• Edição 139
  • 14 de agosto de 2008

Teses

Estudo relaciona treinamento físico e ganho de massa corporal



Marcello Henrique Corrêa

Quem for amanhã, 15 de agosto, ao Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ, pode ter a oportunidade de conhecer os frutos da pesquisa de Daniele Leão Ignácio. A mestranda defende sua dissertação a partir das 10h, na sala G1-022 do IBCCF. O trabalho “Efeito do treinamento físico sobre o ganho de massa corporal e função tireóidiana de ratas ovariectomizadas” teve a orientação da professora Denise Pires de Carvalho, também do IBCCF.

Ovariectomia é o procedimento cirúrgico que retira um ou ambos os ovários. Normalmente, é indicado em pacientes com alguma complicação, como câncer ovárico, por exemplo. De acordo com a mestranda, já se sabe que a ovariectomia acelera o ganho de massa corporal, mas os possíveis mecanismos periféricos envolvidos no ganho de massa corporal são pouco conhecidos. Portanto, para tentar entender melhor esses efeitos o estudo procurou avaliar o efeito do treinamento físico de natação sobre o ganho de massa corporal e função tireóidea de ratas ovariectomizadas e falso-operadas.

Os experimentos foram realizados baseados em exercícios de natação. Ratas foram submetidas a 8 semanas de treinamento de natação com incremento progressivo da duração do protocolo de exercício (ao final do treinamento os ratos nadavam por 75 minutos em cada sessão, 5 dias por semana, nas últimas 4 semanas). Os resultados confirmaram a tendência e apontaram maior ganho de massa corporal nos animais ovariectomizados em relação às ratas falso-operadas.

Em relação à função tireoidiana, a pesquisadora informa que não houve diferença significativa em relação ao T3, T4 e TSH totais séricos em resposta ao treinamento de intensidade moderada e à ovariectomia a longo prazo. Apesar disso, o metabolismo periférico dos hormônios tireóideos foi alterado. Quanto às outras respostas, foi observado que a ovariectomia bloqueia o aumento das atividades D1, na hipófise, e D2, no chamado tecido adiposo marrom (TAM), que ocorre naturalmente em animais treinados e falso-operados.

Para Denise, uma das principais conclusões do estudo é que a ovariectomia a longo prazo não altera a função tireóidea e o sobrepeso não foi impedido pelo treinamento físico dos ratos ovariectomizados. A mestranda também destaca o fato de o treinamento físico regular positivamente a atividade D1 na hipófise e D2 no TAM, efeitos estes que dependem da função gonadal intacta.