• Edição 124
  • 30 de abril de 2008

Teses

Diagnóstico da Hipertermia Maligna em Famílias Brasileiras

Priscila Biancovilli

No dia 8 de maio, Aline da Rocha Matos defende a dissertação de mestrado "Diagnóstico da Hipertermia Maligna em Famílias Brasileiras através de Modelo Genético", sob orientação dos professores Roberto Takashi Sudo e Gisele Zapata Sudo, do Programa de Pós-graduação em Farmacologia e Terapêutica Experimental. A defesa acontece às 9:00h, no prédio do Centro de Ciências da Saúde (Ilha da Cidade Universitária), bloco J, 1º andar, sala 4.

Hipertermia Maligna (HM) é uma miopatia farmacogenética desencadeada, em indivíduos suscetíveis, pela administração de anestésicos halogenados e succinilcolina. A causa da HM é o aumento da concentração de Ca2+ no citoplasma das células musculares esqueléticas. Mutações no gene do receptor de rianodina 1 estão associadas à maioria dos casos de HM nas famílias afetadas. O método atual de diagnóstico é o teste de contratura com cafeína e halotano (TCCH), que é considerado invasivo. Assim, o desenvolvimento do diagnóstico molecular, por análise genética, seria mais vantajoso para o paciente.

Foram estudadas duas famílias brasileiras, uma do Sul e outra de Araçatuba, com o objetivo de localizar mutações associadas à HM e realizar o diagnóstico molecular nos indivíduos da família. Na família do Sul, foi identificada a mutação associada à HM, C7063T (MCWILLIAMS e cols, 2002), a qual foi então pesquisada no restante da família, sendo encontrada em cinco indivíduos. Também foram encontrados dois polimorfismos de DNA, C7089T e C7098T, em alguns indivíduos da família, inclusive em um indivíduo diagnosticado como susceptível à HM (HMS) pelo TCCH que não possui a mutação da sua família.

Na família de Araçatuba, foi encontrada uma nova mutação, G14803A, presente em 26 indivíduos, inclusive em dois indivíduos diagnosticados como HMS pelo TCCH. Esta mutação não foi encontrada em nenhum indivíduo diagnosticado como normal para HM pelo TCCH, nem em outro diagnosticado como HMS pelo TCCH. Assim, as mutações encontradas nas duas famílias, C7063T e G14803A, estão associadas ao fenótipo HMS e os indivíduos que as possuem podem ser considerados HMS sem realização do TCCH. Os indivíduos diagnosticados como HMS pelo TCCH, em que não possuem suas mutações familiares podem ter outra mutação que esteja associada à presença de HM. Dessa forma, foi realizado o diagnóstico de indivíduos das duas famílias que possuíam a mutação familiar para HM.


Caracterização de enzima em retinas de aves e mamíferos

Priscila Biancovilli

No próximo dia 12 de maio, a aluna Rosilane Taveira da Silva defende a dissertação de mestrado “Caracterização da enzima Dopa Descarboxilase em Retinas de Aves e Mamíferos”, sob orientação de Patrícia Franca Gardino e Jan Nora Hokoç, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho. A defesa acontece às 13h30, no prédio do Centro de Ciências da Saúde (Ilha da Cidade Universitária), bloco F, 1º andar, sala 6.

Na via de síntese da dopamina (DA), a tirosina é hidroxilada pela enzima tirosina hidroxilase (TH) formando L-dopa, que por sua vez é descarboxilada em DA pela ação da enzima dopa-descarboxilase (DDC).  Na retina de galinha, a enzima TH surge somente aos 12 dias embrionários, no entanto existe atividade dopaminérgica através do receptor D1 antes desta idade.  Recentemente, foi mostrado que pode ocorrer formação de L-dopa, na retina de aves em fases precoces do desenvolvimento, numa reação catalisada pela enzima tirosinase presente no epitélio pigmentado (EP).  Propôs-se que L-dopa se difundiria para a retina e formaria DA nas fases iniciais do desenvolvimento da retina, quando TH ainda não está presente, desde que a enzima DDC esteja presente no tecido neural.  O objetivo do estudo foi verificar a expressão da enzima DDC e caracterizar os tipos celulares que a contêm, na retina de galinha, ao longo do desenvolvimento bem como no tecido maduro.

Os resultados apresentados neste trabalho, contribuem para substanciar a proposta inicial de que na retina de galinha possam existir duas possíveis fontes de DA, uma baseada numa fonte alternativa de L-dopa oriunda do EP em fases onde a dopamina ainda não está presente no tecido, e outra baseada na via clássica de DA que ocorre no tecido mais tardiamente.