• Edição 120
  • 3 de abril de 2008

Microscópio

Instituto de Saúde Coletiva da UFRJ tem nova direção

Tatiane Leal

O Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC) da UFRJ tem uma nova gestão. A professora Heloísa Pacheco-Ferreira assume a direção do IESC, com a vice-direção de Maria Claudia Vater. Os projetos da nova gestão procuram atender a demanda do crescimento do Instituto, que terá um grande aumento no volume de pesquisas, passará a oferecer o doutorado ainda em 2008 e o curso de graduação em 2009.

Heloisa Pacheco–Ferreira, toma posse do cargo ainda no mês de abril e comemora as conquistas do IESC nos últimos anos. “Durante esses quatro anos sob direção da professora Letícia Legay, nós conseguimos algumas vitórias. Uma delas foi a transformação do Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (NESC) em Instituto. Agora somos uma unidade acadêmica, com autonomia. Há também a pós-graduação, que passou para conteito quatro e a implantação do doutorado agora em 2008”, enumera a diretora. O IESC já oferece o mestrado, que teve 184 dissertações defendidas em 2007.

Para a nova gestão, um dos principais objetivos é consolidar o IESC como o principal protagonista da saúde coletiva na UFRJ e além dos muros da Universidade. Um bom exemplo aconteceu nessa quarta-feira, 2 de abril, quando diversos infectologistas da Universidade falaram para uma grande platéia de médicos e estudantes de medicina sobre a questão da dengue no Rio de Janeiro.

Para Heloísa Pacheco o importante é agregar todos os técnicos, funcionários, alunos e professores na perspectiva de se tornar uma referência em saúde coletiva não só dentro da UFRJ, mas também no Estado do Rio de Janeiro e no âmbito nacional. “Já somos uma referência nacional, mas queremos ampliar ainda mais essa visibilidade do IESC”, afirma a diretora.

Com o desenvolvimento e crescimento das atividades do IESC, a nova diretoria encontra alguns desafios. Um deles é a questão da infra-estrutura. Simone Silva, que será a diretora adjunta administrativa, explica que o antigo NESC funcionava no 5º andar do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). Mas, por problemas técnicos e de segurança, houve a mudança para o atual prédio ao lado da Prefeitura Universitária. “Esse espaço era mantido como escritório técnico da Universidade e não era um espaço apropriado para uma unidade acadêmica. Tentamos, nesses quatro anos, sobreviver nesse espaço com o nosso papel social, o nosso papel na comunidade universitária: ter atendimento acadêmico, ter aula da pós-graduação e da graduação. Construímos divisões de salas de aula e não paramos”, relembra Simone Silva.

A nova gestão pretende integrar ainda mais os estudos em saúde coletiva com outros cursos da UFRJ. Maria Cláudia Vater ressalta que a Saúde Coletiva em si já e multidisciplinar. Heloísa Pacheco concorda, acrescentando: “Vamos aumentar nossas disciplinas de graduação, não só para a área de saúde, mas também para outras áreas. Já estamos oferecendo a disciplina Saúde e Meio Ambiente, para a faculdade de Engenharia Ambiental e queremos ampliar as parcerias com outras faculdades aqui da UFRJ”. O IESC tem também parceria com a Economia em laboratório no campus da Praia Vermelha e pretende estreitar os laços com outros cursos. Em 2009, terá início o curso de graduação em Saúde Coletiva, como parte do pacote de novos cursos que passarão a ser oferecidos pela Universidade.

Outra previsão do planejamento da nova direção é a Extensão. “O IESC nasceu de um projeto de extensão, há quase 20 anos: o antigo SAC, o Serviço de Atenção Comunitária. Com o enorme crescimento das pesquisas, profissionais do SAC fundaram o NESC, para conduzir melhor a questão da saúde coletiva. Nós temos uma vocação para extensão”, ressalta a nova diretora.

O IESC oferece hoje a Residência Multidisciplinar, voltada para profissionais de várias áreas. Só existem três cursos semelhantes a esse, no país. Há também dois cursos de capacitação para gestores do Sistema Único de Saúde (SUS), o de Doenças e Agravos não transmissíveis e o de Vigilância em Saúde Ambiental. Em parceria com o Hospital Universitário (HUCFF), há o ambulatório de Toxicologia Clínica Ambiental e Ocupacional. Além dos citados, existem diversos outros projetos que serão valorizados pela nova gestão. “Queremos trabalhar muito próximos da coordenação de extensão do Centro de Ciências da Saúde (CCS)”, afirma Simone Silva.

Com os desafios existentes, a nova gestão do IESC promete iniciativa, estabelecimento de parcerias e luta pela mobilização de recursos. “Essa é uma gestão muito corajosa. Temos vontade de agir e fazer”, finaliza a diretora eleita Heloísa Pacheco.