.

Para a médica, independente de todas as dificuldades que a fonoaudiologia possa oferecer, a profissão ainda é uma carreira promissora. “Embora não seja fácil, a fonoaudiologia é uma profissão do futuro, já que o futuro é a comunicação”, conclui a especialista.